Odontologia

Os cuidados com os dentes começam na barriga da mamãe

Pouca gente sabe, mas as orientações do dentista são essenciais mesmo antes do bebê nascer

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O  mais interessante em escrever uma matéria sobre odontopediatria é que poderíamos começar o texto exatamente como nos livros de história infantil, colocando já na primeira linha a frase “Era uma vez…”. A integração dessa especialização da odontologia com o histórico das famílias é muito grande e já começa mesmo antes do nascimento do bebê. É bem provável que muitas mamães não saibam que não é preciso esperar pela primeira dentição para procurar um especialista. “Mesmo durante a gestação já é recomendado receber as primeiras orientações sobre higienização da cavidade bucal e dentição, posição correta para amamentação, dicas sobre alimentação, uso de mordedores e escolha do bico da mamadeira. Além disso, manter a saúde bucal da gestante evita as doenças periodontais que poderão ter relação com o parto prematuro e com o baixo peso do bebê”, explica a odontopediatra Dra. Cássia Fuganti.

Quando a criança nasce, a formação da dentição já está em andamento, com o desenvolvimento da musculatura e, o crescimento ósseo. “Essa fase é muito importante. A amamentação materna tem relação direta com o desenvolvimento ósseo e muscular da face, favorecendo o posicionamento adequado das arcadas dentárias, da língua e dos lábios. A sucção da mama favorece o desenvolvimento global e também das funções de mastigação, deglutição e respiração, facilitando o equilíbrio entre as estruturas. Se realizada de forma inadequada, ela pode gerar algum tipo de alteração difícil de corrigir no futuro”, explica a dentista.

Mais que um profissional da área, conhecedor profundo da técnica, o odontopediatra precisa ter algumas qualidades diferenciadas, principalmente no trato com as crianças e os bebês. Já dá pra imaginar o tamanho da agitação e da desconfiança dos pequenos quando entram no consultório do dentista. Se para alguns adultos já é um incômodo, não sejamos ingênuos ao pensar que alguém na idade infantil irá se comportar na cadeira do dentista. Milagres não acontecem. Para que a criança se sinta à vontade ela precisa estar familiarizada com o ambiente e com o profissional que a está tratando. Não há como forçar essa relação, por isso, quanto antes os pais encontrarem um odontopediatra de sua confiança, mais fácil ficará a adaptação para a criança.

Relação de confiança

João Vitor tem 3 anos e meio e é filho do paizão Fernando Ricardo Veroneze, de 30 anos, gerente comercial. Desde o primeiro ano de vida o menino frequenta a mesma odontopediatra, por precaução e por conta de uma fratura quase imperceptível, mas que chamou a atenção do pai. “Buscamos uma relação de confiança com a profissional, que teve muita paciência e técnica para conseguir fazer meu filho abrir a boca e ficar à vontade na cadeira”, revela Fernando. “Mesmo a mancha no dente não sendo nada, pai sempre fica preocupado e, além de ser especialista na área, o dentista precisa levar jeito para atender as crianças. Não dá para chegar e começar logo o tratamento. Tem toda uma preparação, conversa, brincadeiras. Até o jaleco precisa ser diferente, lúdico. Hoje, João Vitor já está mais do que familiarizado com o ambiente do consultório odontológico”, conta o pai.

A mãe do Marcelinho, de 2 anos, diz que a decoração e a limpeza do consultório, o profundo conhecimento do profissional e o tato para lidar com as crianças, a sala de brinquedos, a paciência e o amor pelo que faz foram as qualidades escolhidas na hora de procurar por um odontopediatra. A psicóloga Vanessa A. Luparia Vanhazebrouck, de 31 anos, dificilmente confiaria seu filho aos cuidados de qualquer pessoa. “Além da confiança da criança, os pais também precisam ser conquistados. Queremos que os filhos se sintam bem, mas somos nós que avaliamos a qualidade do profissional, se ele é mesmo interessado pelo que faz”, revela a mãe, contando que uma vez precisou de atendimento emergencial por conta de uma queda de Marcelinho. “Meu filho bateu a boca e precisou de cuidados urgentes. Nessa hora valeu a confiança na odontopediatra dele, que, além da disponibilidade, tem em seu consultório uma estrutura completa de equipamentos. Com crianças, vivemos passando por situações como essa”, desabafa Vanessa, aliviada.

 

Prevenção

É importante frisar que não há uma idade determinada para começar a frequentar o dentista. Quanto mais cedo for a visita, mais eficaz será o trabalho preventivo. “Embora os tratamentos evoluam rapidamente, sem dúvida, é melhor prevenir um problema do que ter que solucioná-lo depois”, aconselha Dra. Cássia.

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