Medicina

Enxergando embaçado?

Então fique atento, você pode estar com catarata

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Quando alguma coisa fica opaca, sem brilho, perde a graça, não é mesmo? Pior ainda é quando isso acontece com o nosso olho, quando as imagens captadas por ele perdem sua nitidez e qualidade.  Essa perda visual pode ser o sintoma inicial de uma doença chamada catarata. No início, a perda da qualidade visual é pequena, alterando a visão das cores, que parecem desbotadas, e a visão noturna também fica comprometida. Com a progressão da catarata, a visão vai piorando, ficando embaçada como se houvesse uma “neblina”, e mesmo usando óculos, ela não apresenta a mesma nitidez­ de antes. Nos estágios mais avançados, a catarata pode até provocar cegueira­ total.

A catarata, normalmente, se desenvolve lentamente e sem dor e geralmente está relacionada à idade. Cerca de 20% das pessoas com 60 anos apresentam catarata. O índice aumenta até 75% entre a população com 75 anos. Muitas vezes a catarata é diagnosticada durante um exame oftalmológico de rotina. O médico oftalmologista é o profissional adequado para realizar o diagnóstico da catarata.

 

O que é a catarata?

Dentro do nosso olho existe uma lente natural que se chama cristalino e que tem a função de focalizar as imagens captadas pela retina. Como o próprio nome diz, esta lente deve ser cristalina, ou seja, transparente. Quando o cristalino perde a sua transparência, tornando-se esbranquiçado (opaco), damos a ele o nome de catarata. Resumindo: catarata é quando o cristalino fica opaco. Além da idade, outros fatores associados à catarata são: diabetes, problemas genéticos, metabólicos, nutricionais e traumas. Tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas em excesso, alguns tipos de medicamentos e colírios também podem estar relacionados com uma maior incidência da doença.

 

Tricotando sem óculos

“É tão bom poder fazer uma coisa que a gente gosta”. É com esta frase que a Sra. Suelly Eloa Vargas Strobel, de 75 anos, comemora o resultado da cirurgia de catarata realizada com o Dr. Artur Schmitt­, oftalmologista do Hospital Barigui de Oftalmologia. Ela tinha 70 anos quando percebeu que seu óculos, utilizado desde os 35 anos, não estava mais fazendo efeito. “Eu não conseguia fazer nada sem ele­, não enxergava nem de longe e nem de perto. Antes de descobrir a catarata já não estava mais conseguindo fazer o meu tricô que tanto gosto”, conta a Sra. Suelly. 

A notícia assustou um pouco no começo. Ela tentou trocar as lentes dos óculos para ver se resolvia, mas não teve jeito. “Estava perdendo o equilíbrio ao descer escadas e nem imaginava que era por causa da visão ruim”, lembra Suelly.

A cirurgia foi realizada primeiro no olho direito e uma semana depois foi a vez do esquerdo. “Levou só oito minutinhos. Saí do hospital encantada, pois eu estava conseguindo ver televisão com os meus próprios olhos, sem óculos. Olhei pela janela e vi o verde da grama mais verde. Até chorei. É como se eu estivesse tendo uma nova vida. Se eu soubesse disso antes não teria esperado quatro anos para fazer a cirurgia”, revela.

Ao perguntar como está a sua visão agora, Suelly não poupa elogios. “Consigo enxergar até as linhas da mão. Estou me sentindo muito bem. Voltei a fazer o meu tricô e ainda recebo muitos elogios das pessoas que dizem que meus olhos são lindos. Isso é incrível para uma senhora de 75 anos. Além disso, percebi quanta coisa perdi de ver nas viagens que fiz. Agora vou ter que fazer tudo de novo”, diverte-se.

 

Cirurgia menos invasiva  e mais eficiente

A cirurgia de catarata é uma das áreas­ da oftalmologia que mais evoluiu nos últimos anos. Graças as novas lentes intraoculares (LIOs) e a tecnologia de facoemulsificação, os resultados são fantásticos: em apenas 15 minutos de cirurgia, sem levar pontos e com anestesia somente por meio de colírios, o paciente pode sair do centro cirúrgico sem tampão, sem catarata e com defeitos refrativos corrigidos.

Com a cirurgia de catarata, o paciente pode se livrar dos óculos, ficando livre da miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.“O único tratamento para a catarata é a cirurgia. O procedimento é simples para o paciente. Após o olho ser anestesiado com colírios, é realizado uma microincisão menor do que 3mm, através da qual é inserido um pequeno instrumento computadorizado que quebra, através de ultrassom, e aspira a catarata em pequenos pedaços. A catarata é  totalmente removida e em seu lugar é implantada uma lente artificial, a LIO, que substituirá o cristalino, permitindo a adequada focalização das imagens captadas pelo olho”, explica o oftalmologista do Hospital Barigui de Oftalmologia, Dr. Artur Schmitt.

Na maioria dos casos, a recuperação da visão é imediata, e o paciente percebe melhora já nas primeiras 24 horas, podendo retornar as suas atividades profissionais já no dia seguinte da cirurgia. Foi o caso de Inês Santos de Melo Souza, de 55 anos, que saiu da cirurgia enxergando perfeitamente. “Eu detestava usar óculos, vivia esquecendo em qualquer lugar e aí tinha que pedir pra alguém ler para mim. Quando fiquei sabendo que na cirurgia de catarata eu poderia também corrigir a miopia e me livrar de uma vez do óculos, não tive dúvidas. Fiz primeiro no olho esquerdo e três meses depois no olho direito. Estou livre e com a vista 100%”, comemora Inês.

 


Quando a cirurgia é indicada?

Antigamente, a cirurgia de catarata só era indicada quando a perda visual estava bem avançada, visão de 20/200, tecnicamente falando, o que quer dizer que a visão estaria reduzida em 10 vezes o normal. Hoje, com as modernas e seguras técnicas cirúrgicas, o procedimento é indicado já nos estágios iniciais, quando a doença começa a afetar a qualidade de vida do paciente ou quando interfere em suas habilidades para realização das atividades diárias. A cirurgia é feita em um olho de cada vez e a recuperação é rápida e tranquila.

 

Crianças também podem ter catarata

A causa mais comum de catarata é mesmo o envelhecimento, mas existem crianças que já nascem com a doença. Mães que durante a gravidez, especialmente no primeiro trimestre, tiveram rubéola ou toxoplasmose podem passar a infecção para o feto e a criança pode nascer com vários problemas oftalmológicos, entre eles a catarata. “A catarata no recém-nascido deve ser tratada com urgência. Se a criança não for operada até os dois ou três meses de vida, especialmente se apenas um olho estiver com o problema, ela poderá nunca ter visão normal”, alerta Dr. Artur. 

O diagnóstico é muito simples. O pediatra faz incidir a luz de uma lanterna nos olhos da criança e verifica se a pupila é transparente. A presença de um reflexo esbranquiçado pode ser sinal de catarata ou de outras doenças mais graves. “É preciso propiciar à criança todas as condições para que tenha o desenvolvimento normal da visão e isso depende do estímulo luminoso a que será exposta. Por exemplo, se a pálpebra estiver fechada, ou se a criança for portadora de qualquer outra enfermidade, como a catarata, que impeça a luz de entrar pelos olhos e ir estimular o cérebro, sua visão não se desenvolverá”, esclarece o médico.


Previna

O exame oftalmológico de rotina é a chave para a detecção precoce da catarata. Pessoas acima de 65 anos devem fazer exame ocular pelo menos uma vez por ano. Embora a opacificação do cristalino ocorra com o passar da idade, existem algumas dicas que ajudam a reduzir ou até evitar o aparecimento da doença. Confira:

  1. Não Fume
    A fumaça do cigarro produz radicais livres, aumentando o risco de ter catarata.
     
  2. Tenha uma dieta balanceada:
    Inclua frutas e vegetais na sua alimentação. O risco de desenvolver a catarata será bem menor.
     
  3. Proteja seus olhos
    Usar óculos escuros com proteção contra os raios ultravioletas ajuda na prevenção.
     

O que é uma lente intraocular (LIO)?

A lente intraocular, ou LIO, é uma lente artificial feita de plástico, silicone, ou acrílico que realiza a função da lente natural do olho ( o cristalino). A maioria é maior do que 7 milímetros de diâmetro e dobrável, pode sercolocada no olho por meio de uma incisão menor do que 3 milímetros, o que faz com que não seja necessário dar pontos (sutura).

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