Odontologia

Halitose: Mais que um problema bucal

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Com certeza você já teve ou esteve com alguém com mau hálito. A sabedoria popular já avisa: se alguém oferecer uma bala ou chicletes, aceite, porque pode ser uma forma de acabar com o bafo! Às vezes, esse problema desagradável é resultado apenas de algum alimento ingerido ou após falar por longos períodos. Nesses casos, a solução é fácil. Mas nem sempre é simples assim.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 40% da população mundial sofre de halitose. O problema não é uma doença em si, e sim um sinal ou sintoma de que algo no organismo está em desequilíbrio, gerando um odor ofensivo ao alfato humano. Por causa do estigma e do desagrado das outras pessoas, quem sofre de halitose às vezes enfrenta problemas sociais, morais e psicoafetivos.

Assim como são muitas as causas para a halitose, também são inúmeras as possibilidades de tratamento. Mesmo assim, quem a possui não raramente acaba se isolando socialmente e afetivamente, por vergonha do mau hálito. Comumente associado à existência de cáries e má higiene bucal, o cheiro pode estar relacionado a outros fatores, como doenças respiratórias (sinusite e amidalite), boca seca, males digestivos e problemas de origem metabólica e sistêmica (diabetes e alterações hormonais). O estresse, considerado o mal do século, também pode causar mau cheiro no hálito.

Bom dia?

O tipo mais comum de halitose é aquele que surge após o sono, já que há diminuição do fluxo salivar, causando a putrefação das células da boca. Na maioria dos casos, após uma boa higienização bucal, o odor desaparece. Também comum é a halitose alimentar, causada pela produção de ácidos e outros compostos, que geralmente ocorre após ingestão de alho, cebola, condimentos ou bebidas alcóolicas, ou mesmo após jejum prolongado. Esses dois tipos de halitose, entretanto, são temporários e facilmente resolvidos.

O periodontista e ortodontista Dr. Eurides Gurkewicz salienta que, além dos casos acima, pontuais, o mau odor bucal é, em 90% dos casos, resultado dos resíduos alimentares que ficam depositados nos dentes e acúmulo de placa bacteriana. “Se os dentes não forem escovados logo após as refeições, os restos que permanecem na boca são fermentados pelas bactérias que vivem na língua, dentes, gengiva e mucosa, gerando gás sulfúreo, o mesmo presente no ovo podre, resultado em alteração do hálito”, explica. Para resolver, basta a correta limpeza bucal.

Em alguns casos, no entanto, não há escovação e enxaguante bucal que resolvam. Aí, um profissional especializado deve entrar em ação. “Se mesmo após as escovações diárias dos dentes e língua, uso de fio dental e enxaguante, o mau cheiro persistir, pode ser indicação da presença de doenças como gengivite (inflamação na gengiva) e periodontite (infecção no osso), que podem levar à perda dos dentes e/ou implantes”, alerta Dr. Eurides.

Um sinal de alerta para um caso mais grave de halitose é o sangramento bucal, resultado de processo inflamatório que pode potencializar problemas ainda maiores, como cardíacos, gastrites, sinusites, artrite, entre outros. Por isso, se durante a escovação ou uso do fio dental houver sangramento, procure um periodontista. “Trabalhamos na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças periodontais, de forma a sanar o problema dos pacientes, restabelecendo sua vida social, profissional e emocional”, diz o Dr. Eurides.

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