Medicina

Sua coluna nova em folha

Técnica cirúrgica minimamente invasiva é opção segura e rápida para tratamento de problemas na coluna

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Há apenas uma década, fazer uma cirurgia de coluna significava ficar afastado das atividades normais por mais de um ano. Esse impedimento, somado aos altos riscos do procedimento, fazia com que muitas pessoas preferissem continuar sentindo dor a “entrar na faca”. Hoje, os avanços das técnicas cirúrgicas mudaram esse quadro. Com as cirurgias minimamente invasivas da coluna, o paciente sai do hospital em até 48 horas e o seu tempo de recuperação é de apenas alguns meses.

Atualmente, as cirurgias minimamente invasivas da coluna são o que existe de mais avançado em tratamento cirúrgico no mundo. Nos últimos 20 anos, essas técnicas ganharam destaque por sua eficiência e pelos resultados comprovadamente superiores aos das cirurgias tradicionais, com menos riscos e maiores benefícios aos pacientes. Ao apresentar menor agressão aos tecidos do corpo, menores incisões, que geram menores cicatrizes, menor tempo de cirurgia e de recuperação, a cirurgia de coluna (artrodese) minimamente invasiva caracteriza-se principalmente por causar menor dano interno, preservando a saúde geral do paciente, além de menos sangramento, menor tempo de hospitalização, menor incidência de complicações pós-operatórias, menos dor e restrição física.

A MISS TLIF (Minimally Invasive Spine Surgery – Transforminal Lumbar Interbody Fusion), ou artrodese minimamente invasiva da coluna vertebral, é uma dessas técnicas vantajosas. Realizada por meio de afastadores com luz de led inseridos através de um tubo, a técnica permite ao cirurgião enxergar com precisão o que está fazendo. “Em vez de grandes incisões e manipulações traumáticas, chegamos em poucos minutos ao agente agressor através de pequenas vias de acesso, evitando prejuízos à coluna e aos tecidos adjacentes e proporcionando uma recuperação rápida ao paciente”, afirma o cirurgião ortopedista Dr. Pablo Sobreiro, um dos precursores da cirurgia videoendoscópica da coluna no Paraná, que opera utilizando a técnica MISS TLIF e atende no Hospital Sugisawa, em Curitiba.

 

Fim do sofrimento

A engenheira Juliana Bellagamba Beheregaray, de 39 anos, sofria de crises agudas de dor desde os 14 anos, devido a duas hérnias de disco severas.  Apesar de ter utilizado todo tipo de medicamento e tentado tratamentos alternativos (quiropraxia, acupuntura e Pilates), nada a impedia de sofrer novas crises ao menor esforço.  “Quando aconteciam as crises, eu precisava tomar morfina para suportar a dor. Esse processo se estendia por 15 dias, período em que eu não podia andar, sentar, me movimentar”, relata a paciente. Há três meses, Juliana operou a coluna e está recuperada. “Fiz a cirurgia em uma quarta-feira e na sexta já estava andando. É maravilhoso viver com a certeza de que não vou mais sentir essa dor. Foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida”, comemora.

Por utilizar microinstrumentos e lupa cirúrgica, a MISS TLIF também pode ser realizada em vários discos vertebrais na mesma sessão cirúrgica, mesmo que eles estejam em níveis espaçados. “A cirurgia convencional demora de duas a três horas para ser realizada. Com esta técnica, terminamos o procedimento em uma hora”, diz Dr. Pablo Sobreiro.

Para o gerente Marcos Joaquim de Almeida Grada, de 48 anos, que durante anos sentiu muitas dores na região do cóccix, limitando seus movimentos, a cirurgia foi um santo remédio. “Eu morava no interior de São Paulo, onde o clima é quente, e quando vim para Curitiba comecei a sentir muita dor na coluna. Tentei  controlar o problema com remédios e fisioterapia, mas somente a cirurgia resolveu as minhas dores”, relata.

A mesma sensação de alívio obteve o gerente operacional Samuel Ferreira de Farias, de 34 anos, que durante oito anos sofreu de fortes dores nas vértebras C5 e S1, devido a uma discopatia degenerativa. ”Durante as crises, tinha que me afastar do trabalho, tomava remédios controlados e tinha que ficar em repouso. Com a cirurgia, dois dias depois saí do hospital andando, em duas semanas já estava trabalhando e em 28 dias estava 100% normal. Deitar e levantar sem dor é tudo de bom!”, destaca o paciente.

 

O passo a passo da cirurgia

Após confirmado o diagnóstico pelos exames de ressonância magnética ou tomografia computadorizada, o cirurgião determinará a melhor técnica a ser utilizada para operar a coluna do paciente. No caso da MISS TLIF, primeiro um fluoroscópio demarca a pele no local onde será feita a incisão pela qual passará o sistema de afastadores atraumáticos tubulares que dará acesso à cirurgia. Assim, são separados músculos e tecidos para facilitar o campo de atuação. Por meio de uma lupa cirúrgica, com uma fonte de LED que ilumina o campo cirúrgico, o cirurgião faz o reparo na coluna – seja para tratar uma artrose, uma hérnia de disco, uma protusão discal ou uma espondilistese, com ou sem a utilização de próteses, enxertos, hastes ou parafusos.

“O fluoroscópio delimita a área exata onde será efetuada a cirurgia, proporcionando um excelente campo de visão e permitindo a precisão do procedimento conforme as particularidades do corpo do paciente”, salienta Dr. Sobreiro. Após a cirurgia, os tecidos deslizam de volta ao seu lugar e o paciente vai para o quarto, onde geralmente permanece por 48 horas. “No mesmo dia da cirurgia o paciente começa a andar, com o auxílio de um fisioterapeuta, que acompanhará sua reabilitação”, destaca o especialista.

Durante sete anos, a professora aposentada Leucadia Maria Eredia, de 62 anos, sofria com dores horríveis na bacia, que refletiam nas costas, joelhos e pernas, afetando sua qualidade de vida. “Procurava ajuda, mas os médicos diziam que o meu problema era decorrente do sobrepeso, que eu precisava fazer regime ou redução de estômago para eliminar as dores. Porém, eu sempre me senti feliz e saudável do jeito que eu sou. Resolvi procurar uma alternativa, consultei especialistas e um profissional que realiza microcirurgia da coluna e optei pela técnica”, conta a paciente. “Com a ajuda da fisioterapia, em 15 dias já estava caminhando pela rua e me agachando sem sentir nada”, festeja.

De acordo com o ortopedista, a maioria dos planos, seguros e autogestoras de saúde já reconhecem o benefício da técnica e validam o procedimento. O que difere entre eles é que cada um adere a um tipo de implante, enquanto outras estabelecem o tipo de material que será utilizado. “Em todos os casos utilizamos os sistemas de afastadores. Se for interessante para o paciente, informamos que existem outros implantes, que podem facilitar ainda mais a cirurgia”, finaliza Dr. Pablo Sobreiro.

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