Angiologia / Vascular

Trate as varizes e dê adeus à dor pélvica

Técnicas minimamente invasivas de cateterismo promovem o fim do sofrimento às mulheres com varizes pélvicas, de forma rápida, segura e sem cortes

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Depois da sua segunda gestação, a analista de sistemas Patrícia Garcez, de 33 anos, passou a sentir fortes dores na região do abdômen, o que estava limitando suas atividades diárias e prejudicando sua qualidade de vida. “Passei a sentir essas dores quando voltei para a academia após o nascimento da minha filha. Embora tenha consultado diversos especialistas e feito vários exames, demorei bastante para descobrir a causa do problema: eu estava com varizes pélvicas”, relata a paciente.

A dor ou desconforto pélvico é uma queixa comum entre as mulheres, causando restrições significativas e diminuindo consideravelmente a qualidade de vida. Estima-se que aproximadamente 20% das queixas em consultas ginecológicas sejam relacionadas a esse sintoma. Quando a dor ultrapassa seis meses, torna-se crônica.

Há diversas causas possíveis para a dor pélvica, como doenças inflamatórias, endometriose, doenças intestinais e até distúrbios neurológicos. “Entretanto, uma causa pouco conhecida e às vezes subdiagnosticada de dor pélvica crônica é relacionada a varizes na região”, alerta o cirurgião vascular e endovascular Dr. Marcio Miyamotto, com formação nos Estados Unidos.

Para Patrícia, o diagnóstico só foi possível depois de realizar exames específicos, pois nada aparecia na ecografia ginecológica realizada usualmente. “Um dos médicos chegou a levar meu caso para a universidade, pois existem poucos especialistas que tratam a doença. Felizmente consegui encontrar um profissional que fez a angioplastia com colocação de stent e acabou com meu sofrimento”, comemora.

 

Entendendo as varizes pélvicas

As varizes pélvicas são veias dilatadas, semelhantes àquelas que ocorrem nas pernas, localizadas dentro do abdômen, próximas aos órgãos pélvicos como o útero, os ovários e a bexiga. Sua presença leva a sintomas como dor ou desconforto na parte baixa do abdômen, uma espécie de peso que piora quando a pessoa permanece longos períodos em pé. “Existe uma relação direta da ocorrência da dor com o período menstrual e também com o ato sexual. Pela proximidade com a bexiga, as varizes pélvicas podem inclusive acarretar sintomas que podem confundir-se com infecções urinárias”, explica Dr. Miyamotto. Devido à dificuldade do diagnóstico, esse quadro de desconforto pélvico pode estender-se por meses ou anos, levando a uma diminuição significativa na qualidade de vida da mulher.

Quando existe a suspeita, exames complementares devem ser realizados para confirmar a presença das varizes pélvicas e também investigar suas causas, a fim de estabelecer a sequência adequada de tratamento. A investigação pode ser realizada através de ultrassonografia, ecodoppler, tomografia computadorizada, ressonância magnética e flebografia.

Após a avaliação completa de cada caso, é definida a sequência lógica de tratamento, realizado normalmente através de técnicas minimamente invasivas. “Todo o tratamento é instituído utilizando-se técnicas avançadas de cateterismo, sem cortes. Através de uma simples punção, é possível realizar o tratamento das varizes pélvicas por meio de embolizações e também tratar sua causa com a utilização de stents vasculares”, esclarece o especialista.

 

Recuperação rápida

Como o procedimento é realizado sem incisões e sob anestesia leve, a recuperação é rápida. Os benefícios são visíveis em poucos dias, com alívio muito importante dos sintomas na grande maioria dos casos. “Para que tenhamos um resultado adequado, é imprescindível uma avaliação completa e acompanhamento com o ginecologista, a fim de descartar outras causas possíveis de dor pélvica crônica”, adverte Dr. Marcio.

Apesar de haver poucas complicações relacionadas a essa modalidade de tratamento minimamente invasiva, algumas varizes podem ser graves e o procedimento deve ser realizado por cirurgiões vasculares e endovasculares devidamente titulados e capacitados. “No meu caso, a recuperação foi rápida e a dor foi sumindo dia a dia; voltei a ter uma vida normal”, celebra Patrícia.

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