Cirurgia Corporal

Um alerta na busca por um corpo perfeito

Cirurgias plásticas reparadoras corrigem alterações físicas decorrentes de disfunções hormonais

AA busca frenética por um corpo perfeito tem feito muitas vítimas. Afinal, “vale-tudo”. São poucos os que procuram a orientação médica e nutricional especializada. Então, eles alteram suas dietas, fazem programas de treinamento pesados e passam a consumir suplementos esportivos sem nenhuma prescrição, como ocorre na automedicação. Assim, problemas no fígado, rins, surgimento de pelos, alteração na voz, aumentos exagerados de musculaturas e hipertrofias, além de mudanças de comportamento e até o risco de cânceres, estão entre os relatos mais comuns. Uma desordem metabólica se instaura, os níveis de hormônios aumentam, e homens, com predisposição, passam a ter distúrbios de desenvolvimento como mamas masculinas, e mulheres alteram até as estruturas das genitálias. Por esses motivos, a autossuplementação é um risco se não for orientada por nutricionista ou médico, com base em exames e a análise clínica de um endocrinologista. E os riscos só crescem.

Ginecomastia

A quantidade de cirurgias plásticas reparadoras para a redução mamária masculina, as mastoplastias, vem aumentando, segundo os cirurgiões plásticos brasileiros. A ginecomastia é provocada por alterações hormonais que causam o crescimento mamário em homens; ela é comum durante a infância, na puberdade e nas pessoas obesas. Mas o recente aumento de mamoplastias redutoras em jovens e adultos se deve a outras causas: o consumo inadequado de proteínas, esteroides, anabólicos e outras drogas para o desenvolvimento físico de atletas e frequentadores assíduos das academias.

Durante a infância e a puberdade o corpo humano passa por grandes transformações, tanto nos homens quanto nas mulheres, e são evidentes na adolescência. “É incrível a evolução do crescimento, quando as crianças se transformam para a fase adulta. Todas as estruturas do organismo se modificam, órgãos, ossos, músculos, crânio, dentes e tecidos. Porém, existem alterações hormonais que podem retardar ou potencializar essa fase de crescimento, que é pertinente a todos”, declara o médico e cirurgião plástico Dr. Paulo Bettes. De acordo com o cirurgião, é comum aos meninos apresentarem um crescimento mamário, principalmente se estiverem acima do peso, mas essa disfunção é comumente restaurada até a fase adulta, sem grandes sequelas físicas e emocionais. “Mas os pais devem sempre ficar atentos e, em conformidade com o pediatra, buscar um endocrinologista quando o assunto é alteração no crescimento”, enfatiza o médico. Mas mesmo se na fase adulta persistir o aumento mamário, a cirurgia da ginecomastia pode ser realizada a partir dos 16 anos.

A busca frenética por um corpo perfeito tem feito muitas vítimas. Afinal, “vale-tudo”. São poucos os que procuram a orientação médica e nutricional especializada. Então, eles alteram suas dietas, fazem programas de treinamento pesados e passam a consumir suplementos esportivos sem nenhuma prescrição, como ocorre na automedicação. Assim, problemas no fígado, rins, surgimento de pelos, alteração na voz, aumentos exagerados de musculaturas e hipertrofias, além de mudanças de comportamento e até o risco de cânceres, estão entre os relatos mais comuns. Uma desordem metabólica se instaura, os níveis de hormônios aumentam, e homens, com predisposição, passam a ter distúrbios de desenvolvimento como mamas masculinas, e mulheres alteram até as estruturas das genitálias. Por esses motivos, a autossuplementação é um risco se não for orientada por nutricionista ou médico, com base em exames e a análise clínica de um endocrinologista. E os riscos só crescem.

O aumento da incidência

Muitos homens estão enfrentando o problema sem ter correlação direta com alterações de desenvolvimento ou obesidade. “É um problema de metabolismo bastante complexo, que altera e desregula todo o sistema endócrino e atinge o tecido glandular mamário masculino, que se estende de forma concêntrica na região do mamilo, dando aspecto de seio”, revela Bettes. Esta anomalia não só compromete a estética, mas também gera desconforto e dores na região.

É preciso entender que as substâncias que o corpo produz – como hormônios, neurotransmissores – têm suas funções específicas, elas são transportadas pela corrente sanguínea e metabolizadas pelo organismo, uma vez que haja o consumo de substâncias que aumentem e estimulem a produção de massa muscular, o nível de hormônios em homens e mulheres altera as estruturas dos tecidos, principalmente pelos hormônios estradiol e progesterona, que são esteroides e estimulam o aumento de proteína nas células e com isso há produção de músculos, fazendo ocorrer, no caso das mamas, uma hipertrofia na região e acúmulo de gordura. Nas mulheres, o problema atinge até a região pélvica, nos pequenos lábios vaginais e clitóris, principalmente nas fisiculturistas.

O tratamento da ginecomastia

Existem opções medicamentosas, mas em geral com pouca redução do volume. O mais recomendado tem sido o tratamento cirúrgico para todos os graus de ginecomastia. Desde o surgimento de um tecido adiposo ao redor da aréola, do acúmulo de gordura na região ou quando além da gordura exista flacidez no tecido. “O procedimento é simples, geralmente utiliza anestesia local e não requer internação na maioria das vezes, além da cicatriz ser bem reduzida”. Dr. Paulo explica que a redução exige cuidados tanto pré como pós-operatórios e uma série de exames, como todo procedimento cirúrgico.

Cirurgia íntima feminina de reparação

A ninfoplastia é uma cirurgia íntima reparadora que visa reduzir ou aumentar os pequenos lábios na genitália. É outro procedimento que vem crescendo. A ninfoplastia repara a anomalia, que é comum nas mulheres. Associada a fatores genéticos e alterações hormonais, ela costuma ocorrer na puberdade, porém com o passar dos anos se agrava, podendo gerar dor e incômodo, principalmente após as gestações. Os pequenos lábios enrijecem e ultrapassam o tamanho dos grandes lábios vaginais. O fator inverso também acontece, a redução dos lábios que se atrofiam expondo os grandes lábios. O resultado disso são dores e desconfortos gerados pelo atrito com o tecido de calças, irritação, dor no ato sexual e até mesmo fatores estéticos, como usar um biquíni, maiô, legs ou se exporem.

Doutor Paulo explica que algumas meninas, quando crescem, têm seios maiores ou menores do que as outras; isso acontece com nariz, pés e também na região vaginal. “Mas esse problema íntimo deve ser tratado, pois muitas mulheres acabam se isolando, evitando momentos sociais e não encontrando o prazer esperado no sexo. Elas têm vergonha até mesmo de procurar ajuda e convivem com o desconforto, achando isso normal. Mas não é! Quando procuram ajuda, a vida ganha uma nova forma, sem dor e incômodo, e com prazer”, enfatiza o cirurgião plástico.

Outro público que busca a cirurgia íntima é o de mulheres pós-menopausa. Devido à queda na produção hormonal, a região perde o viço pela diminuição de colágeno, e o procedimento restaura e diminui consideravelmente a flacidez dos tecidos.

O aumento na procura

O aumento expressivo do número de ninfoplastias e clitoroplastias, nos últimos anos, está associado ainda a outros fatores, como grande intensidade nos programas de treinamento e o consumo inadequado de suplementos esportivos. Esses dois fatores isolados já aumentam a massa nos tecidos, mas juntos potencializam também as disfunções. “A hipertrofia hoje atinge muitas fisiculturistas, atletas profissionais e as frequentadoras de academias que fazem uso de anabolizantes”.

“Nos últimos dois anos a procura pela cirurgia íntima aumentou em mais de 50%”, declara Dr. Paulo Bettes. “Pedalar uma bicicleta, correr e até fazer natação causa dores e constrangimentos”, explica. O procedimento é simples, não requer internação, no máximo de seis horas. A anestesia é local e geralmente as pacientes são sedadas. Já a cicatriz é imperceptível, pois a região é fina e bem vascularizada.

Quando o motivo é alteração hormonal

A educadora física Tauani Martins Kukla, 26 anos, apresentava distúrbios hormonais já na puberdade, e seus lábios vaginais já eram menores que o normal. “Quando cresci, em razão desse desequilíbrio hormonal, acabei desenvolvendo um metabolismo muito acelerado, tanto que dificilmente engordo e tenho que treinar forte para ter ganho de massa muscular. Eu era limitada pelos médicos em apenas fazer uso de reposição hormonal, para não gerar nenhum problema. Muito menos o uso de suplementação esportiva, por causa dos riscos”, declara.
Tauani, que também é personal, passou a ter uma redução de massa muscular e gordura na região pélvica, o que lhe trouxe dores e incômodo ao pedalar e até mesmo ao usar uma calça jeans.

Buscar orientação especializada é a solução para prevenir esses problemas. Tauani optou pela ninfoplastia, pois não iria mais conviver com o sofrimento. “Digo a todas as minhas amigas e conhecidas que parem de ter vergonha. Hoje, estou feliz em todos os sentidos e cuido muito da minha saúde”.

Busque um corpo perfeito, mas com saúde! Procure sempre um especialista e trate dos seus constrangimentos sem vergonha.

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