Exames

Exames que salvam vidas

Endoscopia e colonoscopia facilitam diagnósticos e podem, inclusive, detectar e até tratar alguns tipos de câncer de estômago ou intestino precocemente

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A chave para a cura da grande maioria das doenças com certeza está no diagnóstico precoce.  Muitas enfermidades são silenciosas, não manifestam sintomas e não há dor. É nessa hora que cuidar da saúde em todas as fases da vida se transforma em uma ação essencial para garantir longevidade com qualidade e evitar ou amenizar um sofrimento que pode ser evitado.

A tecnologia tem sido forte aliada de quem busca a saúde em primeiro lugar. O especialista Issamu Onishi é quem enfatiza os benefícios do avanço da medicina na área da gastroenterologia. Há 35 anos ele atua na Gastroclínica, e nessas mais de três décadas acompanhou a evolução dos exames de diagnóstico. “A endoscopia, por exemplo, passou por uma grande modernização. Antes era usada apenas para diagnóstico, hoje já fazemos tratamentos através dela, como a retirada de câncer e de cálculo do canal do fígado. Um exame que já foi meramente indicativo de enfermidades e que atualmente pode, inclusive, ser utilizado no tratamento paliativo de câncer e de tumores do sistema digestivo”, elenca o gastroenterologista.

Segundo Onishi, na década de 60, a endoscopia era realizada por meio da fibra ótica, que trazia fotos do sistema digestivo. Já na década de 80 houve uma grande modernização que mudou a forma de utilização do exame. “A fibra foi substituída por chips eletrônicos que passaram a fornecer em tempo real a imagem dos órgãos internos”, relata Dr. Onishi. Para ele, essa foi uma grande evolução e facilitou ao mesmo tempo a terapêutica e o ensino da endoscopia, que é o procedimento usado para analisar a parte alta do sistema digestivo, formado pelo esôfago, estômago e duodeno.

Quem não descuida da saúde pode ter a endoscopia como uma forte aliada. “O ideal é que, a partir dos 40 anos, a pessoa faça o exame anualmente para prevenir o câncer. Afinal, a maior parte dos cânceres de estômago e intestino é silenciosa”, alerta o especialista. As azias, cólicas e dores constantes podem indicar um problema, por isso é importante ficar atento. Afinal, prevenir, como diz o ditado, é sempre o melhor remédio.

 

As inovações na área continuam

Na década de 90, uma nova mudança nos exames permitiu a realização de cirurgias sem a necessidade de “abrir a barriga” dos pacientes. Trata-se da laparoscopia, procedimento cirúrgico minimamente invasivo feito através de uma pequena incisão por onde se introduz uma lente, que é o Laparoscópio.  A cirurgia é muito conhecida como “cirurgia por vídeo”. Dr. Onishi conta que a laparoscopia é útil em cirurgias de refluxo, de intestino grosso e para retirar a pedra do canal do fígado com riscos reduzidos. “O uso desse aparelho diminui o risco de infecção e mortalidade, pois não há mais grandes cortes, e a recuperação no pós-cirúrgico é mais rápida”, detalha o especialista.

Falando em intestino, o médico ressalta outro grande avanço tecnológico: a cápsula endoscópica. “O paciente engole a cápsula como se fosse um comprimido e ela vai fotografando todo o estômago e o intestino. Antes era difícil chegar ao intestino fino, com essa cápsula é possível fotografar todo o caminho. São 10 horas de fotografias”, comemora.

Outro importante exame preventivo, agora para o intestino grosso, é a colonoscopia, uma modalidade da endoscopia que permite a visualização do interior do cólon. “Quando fazemos esse exame, verificamos todo o intestino grosso do paciente e, se encontrarmos um pólipo ele é retirado no ato. Esses pólipos são lesões pré-cancerígenas que precisam ser retiradas”, aponta. Onishi afirma que a colonoscopia deve ser feita em pacientes acima de 40 anos e, se estiver tudo certo, o exame pode ser repetido a cada cinco anos como forma de prevenção, pois o câncer de intestino é extremamente traiçoeiro. O médico alerta que a doença na fase inicial é, geralmente, assintomática, ou seja, sem sintomas, e por isso o paciente deixa de procurar o médico. Uma vez que não se tem o hábito de realizar exames preventivos corre-se o risco de detectar a doença já em fase avançada.

Apesar de a primeira indicação da colonoscopia ser para pessoas na fase adulta, o gastroenterologista alerta que há casos de câncer no intestino em pacientes jovens. “Nesse episódio a doença está principalmente ligada à hereditariedade. Para quem tem histórico familiar da doença, o recomendado é que se faça a colonoscopia aos 30 anos”, orienta Dr. Onishi.

Fique atento quanto a dores, sangramentos ou alterações no sistema digestivo ou intestinal. Na dúvida, procure sempre um especialista. Um exame pode dar um diagnóstico precoce eficiente e salvar vidas.

 

Principais indicações da endoscopia:

  • Em casos de dores abdominais,náuseas, vômitos e dificuldades de engolir;
  • Para descobrir sangramentos do trato gastrointestinal;
  • Detectar inflamações, úlceras e tumores;
  • Diagnosticar a presença de Helicobacter pylori, uma bactéria que causa gastrites e úlceras;
  • Para tratamento de diversas doenças, como dilatação de áreas estreitadas, interromper sangramento de úlceras, ocluir varizes no esôfago e retirar tumores benignos e malignos, com pouco ou nenhum desconforto.

 

Principais indicações da colonoscopia:

  • Em caso de sangramento pelo ânus;alteração da frequência das evacuações ou consistência das fezes;
  • Para confirmar hipótese diagnóstica de colite, prevenir o câncer do intestino grosso, exame de sangue oculto nas fezes positivo;
  • Para acompanhamento de pacientes já submetidos a remoção de pólipos do intestino grosso,investigação de sintomas abdominais de origem incerta;
  • Investigar achadosanormais no raio-X contrastado do intestino grosso (enema opaco).
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