Cardiologia

Doenças cardíacas são uma epidemia mundial

Cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem por ano, vítimas de doenças cardiovasculares

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Médicos de renome internacional participaram em setembro, em Curitiba, do Simpósio Internacional de Cardiologia Nuclear, organizado pelo Grupo de Estudos de Cardiologia Nuclear da Sociedade Brasileira de Cardiologia, coordenado pelo cardiologista e médico nuclear João Vítola.
O foco maior do evento foi a discussão em torno da epidemia que as doenças cardiovasculares representam em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e outras, matam aproximadamente 17,5 milhões de pessoas no mundo por ano, sendo que 80% destas mortes ocorrem em países em desenvolvimento, como o Brasil.
A doença cardiovascular, por vezes, é silenciosa, por isso a importância em consultar periodicamente o cardiologista. “Em caso de sintomas, dúvidas e principalmente se há histórico de doença cardíaca na família, é fundamental o paciente consultar um especialista”, ressalta o médico nuclear da Quanta Diagnóstico Nuclear, Dr. João Vítola.
Algumas pessoas acreditam que fazer um check-up anualmente é suficiente para se proteger das doenças do coração, mas é importante considerar alguns fatores antes de ter essa certeza. “Para uma pessoa de 40 anos, que não tenha sintomas e que deseje praticar esportes, um check-up cardiológico uma vez ao ano, com testes simples como o eletrocardiograma de repouso e o teste ergométrico, pode ser suficiente. No entanto, pode ser insuficiente para um paciente sedentário de 60 anos, diabético, que apresenta cansaço quando realiza esforços”, compara Dr. João Vítola.
Além da idade e de algumas doenças preexistentes, obesidade e histórico familiar também devem ser levados em conta na hora do exame. Independentemente desses fatores, o especialista explica que um indivíduo, mesmo que saudável e sem sintomas, deve fazer no mínimo um check-up básico, com avaliação dos possíveis fatores de risco e alguns exames, incluindo o eletro, o ecocardiograma e o teste de esforço. Esse cuidado é ainda mais importante entre os homens, geralmente a partir de 40 anos, e mulheres após a menopausa. “É importante lembrar que pessoas mais jovens também estão sujeitas às doenças cardiovasculares, inclusive congênitas, ou seja, anormalidades de nascença”, lembra o médico.
Os pacientes que devem tomar cuidados redobrados são os que fazem parte do grupo de risco e aqueles que já passaram por algum problema cardíaco (infarto ou cirurgia de revascularização). Dr. João explica que a idade avançada também é um fator de risco. Conforme o indivíduo vai envelhecendo, aumenta a incidência de doenças como hipertensão arterial, obesidade, diabetes e alterações no colesterol, o que, conseqüentemente, aumenta a probabilidade de problemas cardíacos. “Alguns pacientes devem ser monitorados para controlar os níveis de pressão arterial, colesterol e taxa de açúcar no sangue. Dependendo do caso, pode ser necessário consultar o cardiologista a cada três meses”, ressalta o especialista.
Os diabéticos também fazem parte desse grupo, pois, segundo o médico, podem ter doença cardíaca silenciosa, ou seja, sem dor no peito. “Nesses casos, uma avaliação mais aprofundada para estratificação de risco cardíaco, com teste de esforço associado a estudo de perfusão miocárdica (cintilografia) pode ser necessário”, aponta o especialista em Medicina Nuclear da Quanta Diagnóstico Nuclear, Dr. Carlos Cunha.
Simpósio Internacional de Cardiologia
Os primeiros temas abordados no Simpósio Internacional de Cardiologia Nuclear foram a importância da quantificação da isquemia na decisão clínica, feitos por métodos nucleares baseados nos estudos cientificados americanos Courage e Inspire, e o impacto das novas máquinas para a prática da Cardiologia, apresentados pelo médico Dr. Fernando Mut, da Agência Internacional de Energia Atômica de Viena (Áustria).
Em seguida, o brasileiro radicado nos Estados Unidos, Dr. Salvador Borges Neto, da Universidade de Duke, apresentou os novos papéis da Cardiologia Nuclear em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva e arritmia cardíaca, e o Dr. João Vítola, da Quanta Diagnóstico Nuclear, apresentou o papel da imagem cardiovascular frente à epidemia mundial de doenças cardiovasculares. Logo após as palestras, os médicos discutiram vários casos da prática clínica, moderados por J. Cláudio Meneghetti, William A. Chalela (ambos do INCOR de São Paulo) e Luiz Mastrocolla, cardiologista do Instituto Dante Pazzanese, de São Paulo, com a participação dos médicos Arnaldo Stier, Dalton Précoma e Gabriel Grossman.
Medicina Nuclear
A Medicina Nuclear, uma das especialidades da saúde que mais tem se desenvolvido, é um exemplo de tecnologia de ponta a serviço do diagnóstico de doenças, pois permite descobrir precocemente enfermidades e identificar e avaliar o funcionamento de diversos órgãos. Com isso, oferece mais chances de cura e qualidade de vida, bem como racionalização na utilização de recursos, evitando, muitas vezes, cirurgias desnecessárias.
Um dos exames de medicina nuclear é a cintilografia, realizada com o uso de material radioativo, que possibilita visualizar órgãos ou determinadas partes do organismo de  maneira tridimensional, avaliando não apenas a parte anatômica, mas também a sua funcionalidade, incluindo fluxo, permeabilidade e distribuição de fluidos de órgãos ou tecidos. A quantidade de energia liberada pelo material radioativo é a menor possível, apenas o suficiente para fornecer a informação diagnóstica necessária.
Esse material vai ser concentrado e/ou metabolizado por um determinado órgão, e a pequena quantidade da substância radioativa injetada no paciente será rastreada pelo equipamento, sendo possível que esse órgão seja visualizado e estudado.
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