Tecnologia em favor da vida
Avanços na radioterapia elevam possibilidades de cura ao mesmo tempo em que protegem células sadias
A medicina é uma área que está em constante evolução e a medicina coloca cada vez mais a tecnologia a serviço da saúde. A meta final sempre será o combate às doenças, preservando a vida. Entre as mais recentes inovações estão as tecnologias em radioterapia usadas para combater os mais diversos tipos de câncer. Com precisão, o tratamento atinge diretamente o tumor, minimizando as áreas e órgãos vizinhos.
Várias são as vantagens e benefícios para o paciente. O médico aponta um grande passo possível graças à precisão proporcionada pelos equipamentos modernos: a possibilidade de se fazer mais sessões. “Quando você faz a radioterapia em qualquer lugar do corpo, os tecidos sadios também recebem radiação. Por isso, existe um limite para não deixar sequelas. Nessa tecnologia, como é possível preservar o tecido circunvizinho, conseguimos também aumentar a dose final de tratamento e isso aumenta o percentual de cura”, detalha Dr. Ferreira.
Outra possibilidade, descreve Dr. Rodrigues Ferreira, é tratar tumores que recidivaram. “Você consegue retratar tumores que já foram tratados e são recidivados, o que não seria possível com outra tecnologia”. Isso acontece porque muitas vezes a área em volta já apresenta sequelas quando o paciente foi submetido à radioterapia convencional e, por isso não é possível mais fazer esse tipo de tratamento. Já a tecnologia moderna pode ser usada sem prejuízo, ampliando as chances de cura.
O físico Marcos Antonio da Silva, especialista em física médica e supervisor em proteção radiológica, destaca que essa tecnologia é extremamente segura, podendo ser aplicada em áreas que são de difícil acesso por estarem próximas a órgãos vitais. Ele explica que foram implementadas quatro novas técnicas de procedimento: IMRT (radioterapia de intensidade modulada por feixe de radiação); radioterapia estereotáxica craniana e corporal (também chamada extra-craniana) e radiocirurgia.
“Essa tecnologia é extremamente segura, podendo ser aplicada em áreas que são de difícil acesso por estarem próximas a órgãos vitais.”
“Com a IMRT você controla a quantidade de radiação: onde precisa mais dose chega mais radiação, onde precisa menos, chega menos. É possível tudo isso em uma única sessão, de acordo com a necessidade de cada paciente”, define. Já na radiocirurgia, o tratamento é feito em uma única sessão, altas doses chegam até o volume alvo em apenas uma aplicação. A técnica pode ser realizada em várias regiões do corpo, porém, o mais comum são nos tumores cerebrais, além de diversas outras neuropatias.
O tratamento é feito diariamente e, em todos esses procedimentos, é necessária uma localização precisa das áreas a serem tratadas e das que devem ser protegidas. Para isso são realizados exames diagnósticos específicos para radioterapia, como Tomografia Computadorizada, Ressonância magnética, PET-CT e outros.
“É um grande avanço na radioterapia, ela está com o foco cada vez mais direcionado e preciso e isso poupa o tecido sadio das sequelas da radioterapia. É precisão máxima com pouco envolvimento dos órgãos vizinhos. Isso garante um bom tratamento”, diz Marcos Silva.
Os físicos trabalham em conjunto com os médicos. Eles prescrevem as doses e o físico é o responsável por fazer cálculos e estabelecer o local correto da aplicação. “Por isso é imprescindível a presença de um físico especialista para garantir o posicionamento preciso. O tumor pode se deslocar de um dia para o outro. É o físico quem vai calcular a quantidade de radiação e como ela será aplicada para proteger os órgãos e atingir o volume alvo corretamente”, aponta Marcos.
Sobre a Radioterapia
Funções da Radioterapia
- Radioterapia curativa – a meta é controlar o tumor buscando a cura do paciente;
- Radioterapia remissiva – usada para reduzir o tamanho das células cancerígenas;
- Radioterapia profilática – método preventivo indicado em casos onde não há nenhum tipo de volume tumoral presente, mas detecta-se a existência de possíveis células neoplásicas dispersas;
- Radioterapia paliativa – busca diminuir sintomas como dor intensa, sangramentos ou compressão de órgãos ou da parte neurológica e óssea;
- Radioterapia ablativa – a radiação é usada para suprimir a função de um órgão.