Bem Estar

Recuperando a vida pós AVC ou Traumatismo Craniano

Com o treinamento neurológico por Neurofeedback é possível recuperar-se de sequelas motoras, cognitivas e emocionais decorrentes de AVCs ou traumatismos

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Tanto o acidente vascular cerebral (AVC) quanto o traumatismo craniano são acontecimentos inesperados na vida de uma pessoa, que envolvem danos e sofrimentos repentinos para as vítimas e seus familiares. Acontece uma virada na vida destas pessoas, que antes levavam uma vida normal e, de repente, elas  se veem vítimas de grandes limitações. Suas vidas ficam severamente comprometidas e algumas não conseguem mais voltar a trabalhar, a serem independentes, ou a ter uma vida social como antes da lesão.

Surgem questionamentos como: será que ficarei assim para sempre? Nunca mais serei o mesmo? Como vou recuperar minha vida de volta? Felizmente, com os avanços da neurociência, surgem novas possibilidades e novas esperanças de reabilitação dessas pessoas com o tratamento pós AVC ou traumatismo craniano através de um treinamento neurológico chamado Neurofeedback. Esta técnica tem eficácia em comprometimentos como a perda de movimentos ou sensibilidade dos membros, perda do equilíbrio e coordenação motora, comprometimento da fala, dificuldade de memória e concentração, irritação, depressão, entre outros que tanto limitam a vida de jovens e adultos.

O tratamento pós-acidente vascular cerebral (AVC) ou traumatismo craniano sempre começa com uma avaliação da atividade das ondas elétricas cerebrais para verificar as alterações ocorridas e quais as regiões acometidas. A análise destas informações possibilita a determinação da extensão do dano e a elaboração de protocolos específicos de treinamento neurológico para as áreas identificadas como comprometidas funcionalmente.

Quando há uma lesão cerebral em determinada região, um grupo de neurônios é danificado, resultando numa redução da função daquela área, comprometendo o seu desempenho. “Uma das alterações que podem ser percebidas no eletroencefalograma após uma lesão cerebral, é um aumento da quantidade das ondas elétricas cerebrais de frequências bem baixas, deixando o cérebro extremamente lento nos locais acometidos, assim, ele perde a capacidade total ou parcial de realizar determinadas funções. Nestes casos, uma parte do treinamento consistiria em reduzir a quantidade destas ondas lentas e aumentar a produção das ondas de frequências mais rápidas, resultando em um aumento da funcionalidade”, explica a Dra. Tânia Muratori, psicóloga com formação em Neurofeedback pela Biofeedback Certification International Alliance – EUA.

A qualidade da reabilitação varia de acordo com a gravidade da lesão, a região do cérebro afetada, a idade do individuo e o tempo decorrido desde que foi acometido pela lesão.

 

Como funciona o Neurofeedback

De acordo com a Dra. Tânia Muratori, “esta técnica viabiliza a modificação progressiva da atividade neurológica, possibilitando sua gradual regularização através do treinamento ou condicionamento dos neurônios das áreas disfuncionais. Por isso é uma técnica que age diretamente na raiz do problema e não apenas nos sintomas. O treinamento se dá pela leitura da atividade eletroencefalográfica do paciente e a apresentação instantânea de um reforçamento ou feedback na forma de sons ou imagens, estimulando cérebro a produzir as frequências desejadas das ondas elétricas cerebrais”.

Desta forma, a atividade de cada região comprometida do cérebro vai sendo condicionada a resgatar seu padrão funcional, que lhe possibilita exercer sua função, o que é traduzido numa progressiva atenuação das sequelas apresentadas pelo paciente.

 

Outras indicações do Neurofeedback:

 

  • Déficit de atenção e hiperatividade;
  • Dificuldade de aprendizagem;
  • Depressão e fibromialgia;
  • Ansiedade, pânico e fobias;
  • Transtorno obsessivo-compulsivo;
  • Estresse pós-traumático;
  • Insônia e estresse;
  • Fadiga crônica e enxaquecas;
  • Otimização do desempenho ou performance cerebral.
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