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Novas ferramentas

A odontologia moderna conta com o aprofundamento do conhecimento e a criação de novas especialidades

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Nos últimos 30 anos, a odontologia evoluiu muito e está integrada à saúde global do corpo humano. As pesquisas relacionadas ao assunto, cada vez mais sofisticadas, caminham na direção da unificação dos cuidados, ou seja, tratar uma dor no estômago, aumentar a autoestima implantando ou transplantando cabelos, cuidar da saúde dos pés e consultar periodicamente o médico e o dentista fazem parte de um conjunto, e não mais de medidas isoladas. Isso se torna mais convincente quando pensamos em um quebra-cabeça. Estudos apontam que o nosso corpo funciona da mesma forma. É cuidando das partes que beneficiaremos o todo.

Assumindo essa lógica, está mais do que comprovado que uma saúde bucal deficiente pode acarretar em sérios problemas cardíacos e uma doença gengival tem inclusive influência em um parto prematuro ou no nascimento de uma criança abaixo do peso. Outras patologias da área também têm relação com a saúde geral, como dores de cabeça e articulação, o mau-hálito e a estética. Sendo assim, a odontologia cumpre duplo papel: é a responsável por uma das peças mais importantes do corpo, a boca; e tem uma função social muito importante na vida das pessoas.

Por essas funções, com o passar do tempo algumas adaptações foram surgindo na odontologia. Ao todo, são 19 as especialidades reconhecidas pelo Conselho Federal de Odontologia. Dessas, demonstrando o interesse na evolução da profissão, cinco são recentes (veja o quadro). “Se o clínico geral ficar responsável por tudo seria praticamente inviável manter a qualidade dos tratamentos. Hoje, não se pensa mais em uma pessoa fazendo a restauração, o implante, a cirurgia ou a extração. Cada tema é responsabilidade para um especialista”, comenta o Dr. Eduardo Gurkewicz, especialista em implantes e periodontia.

 

Regras para  especialidades

Existem regras para o dentista receber o título de especialista. Os cursos são de, no mínimo, 750 horas. Para a cirurgia, por exemplo, chega-se a exigir duas mil horas. Outro detalhe é que o dentista pode se apresentar como especialista em apenas duas áreas, pois o Conselho Regional de Odontologia entende que mais do que isso seria difícil o aprofundamento.

Para uma especialidade ser implantada é preciso existir o anseio da classe. Às vezes, sua criação pode levar até dez anos, dependendo do caso. Dr. Eduardo Gurkewicz, especialista em implantes e periodontia, diz que para ele a evolução da odontologia demonstra o respeito da classe com a população. “Estamos cumprindo nosso papel. Dividindo as tarefas entre os profissionais conseguimos dar muito mais atenção ao paciente e oferecer um tratamento ainda melhor, concentrando o foco de nosso trabalho em uma ou duas especialidades”, reflete o dentista.

Dona Dirlete de Fátima Faccio, de 58 anos, concorda. Diagnosticada com o diabetes em 1998, desde então destina uma atenção especial para os dentes. “Há alguns meses, procurei, com extremo cuidado, tratamento para realização de um implante, pois, para mim, os cuidados com a boca são uma questão de risco. Acho prudente o tratamento com especialistas, profissionais hipercompetentes. Antigamente, o clínico geral tinha o conhecimento de muitas áreas e era difícil conseguir um tratamento perfeito. Dividindo as tarefas, cada um na sua, há tratamentos que a gente faz uma vez e nunca mais causa transtorno. Dá para se entregar ao profissional sem correr riscos”, reflete Dirlete. Para a maioria dos pacientes, o valor de um tratamento tem muito mais a ver com o estado emocional, o bem-estar e a qualidade de vida que ele trará do que com os custos. “Queremos ter a certeza de um retorno para a saúde. Não queremos qualquer tratamento mal feito, que possa vir a despencar após um ano. Uma especialização é importante e as clínicas que oferecem profissionais de diferentes áreas no mesmo local facilitam bastante”, diz a senhora.

Pensando no sucesso do investimento em um especialista, o bancário aposentado Florindo Rojas Sola, de 58 anos, procurou tratamento para colocação de implantes optando por um local onde o dentista, além de ser especialista, contasse com profissionais bem preparados. “Fez muita diferença uma equipe atenciosa e qualificada. Realizei todos os exames gerais de saúde e meu osso foi minuciosamente analisado antes de qualquer proposta de tratamento. Fiquei mais seguro ao perceber que o dentista era perfeccionista. Considero um tratamento desses uma joia para a boca. Para mim, trouxe correção labial, mudança no sorriso, autoestima elevada e bem-estar”, contou o ex-bancário. No seu caso, em uma semana foram colocados os pinos. “Não senti nada, nenhum desconforto. Um mês depois estava com os dentes novos”, diz.

Dr. Eduardo reafirma a importância do constante aperfeiçoamento dos profissionais e alerta para a prevenção. “Todas as profissões estão em constante evolução. Com a odontologia não é diferente, surgem novas tecnologias a todo o momento. Os dentistas estão muito mais preparados, com mais acesso a materiais, artigos e cursos de especialização.

Há solução para praticamente tudo, mas é preciso avaliar cada caso, sem esquecer da prevenção. Ela ainda é a melhor prática e facilita muito a ação do profissional nos tratamentos. Não quer dizer que prevenindo ninguém mais precisará ir ao dentista, pelo contrário, as visitas periódicas devem ser prioridade, mas tratar uma boca saudável aumenta as chances de sucesso”, explica o especialista.

 

Futuro da profissão

As pessoas estão mais preocupadas com a estética. Em entrevista ao espaço “Exclusivo do Portal”, do site da Revista Corpore, Dr. Roberto Cavali, presidente do Conselho Regional de Odontologia do Paraná – CRO, disse que essa tendência se repete em todas as faixas etárias. “As pessoas de mais idade, que perderam seus dentes, estão deixando de usar próteses para fazer implantes e, com isso, sentirem-se mais bonitas, seguras e com mais qualidade de vida”, afirmou o cirurgião-dentista. “Com o desenvolvimento da especialidade do implante e o acesso mais facilitado, a procura só tem crescido”, revela.

Entre os mais jovens e pessoas de meia idade, é a ortodontia (correção da posição dos dentes) que se destaca. “Por simples melhoramento no aspecto da arcada dentária ou correção de problemas funcionais”, diz Dr. Roberto. “Falando de um futuro não muito distante, a área estética terá ainda mais destaque”, conclui.

 

19 especialidades da Odontologia

• Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais
• Dentística
• Disfuncão Têmporo-Mandibular e Dor-Orofacial (nova)
• Endodontia
• Estomatologia
• Radiologia Odontológica e Imaginologia
• Implantodontia
• Odontologia Legal
• Odontologia do Trabalho (nova)
•Odont. para Pacientes com Necessidades Especiais (nova)
• Odontogeriatria (nova)
• Odontopediatria
• Ortodontia
• Ortopedia Funcional dos Maxilares (nova)
• Patologia Bucal
• Periodontia
• Prótese Buco-Maxilo-Facial
• Prótese Dentária
• Saúde Coletiva e da Família

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