Bem Estar

Iluminando o caminho com a luz do sentido

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A manutenção do equilíbrio emocional, social e espiritual é de nossa total responsabilidade. Cada um de nós deve ter ou criar uma consciência sobre a sua participação nos relacionamentos. “Os problemas enfrentados nas coletividades humanas são reflexos dos nossos problemas pessoais, e as soluções para qualquer um deles são uma questão de reeducação e postura interior perante nossa própria vida”, afirma a Dra. Maria Valdívia Pappen Cardoso, psicóloga que tem 18 anos de experiência atuando com a logoterapia – um método da psicoterapia concentrado no sentido da vida humana e na busca por este sentido.

A logoterapia, criada por Viktor E. Frankl, fundador dessa nova escola de psicologia, auxilia a pessoa a descobrir o sentido da vida, assim como Sigmund Freud criou a psicanálise, que ajuda a buscar o sentido do prazer, e como Alfred Adler criou a psicoterapia, que trata a vontade de poder. Frankl dizia que tinha subido nos ombros de dois gigantes (Freud e Adler) e, assim, conseguiu ver mais adiante: que a saúde mental depende também da saúde do espirito, da alma, do sentido, do ser. O existencialista desenvolveu a terapia do sentido com coragem para responder à vida, a partir do seu próprio vazio existencial.

Para Frankl, a busca da filosofia é permanente. Portanto, até o final da vida o homem se perguntará: para quê e por quê? “E a resposta está fundamentada em três pilares: liberdade da vontade, vontade de sentido e sentido da vida”, destaca Dra. Maria Valdívia. A liberdade da vontade é a capacidade essencialmente humana do autodistanciamento, do uso dos instintos, da herança genética e da influência do meio ambiente. A vontade de sentido é a motivação básica do ser humano, que consiste na busca da felicidade não por ela mesma, mas como consequência dos nossos atos intencionais. “É a capacidade que temos de encontrar sentido naquilo que é, e também no que isto pode vir a ser”, explica a psicóloga. O sentido da vida é o que acontece na medida em que o homem realiza valores em sua vida e se realiza a si mesmo.

Já o vazio existencial, tão comum nos dias de hoje, é, segundo a logoterapia, a manifestação sintomática, física, emocional e espiritual da frustração existencial. “O vazio existencial nem sempre se manifesta, ele pode permanecer latente, mascarado na correria da vida moderna, muitas vezes pela vontade de poder ou do dinheiro e pelas festas e vícios que trazem uma falsa alegria da vida, reprimindo a vontade do sentido, pois não se tem tempo de pensar em si mesmo”, acrescenta a Dra. Maria Valdívia.

 

As fases do tratamento

A primeira sessão por meio da logoterapia tem início com a entrevista psicológica, em que o profissional busca ouvir e acolher as queixas e sofrimento da pessoa. Nesta primeira fase, a pessoa é conduzida à interiorização, proporcionando o seu bem-estar, a eliminação do estresse e iniciando o resgate de sua saúde física e emocional. Na segunda fase, o paciente aprende a separar-se de si mesmo e dos seus sofrimentos, aprende a comandar o seu inconsciente a buscar um “sentido”. Na terceira e última fase é identificada a origem dos sintomas, promovendo a reconstrução emocional para um novo “vir a ser”. Assim, a pessoa reformula os seus próprios condicionamentos e identifica os registros positivos.

“O processo de mudança é rápido, a pessoa acaba tendo uma nova percepção da sua realidade e se conecta com um novo nível de consciência, transcendendo para uma vida plena de sentido”, finaliza a psicóloga e logoterapeuta Dra. Maria Valdívia.

 

Reconhecendo o próprio valor

“Sou professora*, tenho 36 anos, e faz um bom tempo que resolvi me ‘fechar’ para relacionamentos, por ter sofrido decepções no passado. Influenciada por amigos, resolvi participar de um site de relacionamentos, onde fiz amizades realmente saudáveis. Mas tudo começou a mudar quando conheci um australiano.

Conversamos por três meses pelo Skype e Whatsapp. Quatro meses depois, ele veio ao Brasil e passou por Curitiba, onde ficou por 10 dias, e fizemos vários passeios juntos. O clima era de namoro e tivemos bons momentos. Só que, de repente, percebi que toda aquela sinceridade só existia na minha visão.

Diante de mais uma decepção, passei a viver triste, sem ânimo para nada, ansiosa e depressiva, com pânico de tudo, o que atrapalhou muito minha vida pessoal e profissional. Quando comecei o tratamento, as feridas foram se fechando, fui descobrindo que projetava a minha felicidade nos outros, e passei a busca-la em mim. A logoterapia me resgatou e me fortaleceu emocionalmente. Aprendi que o mundo virtual, na maioria das vezes, é virtual mesmo. Hoje, sei que a felicidade está em mim e não vou encontrar em outra pessoa. Me valorizo muito mais e tenho um novo sentido para minha vida.”

Já o engenheiro ambiental*, de 26 anos, chegou em Curitiba e por sete meses não conseguia trabalho. Foi então que tomou a decisão de buscar ajuda. “Após algumas sessões já percebi o início da revolução em minha vida, até na forma de pensar e agir. Voltei a ser eu mesmo, havia me perdido no sentido da vida”, destaca o engenheiro, que abandonou o uso de substâncias químicas, fortaleceu os vínculos com a família e conseguiu o tão desejado emprego.

 

*Os nomes foram omitidos para preservar a identidade dos depoentes.

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