Medicina

Mitos e verdades sobre a catarata

Especialista fala sobre uma das doenças responsáveis por mais da metade dos casos de cegueira no mundo

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a catarata é responsável por 51% dos casos de perda de visão. Causada por uma lesão que torna opaco o cristalino (lente natural do olho) e compromete o campo de visão do paciente. O especialista do Hospital Barigui de Oftalmologia, de Curitiba, Dr. Artur Schmitt, explica as principais perguntas recebidas pelos pacientes de seu consultório. O profissional possui formação na técnica de facoemulsificação no Hospital Bascom Palmer Eye Institute, da Universidade de Miami nos Estados Unidos, mestrado e doutorado (em curso) na área de cirurgia de catarata.

É uma doença que atinge apenas idosos acima de 60 de idade

Mito. “Cerca de 20% das pessoas com 60 anos apresentam catarata, e esse índice aumenta até 75% na população com 75 anos. Todos nós poderemos ter catarata um dia, pois a doença está relacionada à idade e vai se desenvolvendo lentamente, sem causar dor.  Muitas vezes, a catarata é diagnosticada em exames de rotina. Portanto, pacientes com mais de 40 anos que já percebem alguma sensibilidade à claridade excessiva, visão dupla ou turva, dificuldade de distinguir formas e tons de cores, precisam consultar um especialista”, alerta Dr. Artur.

Crianças podem desenvolver a doença

Verdade. Dr. Artur explica que “gestantes que durante a gravidez tiveram alguma infecção como sífilis, rubéolas, toxoplasmose, entre outras, a catarata pode aparecer em bebês recém-nascidos. Crianças até os 10 anos de idade devem fazer o exame anual já que podem apresentar o surgimento da doença por diversos fatores – o que é bastante comum e passível de tratamento dependendo da precocidade do diagnóstico”.

Fumar pode causar catarata

“O que sabemos é que a fumaça do cigarro possui radicais livre e isso aumenta as chances de se ter caratara na fase adulta. Evitar o cigarro é saudável para o ser humano, inclusive para prevenir o aparecimento de outras doenças”, explica Dr. Artur.

O diabetes pode acelerar a perda de visão do paciente

“O diabetes, decorrente de uma incapacidade do pâncreas em produzir a insulina natural, leva a uma taxa elevada do açúcar no sangue. É uma doença silenciosa, que se não for controlada leva a vários comprometimentos em outros órgãos do corpo, como coração e rins, problemas arteriais e oftalmológicos, como a catarata, podendo levar até à cegueira.” Portanto é verdade.

A cirurgia para correção dura apenas 15 minutos

Verdade. Dr. Artur explica que “com o avanço da tecnologia, o procedimento facilitou tanto a vida de profissionais, como a vida de pacientes. Além se não levar pontos e ser indolor, outro fator bastante significativo na decisão de se fazer cirurgia, é a rápida recuperação, que viabiliza a saída do paciente da clínica ou hospital um dia depois, podendo fazer suas atividades normalmente. Antes ele tinha uma permanência de no mínimo sete dias em observação pós-cirúrgica.”

Após a cirurgia o paciente pode se livrar dos óculos para sempre

Na maioria dos casos sim. “O procedimento é simples e muito eficiente. Através de uma microincisão, menor do que 3 mm, é inserido um instrumento computadorizado que quebra o cristalino, por meio de ultrassom, em pequenos pedaços. Em seu lugar é implantada uma lente artificial (LIO), permitindo a adequada focalização das imagens e em muitos casos eliminando a necessidade de uso de óculos após a cirurgia”, finaliza o especialista.

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