Distúrbios do sono

Dormir é viver mais e melhor

Dormir bem e manter um horário habitual para o sono, pode evitar doenças

T er uma noite de sono tranquila e revigorante é essencial para o ser humano. Passamos cerca de um terço da nossa vida dormindo, e para que o sono seja reparador, é necessário que o tenhamos por cerca de seis a oito horas por noite. De acordo com a médica neurofisiologista e especialista em medicina do sono, Dra. Olga Judith Hernandes Fustes, para uma noite bem dormida é preciso passar por todas as fases do sono.

O sono é composto por episódios de quatro a seis ciclos, envolvendo a fase superficial, a fase REM – mais conhecida como a hora do sono responsável pelos sonhos, em que os olhos se movimentam rapidamente, a pressão se eleva e os batimentos cardíacos tendem a aumentar – e a fase de sono profundo. “Dormir mais ou menos do que as horas recomendadas, pode trazer um risco para doenças em geral, como as cardiovasculares, a hipertensão e a diabetes. Quem dorme mais que o recomendado, corre mais riscos do que quem dorme menos”, explica a especialista.

Relógio biológico

Outro ponto destacado pela Dra. Olga é a importância de mantermos um horário habitual para dormir. “Se você dorme às 22h ou às 2h, é essencial que mantenha uma rotina de sono para que o organismo se habitue aos horários”, diz a médica. Ela explica também que a liberação hormonal tem a ver com a continuidade e a regularidade do sono, daí a importância de educar o corpo e o organismo para que se tenha um horário habitual para dormir.

O preço de uma noite mal dormida

Uma noite mal dormida pode ser um pesadelo, se for isolada. O problema é quando ocorre com regularidade, cerca de três a quatro vezes por semana. “Uma noite mal dormida não significa insônia, mas se ela se repete com frequência, deve ser investigada. A insônia é caracterizada pela dificuldade de pegar no sono e se manter dormindo, despertar precoce e sono de má qualidade”, afirma a Dra. Olga.

A noite de sono perdida não é recuperada, mesmo que você consiga dormir bem na noite seguinte. “Costumamos dizer que a dívida com o sono não se paga e que ela causa impactos no nosso organismo, porque a gente sente os efeitos imediatos de não dormir bem”, destaca a especialista, que faz um alerta: dormir mal por várias noites pode se tornar um vício se não for tratado.

Distúrbios do sono

Entre as queixas mais comuns nos consultórios, está o estresse, responsável por roubar o sono de muita gente. Mas ele não está sozinho, a apneia do sono, em que a pessoa para de respirar por alguns segundos, diversas vezes durante à noite é a mais comum, já a insônia está entre as reclamações mais recorrentes. A narcolepsia, condição neurológica caracterizada por episódios irresistíveis de sono, o distúrbio dos movimentos periódicos dos membros e síndrome das pernas inquietas, em que a pessoa tem pequenos e repetidos espasmos dormindo e o ranger de dentes, conhecido como bruxismo, são presença constante na vida das pessoas que têm uma relação estremecida com o sono.
A falta de sono pode gerar estresse, fadiga e comprometer a concentração e a memória, além de desencadear diversas outras doenças.

Em paz com o sono

A atividade física é essencial para quem deseja fazer as pazes com o travesseiro, mas cuidado, ela deve ser praticada logo cedo, ou então, no máximo, em até quatro horas antes de dormir.

“Exercício físico é fundamental, porque ele ajuda no sistema circulatório e na liberação de hormônios, mas quanto mais tarde você o fizer, mais poderá atrapalhar o seu sono. O ideal é que ele seja feito durante o dia”, conclui a Dra. Olga.

Outras dicas para ter uma boa noite é manter o quarto escuro e livre de aparelhos eletrônicos, como TV e celulares, e sem ruídos. A iluminação desses eletrônicos interfere na qualidade do sono. Um banho quentinho e um ambiente com temperatura agradável também faz toda a diferença.

Fique em dia com a saúde do seu sono, seu corpo e seu travesseiro agradecem!

Polissonografia: o fim das noites mal dormidas

A polissonografia é um dos exames mais completos para se diagnosticar a apneia e diversos outros males do sono, como o bruxismo e o sonambulismo. O exame consiste em ‘atar’ o paciente a sensores – parecidos com aqueles dos eletrocardiogramas – durante o sono, sempre de sete a oito horas. “O paciente passa a noite na clínica e a polissonografia escaneia toda a atividade neurológica, cardíaca, respiratória, incluindo a sua movimentação enquanto dorme. O paciente é observado por um técnico, que acompanha todos os seus sinais vitais. Assim, identificamos quais são seus problemas relacionados ao sono e encaminhamos para o tratamento adequado”, diz a Dra. Olga.

Não há contraindicações para fazer a polissonografia. “Qualquer pessoa que sofra de algum distúrbio do sono pode fazer o exame tranquilamente. Com base no resultado será definido o tratamento ideal para cada paciente”, conclui a especialista.

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