Cardiologia

Triagem que prioriza a vida

Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Pilar é a única da cidade que atende o paciente por ordem de gravidade da emergência e não de chegada

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O serviço de atendimento pré hospitalar teve início no século XVIII, quando uma carruagem puxada por cavalos, com pessoal médico treinado, foi idealizada para Napoleão. O mesmo conceito de atendimento foi reintroduzido duurante a guerra civil americana. No entento, pouca coisa a mais foi realizada durante os 100 anos seguintes. Especialmente na II Guerra Mundial a experiência demonstrou que as vítimas dos conflitos poderiam ter suas chances de sobrevivência aumentadas se o tratamento acontecesse antes d paciente chegar ao hospital. Mas somente em meados da década de 1960 essas lições foram aplicadas a população como um todo.
Hoje o serviço de emergência é um dos que mais recebe apoio para o seu desenvolvimento, principalmente nos Estados Unidos.Isso significa que o treinamento especializado de emergência representa uma nova geração de conhecimento na aréa médica. O profissional que se torna um especialista nessa aréa  assume a responsábilidade pela vida do paciente e atua em uma profissão das mais importantes na aréa da saúde. As emergências médicas requerem decisões imediatas fundamentadas em conhecimentos e avaliação precisa. Embora a especialidade ainda não seja regulamentada no Brasil, Instituições hospitalares comprometidas com a saúde e bem- estar de seus pacientes investem em cursos de especialização e aprimoramento de pessoal em emergências médicas, para melhor atender a população com o devido cuidado e profissionalismo. É o que acontece na Unidade de Pronto Atendimento – Emergência (UPA) do Hospital Pilar, de Curitiba, onde existe um critério rigoroso para o recrutamento de profissionais que prestarão tal serviço. Tudo isso, para a maior proteção e segurança do paciente.
Triagem por tipo de emergência
Se uma pessoa está sentindo-se mal e apresenta sinais vitais atípicos, é preciso que alguém reconheça que ela possui uma emergência médica. Portanto, é uma situação na qual é necessário realizar ações e decisões médicas imediatas, pois são quadros que colocam a vida em risco. Nesses casos, pode até não haver risco de morte para o paciente, mas quanto antes for atendido, mais rápida será sua recuperação. Principalmente quando o atendimento é adequado ao seu caso e realizado por profissionais qualificados, em um serviço bem equipado tecnologicamente.
Nesse contexto, a UPA – Emergência do Pilar tem um diferencial importante, por ser o único serviço de emergências médicas da cidade que faz uma triagem dos pacientes por gravidade da emergência e não por ordem de chegada, contando com um corpo clínico de 14 especialistas. Além disso, possui uma equipe de plantão permanente (dois médicos e um corpo de enfermagem) 24 horas por dia, todos os dias da semana. Assim, o tempo médio de atendimento não ultrapassa 30 minutos para casos sem gravidade. O serviço conta com a infra-estrutura de um hospital completo, com suporte tanto para exames simples quanto para os mais sofisticados. Na UPA são atendidas 3.500 pessoas por mês, totalizando 45 mil pacientes/ano.
Atendimento especializado
Para atender prontamente essa demanda é que o UPA – Emergência está organizado em segmentos distintos: Unidade de Dor Torácica (infarto, angina de peito, infecções respiratórias e doenças do aparelho digestivo), coordenada pelo cardiologista Marcos Pereira; Unidade Neurológica (AVC, derrame), coordenada pela neurologista Cláudia Panfílio; e Emergências Traumáticas (doenças ou traumas ortopédicos), coordenada pelo ortopedista Paulo Matschinske.
De acordo com o médico emergencista Rodrigo Souza, coordenador geral da Unidade e 2º secretário da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), independentemente da emergência, o paciente recebe todos os cuidados imediatos para o seu caso com a mesma qualidade de um atendimento prestado por um especialista naquela área, até a hora em que o profissional mais indicado assuma o caso. O coordenador enfatiza ainda que um pronto atendimento estruturado funciona de acordo com protocolos pré-estabelecidos para o diagnóstico e tratamento das doenças definidas por especialistas, em consenso com os emergencistas. “Só assim se consegue um atendimento holístico”, avalia.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o primeiro critério para o pronto atendimento de qualidade é o controle da dor, ou seja, eliminar o sintoma no menor tempo possível. O segundo é a informação precisa ao paciente e sua família sobre o estado de saúde. “Nosso serviço é rigoroso nesse sentido, pois nossos profissionais têm a consciência de que não estamos tratando uma doença, mas uma pessoa”, acentua Souza. No Hospital Pilar, após a triagem, o paciente permanece todo o tempo acompanhado de um familiar até que seja liberado ou encaminhado, tendo a liberdade de escolher para onde quer ir, em caso de internamento.  “O importante é garantir a vida e preservar a saúde do nosso paciente, até que ele ou a família decidam o que é melhor para a seqüência do tratamento”, completa Rodrigo Souza.
As emergências  mais importantes
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO – Os sinais e sintomas são geralmente dor ou sensação de opressão no peito, dor torácica, náuseas, sudorese intensa, falta de ar, fraqueza, agitação e, finalmente, a parada cardíaca.
ANGINA DE PEITO – Pode ser entendida como uma sensação de intensa constrição no tórax. Geralmente está associada a um suprimento sangüíneo insuficiente para o coração. A angina se agrava ou se produz pelo exercício e alivia com repouso ou medicamentos. Essa dor poderá irradiar-se para a mandíbula e os braços.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA – É definida como uma circulação sangüínea insuficiente por falta de bombeamento do coração, fazendo o sangue que vem dos pulmões acumular-se na circulação pulmonar. Isso poderá produzir o escape de líquidos para fora dos vasos sangüíneos. Esse líquido acaba ocupando os alvéolos e dificultando a troca de ar. Seus sinais e sintomas são a diminuição acentuada da respiração, ansiedade e agitação, pulso rápido, respiração superficial e rápida, edema no pulso e/ou tornozelo, inchaço no abdome, aparecimento de veias do pescoço distendidas e cianose.
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) – É uma alteração do suprimento sangüíneo para certa parte do cérebro. Suas principais causas são trombose, causada quando um coágulo obstrui uma artéria cerebral, impedindo que o sangue oxigenado nutra a porção correspondente do cérebro, e hemorragia (derrame), quando uma artéria se rompe, deixando uma área do cérebro sem nutrição. O sangue que sai do vaso aumenta a pressão intracraniana, pressionando o órgão e interferindo em suas funções. Os sinais e os sintomas do AVC variam muito dependendo da localização e extensão do dano. Geralmente, incluem dor de cabeça, desmaio, formigamento ou paralisia da face, dificuldade para respirar e falar, dificuldade visual, convulsão e perda do controle urinário e intestinal.
HIPERTENSÃO – A conhecida pressão alta é uma elevação instável ou persistente da pressão sangüínea acima de níveis normais. Os seus sinais e sintomas mais comuns são dor de cabeça (cefaléia), enjôo, náuseas, ansiedade, zumbido nos ouvidos, hemorragia nasal, formigamento na face e extremidades.
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