Beleza e Estética

Nariz e orelha

Detalhes que fazem a diferença

Se você está com uns quilinhos a mais, usa uma roupa de cor neutra e larguinha que disfarça. Se está com uma espinha, mancha ou cicatriz em um lugar visível, uma boa maquiagem pode resolver. Até olheiras, um bom corretivo esconde; mas certas “imperfeições” não conseguimos ocultar. É o caso do nariz e das orelhas de abano.

A rinosseptoplastia, cirurgia corretiva do nariz, é, sem dúvida, o procedimento mais realizado no mundo, de modo singular porque muitos desvios e imperfeições dificultam o respirar. Em 2011, foram realizados, no Brasil, 43.809 cirurgias no nariz; em 2013 já alcançava 77.224 operações e hoje passa dos 100 mil procedimentos no ano. Muitas pessoas procuram a cirurgia – famosas, como as cantoras Anitta e Britney Spears, as atrizes Claudia Raia, Angelina Jolie e Jennifer Aniston. Para aqueles notáveis, em que a imperfeição estava nas orelhas, como os jogadores Luís Fabiano e Daniel Alves, a top model Alessandra Ambrósio e o ator Brad Pitt, a otoplastia foi a opção para resolver e superar traumas, ainda da infância. Mas não são só as estrelas que buscam pelos procedimentos, pois melhorar a aparência, resgatar a saúde, viver longe de traumas e ter mais satisfação com a vida é um direito de todos.

 

Feliz com o nariz

“Normalmente o paciente procura o especialista por causa de algum tipo de obstrução nasal e aproveita para fazer a correção externa no mesmo procedimento, para maior facilidade”, afirma Dra. Luiza Caffarate Zanini, otorrinolaringologista do Hospital Iguaçu. “A rinosseptoplastia pode ser feita por diferentes acessos, dependendo do tipo de resultado esperado. A endonasal – sem cortes na pele, a mais comum, e a de acesso aberto – incisão na columela (parte no meio do nariz), indicada para defeitos da ponta. Através de ambos acessos pode-se corrigir a obstrução nasal, o desvio do septo, o aumento do osso do dorso e o nariz torto”, evidencia Dra. Luiza. A otorrino alerta que o nariz é uma estrutura projetada bem no meio da face e que precisa passar despercebido. Grande parte dos pacientes que procuram o otorrinolaringologista com desejo de fazer a cirurgia têm origem caucasiana, porém outras etnias também possuem características no nariz que costumam ser um incômodo. “Mas é preciso respeitar as características étnicas na hora de operar o nariz. A rinosseptoplastia é uma das cirurgias mais precisas e seguras, capaz de corrigir um dos motivos de insatisfação e também de dar maior destaque ao rosto”. A técnica tem a tarefa de promover o bom funcionamento respiratório do nariz e trazer harmonia à face. Por isso, a importância de se buscar um profissional capacitado na área para realizar a cirurgia.

É necessário, antes de qualquer procedimento, que se faça o correto diagnóstico da obstrução da via respiratória ou se identifique o risco de adquiri-la. “Numa situação em que há obstrução da respiração nasal, por exemplo, ao fazer um procedimento em que seja necessário diminuir as estruturas do nariz, se não for feita a correção do desvio septal ou hipertrofia de cornetos simultaneamente, a entrada de ar pode ser prejudicada e aumentar o problema, ou até mesmo criar uma obstrução que não existia antes”, exemplifica a médica. A função principal do nariz é preparar o ar que respiramos, filtrando, aquecendo e umedecendo, para que ele possa chegar aos pulmões de forma correta. Qualquer alteração anatômica pode ocasionar danos funcionais, por isso é importante um acompanhamento.
A cirurgia de nariz é indicada a partir dos 15 anos, e, antes do procedimento, existe a preocupação de elucidar todas as dúvidas do paciente. “Buscamos melhorar o quadro respiratório e atender às principais queixas”, explica a otorrinolaringologista. “Seis meses após a cirurgia é o tempo inicial para se ter uma ideia sobre o resultado definitivo, mas o nariz pode se modificar em até um ano após a cirurgia”, diz Dra. Luiza. “Cada nariz tem sua possibilidade e sua limitação do que pode ser melhorado. Não devemos modificá-lo 100%, mas, com certeza, ficará mais funcional e harmônico”, acrescenta. “Corrigir defeitos externos no nariz é também melhorar a autoestima. Já a melhora da obstrução traz saúde, vitalidade e disposição”, justifica a especialista.

 

Apelido na infância

A faturista Josiane Andreia Schmidt, 37 anos, conta que ganhou um apelido na infância por causa do nariz, que a acompanhou por muito tempo. “Eu tinha um nariz com desvio septo, além disso era bem gordinho. Parecia uma batata, e, quando era criança, me apelidaram de batatinha por causa dele. Claro que isso me incomodava”.
Desde os 15 anos, Josiane sofria com sinusite crônica e problemas respiratórios. Com remédios melhorava, mas não solucionava, por isso ela procurou ajuda clínica. “A indicação era cirúrgica e – como o aspecto do meu nariz sempre me incomodou, se me olhasse no espelho eu só enxergava ele – resolvi fazer em conjunto a correção externa”. Com menos de um ano da cirurgia, a faturista festeja: “De 0 a 10, dou nota 10! Mudou bastante, tanto clinicamente como na aparência. Hoje me olho no espelho e fico feliz, vejo um rosto mais delicado!” A satisfação é tanta que Josiane aconselha a todos que têm o mesmo problema a buscar um otorrino de sua confiança. “Eu passei por outros procedimentos e não achava a solução. Após a cirurgia, respiro feliz!”, comemora.

Adeus à orelha de abano

Se o nariz pode incomodar, o que dizer da orelha que se realça? A má-formação nas cartilagens da parede auricular pode dar aspecto diferente, que é chamado de orelha de abano. Para corrigir esse problema e outros, existe a otoplastia. “É uma cirurgia muito interessante e que pode ser feita a partir dos 6 anos de idade, quando o tamanho e o formato já estão definidos e também para evitar que a criança sofra ‘bullying’ na fase escolar”, explica Dra. Luiza.
Apesar de parecer simples, a médica justifica que é uma cirurgia demorada: “Precisa moldar a cartilagem. O objetivo é que com a cirurgia a orelha se aproxime do crânio e que obtenha aspecto natural. Tudo depende de como vai reagir, como será a cicatrização”. Os pacientes, em geral, são liberados no mesmo dia. “A cicatriz, após a cirurgia de orelhas de abano, é quase imperceptível”, afirma a especialista.
A otoplastia pode ser unilateral ou bilateral. Seja por deformidade congênita seja contraída através de traumas. “O resultado é imediato, embora o curativo seja um pouco incômodo no começo, pois se mantém uma faixa em volta da cabeça durante 3 a 4 dias. Após 6 meses aproximadamente temos o resultado final”, comenta a otorrinolaringologista.

 

Quando fazer?

“Seja criança ou adulto, a decisão deve ser do paciente. Ele precisa conversar com seu médico”, alerta a médica. “O que vejo, no dia a dia do hospital, é que é a criança que pede para fazer a cirurgia. Se é menina, sonha em fazer um rabo de cavalo no cabelo; se é menino, quer usar um boné ou o cabelo curtinho da moda. E eles ficam tão felizes com o procedimento que nem reclamam de ter que tirar os pontos no pós-operatório”.

A orelha de abano atinge entre 2% e 5% da população e é congênita: “Quando alguém da família tem, é mais comum que a criança nasça com essa deformidade, não que necessariamente isso ocorra. As orelhas mudam de uma pessoa para outra, mas podem encontrar semelhanças numa mesma família”, revela a otorrinolaringologista.

“Dumbo”, “orelhudo”, “antena parabólica”, a maioria das pessoas que fazem cirurgias de correção de orelha de abano buscam fugir do estigma, dos apelidos. Mas Dra. Luiza Zanini avisa que o paciente precisa querer essa mudança, principalmente se for criança. “Os pais devem conversar com seus filhos e, somente se eles desejam a mudança, procurar ajuda. É bom não forçar”. “A motivação da cirurgia, não importando se é criança ou adulto, deve ser do próprio paciente. Só assim ele conseguirá o resultado esperado”, conclui.

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