Avanços da Medicina

Maternidade planejada e fertilidade preservada

Técnicas de Reprodução Assistida permitem que mulheres escolham o melhor momento para engravidar: já é possível o congelamento de óvulos

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Aos 32 anos, Mariana* é uma jovem bonita, independente e bem-sucedida, ocupa um cargo importante em uma grande empresa e está concluindo um MBA em Marketing. Ela não tem namorado e nem sabe se vai se casar, mas ser mãe é um de seus maiores sonhos. Como ainda não sabe quando isso vai acontecer, ela decidiu fazer um investimento na tentativa de preservar sua fertilidade, congelando seus óvulos.

A cada dia há mais mulheres como Mariana. As exigências do competitivo mercado de trabalho mudaram o perfil da mulher, que hoje, mesmo casada, só começa a pensar em filhos depois dos 30 anos. O problema é que essa escolha traz consequências graves, que podem até mesmo impossibilitar a realização do sonho da maternidade. Felizmente, a ciência, sempre atenta às necessidades e mudanças do comportamento humano, já oferece opções para estas mulheres.

“Considerando as ‘ameaças’ da vida moderna, como patologias como a endometriose, por exemplo, e as mudanças sociais e comportamentais, é importante ressaltar que já existem alternativas para a preservação da fertilidade”, explica Marcelo Gomes Cequinel, médico com especialização em Reprodução Humana na Itália, membro da American Society of Reproductive Medicine e diretor clínico do Embryo Centro de Reprodução Humana.

Outro ponto importante é a preservação da fertilidade nas pacientes que necessitam de tratamentos oncológicos. “Em parceria com o oncologista, o médico especialista em fertilidade pode ajudar a tomar decisões fundamentais para o futuro reprodutivo destas mulheres, que ainda não se definiram em relação à maternidade. É um momento delicado, frente ao diagnóstico de um tumor, mas não podemos nos esquecer de pensar a respeito do futuro reprodutivo destas pacientes”, lembra César Augusto Cornel, médico ginecologista especialista em fertilidade pela Université Paris Sud, na França, e diretor técnico do Embryo Centro de Reprodução Humana.

 

Natureza reprodutiva

Ao contrário dos homens, que continuamente produzem novos espermatozoides, as mulheres já nascem com todos os seus óvulos, que são recrutados mensalmente durante sua vida reprodutiva – da menarca (primeira menstruação) à menopausa. Ao longo da vida, o índice da fertilidade feminina diminui, como consequência do envelhecimento ovariano, acarretando em dificuldades para engravidar ou no aumento do índice de alterações cromossômicas no feto.

O congelamento de óvulos, também chamado de criopreservação, é realizado de forma similar ao congelamento de embriões. “A vitrificação – congelamento ultrarrápido – garante excelentes resultados na preservação destas células, principalmente quando congeladas até os 35 anos”, informa Ana Lectícia Michelin Mansur, bióloga com especialização em Reprodução Humana Assistida na França, responsável pelo laboratório do Embryo.

Tratamentos

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), após um ano de tentativas para engravidar sem sucesso, indica-se investigar a causa da infertilidade. Para as mulheres com mais de 35 anos, esta investigação deve se iniciar já após seis meses. Atualmente, sabe-se que 30% das causas de infertilidade são devidos a fatores masculinos, 30% a fatores femininos, em torno de 30% a causas associadas entre os dois sexos e os 10% restantes são provenientes de causas indeterminadas.

A maioria dos problemas pode ser tratada clinicamente. Se não houver sucesso, é possível recorrer à intervenção cirúrgica ou laboratorial, através da inseminação intraútero, mais conhecida como inseminação artificial, e da fertilização in vitro, também chamada de “bebê de proveta”.

Na inseminação intraútero, o encontro dos gametas (óvulo e espermatozoide) ocorre dentro corpo da mulher. O médico acompanha a ovulação e prepara o útero para receber os espermatozoides, previamente preparados em laboratório.

Já na fertilização in vitro (FIV), a união do óvulo com o espermatozoide é realizada no laboratório. A injeção intracitoplasmática do espermatozoide (ICSI) é a técnica de FIV mais eficaz. Os óvulos fecundados são mantidos em cultura até o dia da transferência para o útero. Esse dia e o número de embriões que serão transferidos variam conforme cada caso. Para isso, consideram-se alguns fatores, como a idade da mulher, a causa da infertilidade e o número de embriões disponíveis.

Embora o Conselho Federal de Medicina autorize a transferência de até quatro embriões, é consenso mundial a preocupação com o alto índice de gestações múltiplas. Em razão disto, a conduta hoje é transferir um menor número de embriões, sem comprometer a chance de sucesso por tentativa.

Tratamento ao alcance de todos

A infertilidade não escolhe idade, raça, instrução ou condição financeira. Porém, não são todos que podem buscar tratamentos e soluções para o problema: a falta de recursos financeiros inviabiliza muitos casais a recorrerem aos tratamentos de Reprodução Assistida.

Pensando especificamente nesses casais que não podem arcar com os gastos totais de um tratamento para infertilidade, foi criado o Programa ACESSO, que oferece descontos nos medicamentos utilizados e também nos procedimentos.

A parceria entre clínicas e laboratório farmacêutico propiciou que mais de 4 mil casais fossem beneficiados pelo programa.

Por sua simplicidade e idoneidade, o Programa ACESSO vem sendo um sucesso desde 2006. A inscrição é simples e pode ser realizada durante a consulta com o médico, por meio do preenchimento de uma ficha cadastral. O casal deve enviar, junto ao receituário médico, uma cópia da última declaração do imposto de renda. Se o casal estiver dentro da renda atendida pelo programa, pode começar o tratamento imediatamente.

 

Qualidade e comodidade

O Embryo Centro de Reprodução Humana conta com completa infraestrutura para realizar todo o acompanhamento, avaliação e suporte dos casais. Uma equipe multidisciplinar com mais de 15 anos de experiência garante abordagem completa da infertilidade, do diagnóstico aos tratamentos mais avançados – vídeo-histeroscopia, videolaparoscopia, inseminação, fertilização in vitro e congelamento de óvulos e embriões.

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