Apneia Ronco

Durma bem e acorde disposto

Acompanhamento periódico é o melhor caminho para evitar complicações futuras, diz especialista

Dormir bem é muito importante para o bom funcionamento do corpo. O sono repara a mente e a musculatura. Se você acorda cansado, indisposto, com a sensação que a noite foi insuficiente, fique atento, pois pode estar sofrendo de um distúrbio do sono e prejudicando a sua saúde.

O distúrbio mais grave é a apneia obstrutiva do sono. Trata-se de uma doença severa, se caracteriza pela interrupção da respiração durante o sono. A pessoa para de respirar por dez segundos ou mais. Isso acontece quando os músculos da garganta relaxam e bloqueiam totalmente a passagem do ar para os pulmões.

Um dos sintomas mais característicos é o ronco, que é a vibração das paredes da garganta e, relaxadas durante a noite, produzem som quando há passagem do ar.

Toda apneia tem ronco, mas existe ronco sem apneia. “Pelo menos 70% das causas do ronco são devidas a algum tipo de obstrução das vias respiratórias, por exemplo aumento de amígdalas e adenoides”, esclarece Dra. Ângela Carnasciali Munhoz da Rocha, cirurgiã-dentista e especialista em Tratamento dos Distúrbios Respiratórios Obstrutivos do Sono com Prótese Intraoral pelo Instituto de Medicina do Sono de Bauru.

A síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAHOS) apresenta outros sintomas além do ronco como ansiedade, sonolência diurna, mudança de humor, acordar engasgado, hipertensão, dores de cabeça ao acordar, perda de memória, diminuição da concentração, entre outros.

Dados da American Academy of Sleep Disorders, dos EUA, revelam que os distúrbios do sono, entre eles o ronco e a apneia, acometem cerca de 4% da população mundial adulta e quase metade de homens acima dos 50 anos. Na população brasileira, estima-se que 24% dos homens acima de 30 anos e de 15% a 20% das mulheres acima de 45 anos têm apneia.

“A Apneia pode ter origem nas alterações esqueletais, como mandíbula ou maxila menores ou posteriorizadas, obstruções de vias aéreas, osso hioide muito alto e pescoço curto e/ou estreito”, relata a especialista.

Diagnóstico

Todo paciente que apresente sintomas deve primeiramente passar pelo otorrinolaringologista, que avaliará as vias aéreas superiores e o estado de flacidez do véu palatino, além de solicitar o exame de polissonografia, indispensável no diagnóstico.

O exame consiste na avaliação completa do sono, o paciente fica conectado a eletrodos que monitoram a pressão arterial, o coração, a oxigenação e as doenças do sono, como bruxismo, síndrome das pernas inquietas, apneia, ronco, sonambulismo entre outras.

Riscos para a saúde

Doutora Ângela alerta de que é uma doença extremamente grave e não tem cura espontânea. Os portadores podem desenvolver hipertensão e consequentemente ficarem mais sujeitos a infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais. Por isso, é imprescindível o tratamento.

O sono é constituído de diversas fases, tem a que descansa o corpo (músculos) e, se interrompida muitas vezes, a pessoa acorda com o corpo cansado. Quanto ao sono REM (movimento rápido dos olhos) é o ciclo no qual temos os sonhos, responsável pelo descanso mental. Se muito interrompida essa fase, acordamos com fadiga mental, dificuldade de concentração e de memória.

Tratamento

O resultado da polissonografia determinará o tratamento. Existe o cirúrgico para casos específicos, com redução do véu palatino através de radiofrequência. O uso do CPAP ou BiPAP, aparelhos que consistem em um pequeno compressor que através de um tubo insufla o ar para dentro. Serve para todos os tipos de apneia, principalmente a grave, mas muitos pacientes não conseguem se adaptar ao uso.

O aparelho intraoral, conhecido como placa intraoral, corrige mecanicamente o problema da apneia e do ronco. Ele produz um pequeno avanço da mandíbula e traciona a língua para frente aumentando a passagem do ar. É recomendado para apneias médias ou moderadas (entre 15-30 interrupções por hora), que representam 75% dos casos. As placas são de fácil adaptação e têm um índice de sucesso acima de 90%.

Sinais e sintomas da apneia

Ronco: respiração ruidosa durante o sono;
Ansiedade;
Sonolência diurna;
Mau humor;
Obesidade;
Acordar engasgado;
Hipertensão;
Despertar cansado;
Cefaleia matinal;
Sono fragmentado;
Distúrbios cognitivos como: dificuldade de memória, concentração

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