Bem Estar

Medo ou fobia de dirigir?

Um tratamento diferenciado para fobia de dirigir que devolve a confiança, a autoestima e a independência ao volante

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Você sabe dizer se tem fobia de dirigir? Então, esta matéria é para você.
Medo é um sentimento que todas as pessoas têm em algum momento da vida. O medo é um “alarme” eficiente que dispara mediante um perigo real. Ter medo é natural e importante, pois não vamos sair por aí arriscando entrar em uma casa com um cachorro bravo, por exemplo. O problema é quando esse temor se manifesta de forma exagerada e insistente. Isso é uma fobia! “E a fobia é um medo patológico, é como um ‘alarme’ desregulado que dispara sem existir um perigo real, de acordo com as interpretações que a pessoa faz de determinada situação”, explica a psicóloga Salete Coelho Martins, especializada em Psicologia do Trânsito. Dessa forma, se o indivíduo pensar que vai bater o carro, se sentirá ameaçado e, assim, o “alarme” será disparado. Acompanhando os pensamentos ameaçadores, vêm os sintomas como suor nas mãos, taquicardia, tremor nas pernas, podendo chegar até ao ataque de pânico.
“A fobia de dirigir, muitas vezes, é incontrolável. Ela provoca o afastamento ou a fuga do confronto com o dirigir, às vezes em estado mais severo, nem mesmo como passageiro a pessoa consegue andar”, acrescenta a psicóloga.
As pessoas que têm fobia de dirigir geralmente criam desculpas para evitar entrar no carro. Os pretextos podem ser diversos: “esqueci minha carteira de motorista em casa”, “não dormi direito”, “estou de salto”, enfim, elas tentam evitar a situação.
Mas esse temor de dirigir é uma fobia específica que requer tratamento e possui solução.

Como superar a
fobia de dirigir?
“Com tratamento para fobia!”, responde a especialista. Muitas pessoas pensam que voltar a dirigir, ou simplesmente dirigir quando se tem fobia, basta pegar as chaves do carro e praticar. “Não funciona assim. A falta de experiência ou falta de prática pode ser algo presente na vida da pessoa com fobia de dirigir, pois ela não consegue dirigir para praticar, porém, quem tem fobia de dirigir precisa de tratamento e, não de treinamento! O treinamento vem depois”, salienta.
E um dos sintomas mais comuns da fobia de dirigir, para a psicóloga, é quando a pessoa que tem esse temor precisa levar com ela alguém para dar segurança, para dividir a responsabilidade de dirigir ou simplesmente para dizer o que fazer na hora dos imprevistos. “Essa dependência é um dos sintomas da fobia de dirigir, que inclusive precisa ser tratada para a pessoa ganhar autonomia, um dos desejos mais presentes em todas as consultas de avaliação da nossa clínica”, enfatiza Salete.

 

Sensação de libertação, felicidade
Dirigir de verdade é ter autonomia, mobilidade e ser independente. Foi o que aconteceu com a auxiliar administrativa Jocelia Maria Kruk, 50 anos, que obteve a carteira de habilitação 28 anos atrás, porém deixou de dirigir por medo. “Tentei várias vezes, mas não conseguia entrar no carro, nem sentar no lugar do motorista”, revela a paciente, que ficava sem dormir dois dias antes de uma aula prática. “Com o tempo e muita paciência, a psicóloga Salete me ensinou a superar essa fobia; aprendi que o carro não é um bicho de sete cabeças e que posso confiar em mim. Deixar de depender dos outros é uma sensação de libertação, felicidade, êxtase até! Foi o melhor investimento que fiz na minha vida”, ressalta a motorista realizada.

A sensação de dirigir sem medo
Logo após passar no exame prático do Detran, depois de ser reprovada seis vezes por puro nervosismo, a professora Eva Beatriz Marcel Gonçalves Ribeiro, 49 anos, ficou os cinco anos seguintes sem dirigir: “Num primeiro momento fiquei feliz, mas sabia que tinha passado no exame por indignação e que, a partir do dia seguinte, não dirigiria mais”, conta a professora. Em 2013, Eva renovou a CNH, voltou para a autoescola, mas, depois de bater o carro em frente do trabalho, “travou” de medo. “No fim do ano passado, encontrei a Psicotran, comecei um trabalho em grupo, fui adquirindo confiança, perdendo o medo aos poucos e hoje venci o desafio. A sensação de dirigir sem medo é indescritível; estou muito mais feliz!”, comemora.

 

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