Fisioterapia Uroginecofuncional

Incontinência urinária esse drama tem solução!

Fisioterapia computadorizada e o atendimento de equipe inter e multidisciplinar promovem o fim deste e de outros males que acometem o assoalho pélvico

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Saber lidar com as perdas e limitações decorrentes do envelhecimento, como a diminuição da visão, o enrijecimento das articulações ou a fragilidade dos ossos, já não é uma tarefa fácil. Quando se trata, então, de uma condição que afeta drasticamente a qualidade de vida de uma pessoa, como a perda involuntária de urina – ou incontinência urinária –, a questão envolve o comprometimento do seu bem-estar físico, emocional, psicológico e social, pois essa é uma disfunção que pode causar sérios constrangimentos. Mais comum entre as mulheres, a incontinência urinária acomete também os homens e até pessoas mais jovens.

“É importante estarmos atentos aos sintomas dos problemas urinários tendo a percepção do nosso próprio corpo, que apresentará algumas alterações para as quais é necessário tratamento, mas que por falta de esclarecimento acreditamos serem normais”, afirma a fisioterapeuta Dra. Cláudia Judachesci Ribas, especialista em fisioterapia uroginecológica.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os problemas urinários atingem 10% da população. Porém, estima-se que esta porcentagem seja ainda maior, pois não é possível mensurar o “tabu” existente entre paciente, terapeuta e os próprios familiares, para um levantamento preciso. “Infelizmente, falar de incontinência urinária ainda é difícil para as pessoas, quando o contrário poderia significar o resgate da saúde e do bem-estar”, acentua a especialista.

O trabalho multidisciplinar, envolvendo profissionais de diversas áreas, ajuda a prevenir e solucionar diversos problemas urinários a partir de medidas simples: o combate ao tabagismo, o estímulo para uma alimentação balanceada, que evite a obesidade, a prática de atividade física que fortaleça os músculos, bem como o fortalecimento pélvico por meio de fisioterapia computadorizada, muito eficaz para estes casos. “Trabalhamos sempre com uma abordagem multi e interdisciplinar, conseguindo, assim, definir um plano de tratamento mais adequado e personalizado a cada paciente, melhorando significativamente sua qualidade de vida”, ressalta.

Entendendo a incontinência urinária

Geralmente, a incontinência urinária ocorre devido a um problema muscular ou orgânico funcional, ou mesmo uma alteração anatômica da região pélvica, dificultando a contenção da urina. Também pode estar associada a problemas na bexiga ou ao músculo que a envolve (o detrusor), que envia informações constantes para esvaziamento da urina, sendo que sua capacidade de armazenamento ainda não está completa.

O assoalho pélvico é um conjunto de músculos da pelve e sua função é sustentar os orgãos internos, como se fosse um pilar, permitindo ou interrompendo a ação das necessidades fisiológicas. A falta da atividade do músculo inibe a consciência e o controle dessa musculatura, o que pode favorecer prolapsos (quedas) de estruturas internas, como bexiga e útero, causando também, devido à flacidez, a incontinência urinária. Nos homens, está associada na maioria das vezes a problemas na prostáta e outras patologias. Além disso, uma disfunção na região possibilita que eles desenvolvam distúrbios sexuais, sendo a disfunção erétil a principal queixa. “Esses distúrbios também podem ser causados por alterações como o envelhecimento, falta de atividades físicas ou sobrecarga de peso”.

Prevenção e tratamento

Atualmente, existem aparelhos modernos para tratar e realizar o acompanhamento dos vários tipos de disfunções relacionadas à região pélvica. “Os procedimentos são realizados com testes computadorizados, nos quais o paciente é submetido ao tratamento conforme a patologia diagnosticada”, conta Dra. Cláudia, ao falar da importância da prevenção e acompanhamento médico: “os jovens, homens e mulheres, devem prestar muita atenção na musculatura do assoalho pélvico para prevenir alterações futuras”.

Desconfortos que podem ser evitados

Problemas urinários não se resumem apenas ao fator fisiológico. Eles podem se manifestar também de outras maneiras: medo de chegar tarde demais ao banheiro; incômodo por estar molhado, mal cheiroso devido à pequena ou grande perda urinária, levando-o à desvalorização pessoal, profissional e até mesmo à depressão. ”Independente da situação em que ocorram, aos pequenos esforços (ao tossir, espirrar, caminhar ou em mudança de posição) ou urgência, as perdas urinárias também podem ocorrer sem o desejo de ir ao banheiro e, quando se percebe, já é tarde”, comenta a especialista.

Além destas situações, problemas urinários incluem a vontade frequente de ir ao banheiro durante o dia e à noite, a retenção de urina, principalmente na terceira idade, seja por um aumento da próstata (nos homens) ou uma queda importante da bexiga (nas mulheres), entre outros fatores. “Acontece que muitas destas situações deixam o paciente sem a percepção e o controle muscular que podem levá-lo à falta de sensibilidade e propriocepção muscular, o que pode vir também a afetar as relações sexuais, ocasionando as disfunções da sexualidade e os transtornos no convívio conjugal”, alerta Dra. Cláudia.

Diálogo aberto

Consultar periodicamente um médico de confiança e trocar informações sobre o assunto, até mesmo para tratamentos preventivos, desde o período gestacional, passando por várias etapas da vida até a pós-menopausa, é fundamental, segundo a fisioterapeuta, para evitar todos esses desconfortos. “Não devemos ter vergonha, medo ou receio de falar sobre esse assunto com profissionais da saúde, pois estes indicarão o procedimento correto, que pode ser cirúrgico ou acompanhamento com exercícios computadorizados de fortalecimento muscular, realizados pela área da fisioterapia com especialidade em uroginecologia”, recomenda a especialista.

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