Medicina

Passos sem dor

Com os avanços da medicina de prevenção e a alta tecnologia em cirurgias e próteses, o tratamento da artrose do quadril e do joelho, garante uma qualidade de vida para pacientes de qualquer idade

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Dores – inicialmente esporádicas – nas articulações, em especial no frio, rigidez, sensação “de areia nos joelhos” e dificuldade de movimentos, como ao cruzar as pernas, podem ser sintomas de artrose, processo degenerativo em articulações do corpo humano. “Pode ocorrer devido a fatores como herança genética, pequenas más formações na articulação ou repercussão dos hábitos de vida, como a obesidade e o sedentarismo”, esclarece o ortopedista Mark Deeke, especialista no cuidado de joelho e quadril.

De acordo com ele, as articulações mais comumente acometidas pela artrose são aquelas que suportam uma parte do peso corpóreo, como as da coluna cervical, lombar, dos quadris e dos joelhos. O diagnóstico é feito por radiografia, mas havendo necessidade de investigação mais precisa (como no caso de problemas nos meniscos, que são os amortecedores dos joelhos) indica-se a ressonância magnética.

 

Prevenção e controle da dor

O Dr. Mark Deeke explica que, em todas as faixas etárias, a prevenção da artrose é necessária para retardar o processo de desgaste da cartilagem articular.

Quando a doença se apresenta, é também importante que um especialista investigue as causas, dando as orientações pertinentes a cada caso: “Prevenir a artrose com disciplina e manter uma rotina saudável retardará o aparecimento dos sintomas, o que é a melhor opção para se evitar tratamentos futuros”, afirma o ortopedista.

Para a artrose de quadril e joelhos, que acomete grande parte da população (segundo dados do Ministério da Saúde, somente a artrose de quadril acomete 10% da população e mais da metade da parcela de brasileiros com mais de 65 anos), algumas medidas podem ser tomadas tanto para prevenção quanto para tratamento. O Dr. Deeke cita atividades físicas moderadas e perda de peso, bem como a utilização de medicamentos, aumentando a resistência da cartilagem, amenizando dores e prolongando a sobrevida da articulação: “A orientação médica da melhor atividade física para cada tipo de artrose e a supervisão de profissionais de educação física e fisioterapeutas podem garantir excelentes resultados em médio prazo”, acrescenta.

Segundo o médico, para a maioria dos pacientes com desgaste articular em grau moderado, as medicações tradicionais não são tão eficientes quanto no início: “Nesta situação, as cirurgias minimamente invasivas poderão ser cogitadas, ou mesmo o uso de medicamentos injetáveis na articulação, que funcionam como um lubrificante, sobretudo nos joelhos”.

 

Tratamento Cirúrgico

Depois de uma queda, a professora aposentada Maria de Jesus Durand, de 69 anos, precisou fazer uma artroscopia exame e tratamento de lesões no interior das articulações no joelho esquerdo. A artroscopia serviu para examinar e tratar as lesões no interior da articulação, resultando na melhora da paciente: “Porém, acabei sobrecarregando a perna direita por falta de cuidados e, há seis meses, devido à artrose avançada, coloquei uma prótese no joelho direito”, conta. “Não senti nada em nenhum dos procedimentos, a cicatriz ficou perfeita e estou tão bem que já voltei à minhas atividades normais”.

Para alguns casos, é indicada uma variação da técnica: o uso de plasma enriquecido em fibrina, material retirado do sangue do paciente. Esse líquido contém células com o potencial de desenvolver um tecido de reparação parcial das lesões de cartilagem. “São técnicas em desenvolvimento, que começam a apresentar os primeiros resultados, explica o Dr. Mark Deeke. No entanto, esses procedimentos são, em geral, paliativos e seu uso deve ser discutido caso a caso, a fim de retardar a necessidade da cirurgia definitiva com colocação de prótese.

Para os casos de artrose avançada do quadril ou joelho, em que a dor é incontrolável e há restrição dos movimentos e presença de deformidades, a colocação de uma prótese articular é a principal opção a ser considerada. Foi o caso da aposentada Marilda Julia Staben, de 64 anos, que já havia colocado prótese no quadril e, recentemente, também colocou nos joelhos. ”Não senti nada, minha qualidade de vida melhorou 100% e hoje sou outra pessoa”, comemora a paciente que foi operada em dezembro passado. “Acabaram as dores, as limitações e, em mais alguns dias, poderei até sambar”.

 

Prótese articular

O resgate da qualidade de vida, a independência dos medicamentos e a autonomia para as atividades do cotidiano são pontos importantes a serem ponderados por pessoas que apresentam artrose avançada e poderão necessitar de prótese. “Com excelentes resultados clínicos e durabilidade prolongada, a prótese irá substituir as extremidades da articulação através de implantes artificiais”, explica o Dr. Mark Deeke. Para ele, as principais vantagens desta cirurgia são o efetivo controle da dor e a restituição dos movimentos.

O ortopedista afirma, ainda, que a tecnologia tem avançado a passos largos e muito foi conquistado, tanto na área dos implantes, como na das técnicas cirúrgicas, anestésicas e  pós-operatório, possibilitando segurança aos pacientes mais idosos e, aos mais jovens, durabilidade dos implantes.

Bom exemplo são os sistemas de navegação ortopédica que funcionam como um GPS, localizando no corpo do paciente, pontos de referência para permitir o melhor posicionamento dos instrumentos e das próteses. Essa precisão aumenta a durabilidade das próteses “É uma verdadeira ‘medicina-arte’, que se transforma continuamente ao valer-se da alta tecnologia, visando alcançar o bem maior que é a saúde”, conclui o Dr. Deeke.

Artrose Joelhos e Quadris

  • A artrose de joelhos e quadris tem sintomas específicos que, se detectados no início, podem ser tratados e minimizados a fim de evitar o agravamento da doença. São eles:
  • Dor articular aos movimentos na região da nádega, virilha ou coxa, dificuldade ao descer escadas, ajoelhar-se ou a sensação de areia nos joelhos;
  • Dificuldade em levantar-se depois de ter estado sentado bastante tempo e/ou ao acordar;
  • Rigidez articular (articulação presa) que cede em alguns minutos, após o movimento;
  • Inchaço e/ou aumento da região articular com deformidade articular.
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