Fisioterapia Uroginecofuncional

O que você precisa saber sobre a incontinência urinária

Além de melhorar a função sexual, exercícios que fortalecem a região pélvica (períneo) podem ser a solução definitiva para a incontinência urinária

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Você não consegue controlar a urina em momentos inesperados de tosse, ou risadas mais calorosas e espontâneas? Ou, ao fazer algum esforço inesperado, não dá tempo sequer de chegar ao banheiro? Se a resposta para uma dessas perguntas for positiva, então chegou a hora de pedir ajuda. Atualmente, a fisioterapia é o tratamento mais eficaz para tratar a incontinência urinária de esforço, a bexiga hiperativa (urge incontinência) e a incontinência mista, devolvendo a liberdade, função sexual e a qualidade de vida.

“Eu convivia com a expectativa constrangedora de não conseguir controlar a incontinência urinária quando ria ou fazia enforço. Precisava, portanto, manter-me vigilante e sempre protegida com absorventes íntimos, que me ofereciam um pouco mais de segurança, mas me incomodavam. Além disso, tornava-se indispensável a constante ida ao banheiro para esvaziar a bexiga, principalmente após ingestão de líquidos. E, nos dias frios, ficava ainda mais suscetível a todas essas situações. Assim, eu vivia insegura, muito desconfortável, incomodada, principalmente quando estava no trabalho ou em qualquer outro lugar longe da minha casa, prejudicando também a convivência social. Precisava resolver esse problema. Inicialmente, pensei que a solução mais eficaz seria a cirurgia de períneo, mas fui buscar opiniões de médicos e concluí que esse procedimento também não era garantia de uma solução duradoura. Foi então que meu médico ginecologista me sugeriu a fisioterapia como uma alternativa antes de me submeter a uma cirurgia. Nas primeiras dez sessões já senti diferença. Fiquei surpresa com o controle que passei a ter nessas situações inesperadas. Minha segurança começou a aumentar cada vez mais, já não sinto necessidade de usar absorventes íntimos diariamente. Além disso, melhorou minha função sexual, pois o tratamento fortalece toda a musculatura do períneo. O relacionamento ganhou um toque de emoção. Estou muito satisfeita com os resultados alcançados”, relata a bancária M.E.G., de 55 anos.

A fisioterapeuta Dra. Josleide Baldim Hlatchuk, com formação em Uroginecologia, RPG e Osteopatia, proprietária da Clínica Fisio Global, em Curitiba, conversou com a Revista Corpore e esclareceu as principais dúvidas sobre a incontinência urinária por esforço, mal que atinge quase 60% do público feminino.

 

A incontinência urinária é um problema decorrente do envelhecimento?

Dra. Josleide: Não. O problema é justamente acreditar que a dificuldade de controlar a urina é consequência natural do envelhecimento, e, assim, conviver com esse desconforto sem procurar ajuda profissional, por sentir receio ou vergonha de falar sobre o assunto. A incontinência urinária é um problema comum, que afeta mais de 10 milhões de pessoas no Brasil e pode acontecer na menopausa, após o parto ou a histerectomia (cirurgia para retirada do útero), como também pode estar relacionada ao uso de medicamentos, à infecção urinária, intestino preso, obesidade ou problemas hormonais.

 

Qual a principal causa da incontinência urinária?

A fraqueza muscular. Os músculos do abdômen e do períneo, que seguram a bexiga, útero e intestinos, já não conseguem mais atuar da forma ideal.

 

Por que é necessário o acompanhamento de um profissional da área da fisioterapia?

A maioria das mulheres é incapaz de realizar uma contração do períneo somente pela simples instrução verbal e seu comando mental, por isso é tão importante o acompanhamento de um fisioterapeuta especializado, que vai ajudá-la a conhecer o seu próprio corpo, a desenvolver essa consciência corporal e o controle.

 

Por que a fisioterapia é o tratamento mais indicado para a incontinência urinária?

Atualmente, é o tratamento mais indicado por ser menos invasivo, apresentar menos reações adversas, ter menor custo e contraindicações. Além de melhorar ou mesmo curar a incontinência urinária, a fisioterapia, por fortalecer a musculatura do assoalho pélvico, também melhora a função sexual, o que é de crucial importância para a qualidade de vida da paciente e melhora da autoestima.

 

Conheça todas as etapas do tratamento

• Avaliação minuciosa para diagnosticar o tipo de incontinência.
• Biofeedback (eletrodos vaginais estimulam a executar os exercícios corretamente).
• Eletroestimulação.
• Ginástica hipopressiva.
• Cinesioterapia direcionada ao assoalho pélvico, abdominais, adutores e glúteos e a prática de contrações conscientes e eficazes.
• Orientação para treinamento individual em casa.
• Acompanhamento com treinamento supervisionado no mínimo uma vez por semana.

*O nome da paciente foi abreviado para preservar sua identidade.

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