Endocrinologia

Pacientes com câncer de tireoide têm opção de tratamento em Curitiba

Quanta Diagnóstico Nuclear oferece radioiodoterapia, essencial para evitar o reaparecimento da doença

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A Medicina Nuclear tem um papel fundamental no tratamento do câncer de tireoide, que segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), pode ser considerado o mais comum da região da cabeça e pescoço. A radioiodoterapia (terapia com iodo radioativo) é uma importante arma para a recuperação da saúde.

“A radioiodoterapia facilita o acompanhamento do paciente e complementa o tratamento, ajudando a evitar o reaparecimento da doença e even­tuais metástases do câncer de tireoide”, explica o médico nuclear e radiologista da Quanta Diagnóstico Nuclear, Dr. Juliano Cerci­. “É preciso esclarecer a população a respeito de alguns tipos de câncer. O da tireoide pode ser curado com esse tipo de tratamento”, afirma o diretor da Quanta Diagnóstico Nuclear, o cardiologista e médico nuclear João Vítola.

Um dos tratamentos oferecidos pela clínica é a aplicação de doses terapêuticas de iodo 131, também conhecido como radioiodoterapia. A terapia é realizada por meio da ingestão de iodo radioativo, que atua diretamente nas células da glândula tireoide. O tempo de internamento do paciente varia conforme a dose indicada, normalmente cerca de 24 horas. O paciente recebe uma dose única da substância por via oral. “Essa terapia é muito importante para os pacientes indicados, pois elimina as células de tecido tireoideano do organismo”, comenta Dr. Carlos Cunha, médico nuclear da Quanta Diagnóstico Nuclear. “Por mais hábil que seja o cirurgião, é muito difícil retirar todas as células, pois são microscópicas”, completa Dr. Carlos.

Segundo o Dr. Juliano, mais de 50% da população pode apresentar nódulos (caroços) na tireoide, mas apenas 10% deles são câncer. Embora o câncer de tireoide possa provocar rouquidão ou dificuldades para engolir alimentos e respirar, esses sintomas não são comuns. Muitas vezes, o paciente nem apresenta sintoma. O diagnóstico pode ser realizado em um exame clínico ou por exame de ecografia. “Os nódulos suspeitos de câncer devem ser submetidos à punção por agulha fina para obter uma amostra das células”, esclarece Dr. Juliano.

 

Diagnóstico e tratamento do câncer de tireoide

O empresário M.N.N.*, 57 anos, descobriu um nódulo maligno no final de 2009, depois de quase um ano do aparecimento do primeiro sintoma. Em novembro de 2008, M. ficou com a voz rouca de um dia para o outro, e embora rea­lizasse tratamento para hipotireoidismo há 14 anos, acreditou que a falta de voz fosse um problema simples e nem imaginou que poderia ter alguma relação com sua tireoide. “Como sempre falei muito alto, acreditei que poderia ser só um problema de garganta. Consultei um otorrinolaringologista e fui orientado a fazer fonoterapia”, conta.

Depois de algumas sessões, M. percebeu que a sua voz não vol­tava ao normal. Como o trabalho ocupava a maior parte do seu tempo, acabou não dando muita atenção para o problema. “Sempre me preocupei mais com o trabalho do que com a saúde. E durante esse tempo, ainda tive uma depressão profunda, que me afastou, inclusive, do emprego”, lembra. “Somente quando fiquei um pouco melhor, acabei procurando outro otorrinolaringologista para tentar descobrir porque minha voz não melhorava”.

Em julho de 2009, ao procurar outro­ especialista precisou fazer uma tomografia e uma ecografia para inves­tigar problemas na tireoide. Os resultados dos exames detectaram um nódulo. “Hoje, graças aos avanços da tecnologia podemos detectar o câncer. Mesmo com os problemas que tive, sem essa tecnologia nunca poderíamos descobrir a minha doença”, ressalta M. N.

A cirurgia para a retirada do tumor na tireoide foi realizada em novembro do ano passado. “O tumor possuía cerca de cinco centímetros e por causa disso, não foi possível salvar uma das cordas vocais”, observa o empresário, que hoje possui a voz um pouco rouca e mais baixa. Após o procedimento cirúr­gico, ele foi orientado a realizar a radioiodoterapia para eliminar qualquer célula de câncer que possa ter permanecido no organismo.

O tratamento foi realizado na Quanta Diagnóstico Nuclear, na Unidade Almirante. “A clínica foi indicada para fazer a terapia, mas eles não possuíam cobertura do meu plano de saúde”, lembra. “Entretanto, como achei a infraestrutura excelente e fui muito bem recebido e orientado pelos médicos, decidi fazer a radioiodoterapia lá mesmo assim. A equipe da Quanta me ajudou muito”, lembra. “Estamos procurando estabelecer novos convênios para auxiliar os pacientes”, conta o gerente administrativo da Quanta Diagnóstico Nuclear, Ademar Ferreira.

A radioiodoterapia foi realizada em dezembro, pouco tempo depois da cirurgia. “Antes da terapia, precisei fazer uma dieta pobre em iodo durante quinze dias. Após a ingestão da cápsula com iodo, ingeri muita água para eliminar o iodo pela urina”, expõe­. M. ficou internado por 36 horas para que a radiação do seu corpo voltasse aos níveis normais. “Fui muito bem tratado por todos, além da clínica ser muito bem preparada”, avalia.

 

Um dia de cada vez

Com a radioiodoterapia, as chances de reaparecimento do câncer são pequenas. “No caso do M., a dose administrada se concentrou no tecido remanescente de forma significativa, e a partir de agora, ele deverá ser acompanhado por um endocrinologista que solicitará exames para monitorar os níveis hormonais e exames de sangue para detectar a presença de células tireoidea­nas no organismo”, explica Dr. Carlos Cunha.

Para M. N., ficou uma lição. “Embora não existam comprovações médicas ou científicas, acredito que o estresse ajudou no surgimento de minha doença. Aprendi a ser mais tranquilo”, declara. Afastado do trabalho desde o início do tratamento, quando questionado sobre o futuro, diz não fazer planos. “Já trabalhei bastante e não sei quando ou se voltarei. Nós nos preocupamos tanto com o amanhã e no que poderíamos ter feito, que esquecemos do hoje. Por exemplo, se não tivesse me preocupado com trabalho, talvez minha doença tivesse sido diagnosticada mais cedo, talvez eu poderia não ter perdido uma corda vocal, mas é talvez. Hoje, vivo um dia de cada vez”, diz.

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