Medicina

Visão em foco

Novo tratamento desacelera a evolução da Degeneração Macular Relacionada à Idade e aumenta as chances do paciente enxergar durante toda a vida

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Uma das principais causas de cegueira, a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), atinge a retina e aparece principalmente na população acima de 50 anos. O paciente começa a perceber que o centro da visão está fora de foco, como se tivesse uma mancha. Esse é o primeiro sinal de que a pessoa está com a DMRI.

A evolução da doença é gradual e pode levar à perda total da visão. Mas um medicamento de uso intraocular está mudando esse quadro. O oftalmologista Gildo Fujii explica que até bem pouco tempo atrás não havia tratamento capaz de barrar a evolução da DMRI, caracterizada pelo crescimento de vasos na retina. “Agora, há um novo tratamento à base de remédio antiangiogênico, de aplicação intraocular, que melhora a visão do paciente”, descreve o especialista.

Quem sofre de DMRI não consegue enxergar direito, pois a doença embaça a visão central. O paciente consegue enxergar a imagem ao redor; o centro da visão, porém, fica borrado.

Zita Baggio, professora aposentada, sofreu com o problema,  mas aos 85 anos ela recuperou a visão com o tratamento e até conseguiu tirar carteira de motorista. “Descobri o tratamento do Dr. Gildo casualmente. Eu já consultara com outros médicos, mas naquele tempo não havia tratamento”, recorda. Ela lembra que antes a visão era embaçada. “Eu não enxergava linhas retas, parecia que elas estavam cortadas. Comecei o tratamento e hoje consigo controlar o problema. É um alívio, porque tinha muita preocupação de, mais para frente, não conseguir enxergar nem fazer as minhas coisas”, declara Zita.

O diagnóstico da DMRI é feito pelo oftalmologista com exame do fundo do olho. Algumas formas de Degeneração Macular também podem acometer pacientes mais jovens. É o caso de Sideval Borges de Pontes, de 36 anos. “Estava em uma festa com colegas da empresa e estávamos jogando bilhar; foi quando percebi que não estava conseguindo ver direito. Tapei um olho e vi que com um enxergava, mas no outro, parecia que tinha uma mancha no foco”, recorda.

Há um ano, Sideval que é técnico de manutenção de uma empresa de elevadores, começou o tratamento e considera que está com a visão perfeita novamente. “Para mim, melhorou 100%. Fiz três aplicações do medicamento e agora faço acompanhamento”, aponta. A rapidez com que ele procurou ajuda médica foi essencial para a rápida resposta ao tratamento. Quanto mais cedo for diagnosticada a doença, maiores as chances de manter a visão ao longo da vida com o novo tratamento. “Já li matérias sobre pessoas que tiveram o mesmo problema e ficaram cegas. Assim que percebi que estava com problema procurei um médico, e essa ajuda foi primordial”, acredita.

O oftalmologista Gildo Fujii descreve que a DMRI pode ser seca ou úmida. A primeira é mais branda e o tratamento é feito com suplementação alimentar. “Para esse caso, há estudos que buscam o tratamento genético da doença, mas ainda não existe nada de concreto”, aponta. A Degeneração Macular Úmida é a forma mais agressiva da doença, e é justamente ela que é controlada com a nova medicação. “É um tratamento controlado que precisa ser feito o resto da vida. Os pacientes precisam vir ao consultório pelo menos uma vez por mês”, descreve o oftalmologista.

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