Bem Estar

TDAH: Tratar ou não nas férias escolares?

O uso de medicamentos pode ser indicado, mas a observação dos pais e o contato com profissionais indicados pode evitá-lo.

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Muitas vezes, é na escola que os sintomas do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) começam a se tornar mais evidentes. Não é raro a criança na fase inicial de aprendizagem apresentar inquietude, dificuldade de concentração, ser distraída, avoada e passar a impressão de que vive no “mundo da lua”. Mas quando esses, entre outros sintomas, trazem prejuízos para o aprendizado e convívio social, pode ser um sinal de que algo não vai bem.

“Na maioria dos casos, o professor é o primeiro a identificar os primeiros sinais e é quem, geralmente, alerta os pais e os instrui a procurar um médico para uma avaliação sobre a possibilidade de um caso de TDAH. Médicos especialistas no desenvolvimento neurológico e comportamental, geralmente psiquiatras e neurologistas infantis, são profissionais habilitados a confirmar o diagnóstico. Os sintomas devem estar presentes em dois ou mais ambientes (social, afetivo, familiar, escolar e/ou profissional) e trazerem prejuízos para a vida da criança”, explica o neuropediatra e  professor assistente da Faculdade de Medicina do ABC, Dr. Rubéns Wajnsztejn (CRM 36527).

Profissionais indicados

Com a indicação pela busca de um profissional advinda da escola e o diagnóstico confirmado, alguns pais imaginam que os sintomas só prejudicam a criança no ambiente escolar. E com a chegada das férias, a decisão de muitos é de interromper o tratamento. “Porém deve-se considerar que sem o tratamento a criança pode não conseguir desfrutar as férias, brincar e se relacionar, os sintomas podem atrapalhar e os prejuízos podem reaparecer. O tratamento indicado para o TDAH só deve ser interrompido após recomendação médica”, explica.

“É importante dizer também que além de seguir o tratamento multimodal, indicado na maioria dos casos, que envolve medicamento e consultas psicoterápicas, os pais precisam acompanhar de perto a rotina dos filhos. É recomendado ajudá-los utilizando lembretes, agendas e participando ativamente do cotidiano, principalmente nas férias, quando a criança tem mais tempo ocioso”, recomenda.

O TDAH

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade acompanha a vida de mais de 330 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a ABDA (Associação Brasileiro do Déficit de Atenção) no Brasil entre 5 e 8%  das crianças possuem este transtorno. A doença não tem cura, mas os sintomas podem ser controlados com medicação diária.

“O acompanhamento do psiquiatra ou neurologista para administração ou suspensão de qualquer tipo de medicamento de déficit de atenção é muito importante, somente esses profissionais podem fazê-lo”, diz Sabrina Jany Guetta Gelhorn, psicopedagoga, psicóloga e coordenadora do Centro Psicopedagógico Parceria, em Curitiba. “Por outro lado, convém lembrar que se colocarmos duas pessoas, sendo uma com DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção) e outra sem DDA, realizando tarefas que ativem o sistema límbico (ativando o prazer) não perceberemos qual delas têm o déficit de atenção”, afirma.

O prazer das férias

Pensando dessa forma, é bom lembrar que férias escolares sugerem escolha de atividades, menos pressão para obtenção de resultados mensuráveis e horários mais flexíveis, ou seja, há muito mais prazer no cumprimento dessa rotina. O comportamento do individuo muda para melhor, resultando em maior concentração na maioria das vezes.

“Em função destes fatores, antes de qualquer medida, durante as férias os pais devem estar sempre em contato com os profissionais indicados, atualizando-os sobre o comportamento, as dificuldades e as facilidades de seus filhos com DDA para que, juntos, possam decidir sobre o uso ou não de medicação ou aplicação de qualquer outra medida”, aconselha Sabrina.

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