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Disbiose & Obesidade Qual a relação?

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Você sabia que o nosso intestino possui inúmeras bactérias e que o equilíbrio entre elas é essencial para nossa saúde e bem-estar? Síndrome do intestino irritável, sintomas de má digestão, como azia, excesso de gases e barriga inchada, diarreia, prisão de ventre, gastrites, candidíase, intolerância à lactose,  depressão, cansaço e dores crônicas, entre tantos outros males, podem ser decorrentes de uma flora intestinal desequilibrada. E, além de todos esses efeitos nocivos à saúde, o desequilíbrio da microbiota intestinal, conhecido como disbiose, também tem influência no sobrepeso e obesidade.

O excesso de peso não é apenas uma questão estética, mas sim de saúde pública, uma vez que diversas doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares, pulmonares e até o câncer estão relacionadas à obesidade. Suas causas mais conhecidas, além de fatores genéticos, são os fatores comportamentais, como o sedentarismo, maus hábitos alimentares, uso excessivo de álcool e estresse. Entretanto, o que muitas pessoas não sabem é que a disbiose intestinal é uma situação que favorece o ganho de peso ao longo dos anos.

De acordo com a especialista, a predominância de determinadas bactérias, consideradas “maléficas”, interfere na absorção de vitaminas e minerais, ocorrendo também produção adicional de calorias. São essas calorias a mais, resultantes do metabolismo bacteriano, as responsáveis pelo contínuo ganho de peso e também pela dificuldade em se perder medidas. “O consumo de alimentos refinados, pouca ingestão de fibras alimentares, o uso frequente de medicamentos como antibióticos, anti-inflamatórios e laxantes reduzem as bactérias ‘benéficas’  da microbiota intestinal, levando à disbiose”, esclarece a médica nutróloga. Também estão sujeitas a este desequilíbrio intestinal as pessoas que fizeram cirurgia bariátrica, e isso se manifesta com os sintomas digestivos, principalmente muitos gases, e reganho de peso após alguns anos de cirurgia.

A boa notícia é que o tratamento adequado, feito por meio de reeducação alimentar, medicamentos e suplementos, pode evitar e reverter o quadro.

“Nosso intestino é responsável por parte do nosso sistema de defesa e funciona como um grande filtro que favorece ou impede a entrada de determinados nutrientes e de substâncias prejudiciais ou não à saúde. Se o intestino está saudável, os nutrientes são bem absorvidos. No entanto, a flora intestinal em desequilibrio gera ou facilita o aparecimento de doenças como a obesidade”

 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é o primeiro passo para o tratamento da disbiose intestinal e, consequentemente, da obesidade. “Primeiro, é preciso uma avaliação completa do paciente, com história clínica e avaliação da composição corporal, exames laboratoriais, além do teste de hidrogênio expirado, que mede o crescimento bacteriano no intestino e tem se mostrado um diferencial pelos resultados”, explica a médica nutróloga. Neste exame, o paciente ingere uma substância específica e depois avalia-se o ar expirado, indicando se a pessoa possui ou não um crescimento bacteriano normal.

Já o tratamento é feito através de um plano alimentar individualizado, com utilização de suplementos probióticos, prebióticos e antibióticos, quando necessário. O objetivo final é recolonizar o intestino. A médica enfatiza que a reeducação alimentar é indispensável ao tratamento, visando manter o intestino saudável. “Tratando a disbiose, o paciente terá muito mais facilidade para perder peso, evitando a obesidade”, conclui a Dra. Debora.

Somente após fazer uma avaliação e realizar os testes, a comerciante Simone Matielo, de 34 anos, e seu filho Vinícius Matielo, de 16 anos, descobriram que estavam muito além do peso e que já eram considerados obesos. “Em um mês de tratamento, meu filho substituiu 2 kg de massa gorda por massa magra, ganhou disposição, melhorou o sono e o rendimento escolar”, comemora a mãe, que acabou aderindo ao tratamento com resultados surpreendentes. “Acabei fazendo os testes e o tratamento estimulada pelo meu filho; perdi 12 kg e hoje me sinto outra pessoa”, ressalta. Vinícius também se sente revigorado: “recuperei minha autoestima e me sinto muito mais saudável”.

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