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Sono saudável é sinal de tranquilidade

Reeducação respiratória por meio de aparelho bucal pode ser a solução para diversos sintomas; entre eles pressão alta, depressão, apetite demasiado, fadiga, causados pela noite maldormida

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Há quase um ano, a dona de casa Sandra Campos dos Santos Cruz, 55 anos, viveu uma situação preocupante. A paciente, que até então não havia apresentado problemas que desestabilizassem a sua saúde, foi surpreendida com níveis elevados de pressão arterial, que a deixaram muito mal, a ponto de ir para o hospital. “Nunca tinha tido pressão 16 x 18 e me senti tão mal que não havia outra alternativa”, relata. O problema é que Sandra, embora atendida por uma equipe multidisciplinar (com cardiologista, psicólogo e psiquiatra), passado por diversos exames e tomado medicação, não descobria a razão do quadro para o devido diagnóstico. “Sofri durante sete meses, pois a pressão não baixava nem com medicação, e eu já não sabia mais o que fazer. Nem meus dois filhos, que são médicos, estavam conseguindo me ajudar”, lembra Sandra.
Assim como a paciente, grande parte das pessoas, e mesmo profissionais da área médica, não associam muitos dos sintomas e queixas existentes a noites maldormidas, ou seja, à má qualidade do sono. E pior do que isso: esses pacientes, em geral, dizem dormir as recomendadas oito horas diárias e nem sequer desconfiam de que o sono deles seja insuficiente por estar sendo interrompido por distúrbios do sono, como o ronco e a apneia. No caso da dona de casa, essa foi a razão pela qual a pressão arterial subiu. “Fiz o exame do sono e descobri que eu acordava mais de 50 vezes por noite, por falta de oxigênio, e era isso que estava afetando o meu corpo e o meu bem-estar”, evidencia.
Segundo a American Academy of Sleep Disorders, dos EUA, o ronco e a apneia são os distúrbios do sono mais importantes que caracterizam a síndrome da resistência das vias aéreas; e a apneia obstrutiva do sono afeta o sistema cardíaco, hormonal, muscular, respiratório e neurológico das pessoas e já acomete 4% da população adulta mundial. “A grande dificuldade é que a identificação desse distúrbio é difícil e, muitas vezes, os pacientes demoram anos para ter o diagnóstico correto”, constata o Dr. Marcello Tamura S. Brasil, cirurgião-dentista graduado pela American Academy of Sleep Disorders e membro da Sociedade Canadense e Brasileira do Sono.
A solução, felizmente, para esses distúrbios e o fim do sofrimento de pacientes como Sandra estão na utilização de aparelhos que ajudam a respiração; e o aparelho bucal, também conhecido como placa intraoral, tem sido efetivo e indicado para mais de 80% dos casos clínicos. “Na primeira semana de uso, já senti a diferença, pois passei a não acordar desanimada e nem sem forças para fazer as minhas atividades, não tenho mais aquela sensação de que o corpo está fermentando. Enfim, resgatei a minha saúde e o prazer pela vida!”, comemora a dona de casa, que voltou para a academia e com nova disposição. “Melhorei até meu humor, não fico mais irritada como antes e, com isso, meu relacionamento familiar também melhorou bastante”, assegura, aliviada.
“As pessoas que utilizam a placa intraoral, feita de silicone termoativado e que regula a projeção da respiração noturna, têm resultados positivos com a reeducação respiratória, sinônimo de saúde e resgate da qualidade de vida para esses pacientes”, atesta Dr. Marcello. Para casos mais graves de apneia são indicados outros aparelhos, que insuflam o ar mecanicamente. No entanto, para que os pacientes possam usufruir dos benefícios são essenciais o diagnóstico correto e a adesão ao tratamento.

 

Principais sinais e sintomas

  • Agressividade ou ansiedade
  • Sonolência excessiva, inclusive diurna
  • Fome excessiva ou perda de apetite
  • Cansaço constante
  • Sedentarismo ou depressão
  • Pressão alta
  • Perda do campo de visão (glaucoma de pressão normal)

 

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