Medicina

Novas técnicas de Vitrectomia Transconjuntivalde baixo calibre para o tratamento de doenças da retina

O procedimento permite recuperação mais rápida

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Os nossos olhos são as lentes que usamos para ver o mundo. Esta estrutura tão complexa, que contempla córnea, cristalino, íris, pupila, nervos e retina, algumas vezes precisa de uma ajuda da tecnologia e da medicina para funcionar perfeitamente. A retina, por exemplo, é o local onde as imagens se formam. Compostas por células sensíveis à luz, ela transmite a imagem ao cérebro pelo nervo ótico e nos possibilita ver as cores e formas ao nosso redor. Quando algum problema ocorre nesta parte do corpo, nossa capacidade de visão fica limitada.

Um problema grave que pode levar à perda visual é o descolamento de retina. Recentemente, uma técnica chamada Vitrectomia Transconjuntival 25 e 23 gauge (unidade de medida), desenvolvida no hospital Johns Hopkings, nos Estados Unidos, melhorou os procedimentos para o tratamento de patologias vitreoretinianas. “O procedimento permite uma recuperação mais rápida e um pós-operatório mais tranquilo”, comenta o oftalmologista Dr. Gildo Fujii.

A técnica envolve o uso de instrumentos de baixo calibre, ou seja, com tamanho bem reduzido, em comparação aos comumente usados, o que possibilita, na maioria dos casos, minimização ou mesmo ausência de suturas. “A técnica convencional é mais agressiva, pois é preciso fazer uma incisão maior, com mais trauma ocular e mais inflamação no pós-operatório. A nova técnica promove uma recuperação mais rápida do paciente”, sintetiza Dr. Fujii.

Os instrumentos utilizados na vitrectomia, além de apresentarem um tamanho menor, permitem um acesso mais facilitado dentro do olho, uma vez que se utilizam microcânulas. “A cirurgia ficou mais rápida, mais segura e com menos complicações. Isso possibilitou melhores resultados. Antes era preciso fazer amplas incisões de acesso na conjuntiva e na esclera. Agora não. Tudo é feito em uma etapa só, com uma única microincisão que cicatriza de forma facilitada”, salienta.

Na medicina, riscos e benefícios sempre são avaliados antes de um médico indicar determinado procedimento. Com a cirurgia vitreoretiniana, os pacientes têm à disposição uma opção mais segura e os médicos têm maior tranquilidade e segurança para indicar a cirurgia. “É um avanço importante na cirurgia vitreoretiniana, que possibilitou resultados mais consistentes”, pontua Dr. Fujii.

O descolamento de retina é uma condição muito grave e precisa ser tratado com urgência, pois pode prejudicar a visão de forma permanente, levando à cegueira irreversível em casos extremos. O tratamento é quase sempre cirúrgico. Entre os sintomas característicos do problema estão: aumento gradual ou súbito de moscas volantes (pontos escuros, de formas diversas, móveis, que parecem flutuar no campo de visão), flashes luminosos (como relâmpagos ou flashes fotográficos), aparecimento de uma sombra ou cortina sobre uma determinada área do campo de visão e/ou turvação da visão. A fibrose ou hemorragia intraocular também é um exemplo de problema que necessita de intervenção cirúrgica com vitrectomia. “A vitrectomia com instrumentos de baixo calibre se tornou uma técnica cirúrgica fundamental no tratamento de muitas patologias vitreoretiniana”, conclui Dr. Fujii.

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