Conquiste o equilíbrio perfeito
Método inovador de reeducação postural através de palmilhas promove o fim das dores, melhora a postura e pode até evitar cirurgias
Responsáveis por nos proporcionar equilíbrio e estabilidade, os pés são a base de toda a sustentação e alinhamento do nosso corpo. São eles que regulam a nossa postura estática e a forma como nos movimentamos (postura dinâmica), bem como alinham a estrutura do nosso esqueleto por meio de tendões, articulações e músculos que sofrem alterações ao longo da vida. Rica em receptores sensoriais que detectam as pressões na pele e as tensões nas articulações de pés e tornozelos, a planta dos pés fornece as informações necessárias para nosso corpo se manter no eixo. “Os pés, a visão e a oclusão dentária são os principais receptores do sistema postural. Qualquer alteração em uma ou mais destas estruturas irá refletir na postura, vindo a desequilibrá-la”, explica Dr. Victor Marcassa Neto, fisioterapeuta com especialização em fisioterapia ortopédica, traumatológica e desportiva e formação em podoposturologia.
De acordo com o especialista, diversos fatores contribuem para que surjam alterações morfológicas e funcionais nos pés, causando desequilíbrios que poderão causar dores, enrijecimentos, contraturas musculares, desconforto e patologias, sobretudo nos membros inferiores e na coluna vertebral. “Estas alterações podem ser de natureza congênita, adquirida (traumatismos nos pés, entorses de tornozelo ou uso de sapatos inapropriados) ou por perturbações vindas dos olhos ou dos dentes”, acentua Dr. Marcassa.
A podoposturologia, ou reeducação postural através de palmilhas, é um conceito terapêutico inovador, baseado nos princípios da neurofisiologia da postura humana, que previne e trata as alterações que, muitas vezes, limitam as atividades diárias do indivíduo. Posicionadas entre o pé e o calçado, as palmilhas têm como objetivo reduzir o pico de pressão e distribuir a força de reação do solo por toda a região plantar, aumentando a eficiência do controle postural em todos os momentos. “É uma técnica que, por intermédio de neuroreceptores podais, aborda o indivíduo como um todo e permite tratar a causa da afecção, obtendo resultados mais satisfatórios e em menor tempo, evitando as recidivas e as cirurgias”, ressalta o especialista.
Para a administradora e teóloga Ana Maria Brackmann, de 65 anos, o uso das palmilhas foi um santo remédio. “Tinha muita dor nos joelhos, nos quadris e nas costas e também sentia que estava ficando com a visão borrada, o que me dava muita insegurança ao dirigir”, conta. “Depois que fiz o tratamento com as palmilhas, percebi que não pendia mais para um lado, parei de mancar e sentir dor e, para minha surpresa, também percebi que minha visão tinha melhorado; foi surpreendente”, comemora. O mesmo resultado obteve a professora aposentada Zeli Merlin Mutti, de 75 anos, que sofria de fortes dores no joelho direito e já tinha indicação para cirurgia. “Parece um milagre, mas no dia da consulta, coloquei a palmilha e nunca mais senti nada”, diz a paciente, que encaminhou mais de 25 conhecidos para o tratamento através da podoposturologia.
Emerson dos Santos da Silva, 30 anos, é jogador do Atlético Mineiro e já defendeu o Coritiba. Devido a uma fratura no pé direito, ele ficou 10 meses parado. E era uma lesão grave: ele fraturou os ossos sesamoides, localizados na planta dos pés, abaixo do dedão. Além da dor intensa, havia a possibilidade de ele nunca mais voltar aos campos. Descobrir a palmilha foi a solução. “A palmilha não só apressou a minha volta aos campos, como corrigiu minha postura e diminuiu muito as dores. No início do tratamento, cheguei a usá-la na chuteira, para jogar, mas hoje estou liberado para usá-la somente fora de campo”, conta o jogador, que em três meses já jogou 12 partidas, sem apresentar queixas. “Devo usar a palmilha por mais um ano para ficar 100%, mas graças a ela voltei a jogar, melhorei meu rendimento e estou curado”, comemora o jogador.
Passo a passo do tratamento
O tratamento começa por uma avaliação postural clínica do paciente com podoscópio (aparelho que mostra como a planta do pé se manifesta na pisada). O fisioterapeuta avalia, então, rotação de tronco, nivelamento de bacia e tensão da musculatura paravertebral, além de fazer um teste de equilíbrio, para então prescrever os elementos que serão inseridos nas palmilhas, confeccionadas imediatamente. O paciente já sai do consultório com elas, com a recomendação de usá-las durante 10-12 horas por dia durante 45 dias e retornando após esse período para uma reconsulta. “O corpo precisa em torno de 10 meses a um ano para se fixar na postura ideal para o resto da vida; tudo vai depender de cada caso”, explica Dr. Marcassa.
Nas palmilhas, o podoposturologista pode inserir elementos de EVA (etilvenilacetato) com espessura de 1 mm a no máximo 3 mm em locais da superfície plantar pré-definidos pela avaliação baropodométrica e/ou postural. Estes elementos fornecerão informações inconscientes ao sistema nervoso e, como resposta, o corpo produzirá um reequilíbrio postural através das reações reflexas tônicas musculares, corrigindo as assimetrias posturais. As correções posturais utilizando os receptores plantares são baseadas na localização da superfície plantar e na densidade dos elementos. “A avaliação permite constatar a eficácia imediata da correção das assimetrias posturais, principalmente da coluna vertebral”, reforça Dr. Victor Marcassa Neto.
Pessoas de todas as idades podem usar as palmilhas, que são personalizadas e compátiveis com qualquer tipo de calçado. “Meu filho Paulo, de sete anos, tem pé torto e usava bota ortopédica, sem resultado. Graças às palmilhas, há dois anos ele deixou a bota e está andando muito melhor, com a vantagem de poder usar tênis e não precisar mais depender de um calçado impróprio e incômodo para uma criança”, revela Anastácia Laurineu Neta.
Os benefícios da reeducação postural através das palmilhas vão além do previsível. A podóloga Maria das Neves Coutinho, que há seis anos utiliza a podoposturologia para auxiliar no tratamento de problemas nas unhas dos pés, revela que o método tornou-se um complemento obrigatório em seu trabalho. “Muitas das minhas clientes que tiveram unha encravada ou descolamento de unha só resolveram o problema depois que trataram com as palmilhas. Hoje, o sucesso do meu trabalho depende da podoposturologia, pois, às vezes, a melhora da unha tem origem postural, isto é, na maneira de pisar e se locomover. Para esses casos, a utilização de órteses só tem resultado após o tratamento”, revela. Foi o caso da aposentada Maria Eugênia Wuss, de 55 anos, cliente da podóloga. “Além de uma unha descolada, eu tinha cefaleia crônica, postura errada e pisava errado. Com as palmilhas, não tenho mais dor de cabeça, melhorei a postura e minha unha está bem melhor”, conta admirada.
Principais características e indicações
Utilizando tecnologia europeia, as palmilhas posturais e mecânicas são leves, pouco espessas e fáceis de limpar, sendo confeccionadas basicamente de etilvenilacetato, que tem como característica principal ser absorvente de impacto. “Elas absorvem o suor, impactos sob os calcanhares, nas articulações dos membros superiores e na coluna vertebral durante uma caminhada normal e atividades diárias, propiciando uma sensação de conforto e bem-estar. Também existe a palmilha esportiva, que previne e ameniza os sintomas de eventuais lesões causadas por atividade esportiva”, acrescenta o fisioterapeuta. Por todas estas características, as palmilhas posturais e mecânicas oferecem importante funcionalidade para indivíduos com muita dor nos pés, tornozelos, pernas, joelhos, quadris e na coluna vertebral, e que apresentam uma sobrecarga ponderal acentuada e disfunções circulatórias nos membros inferiores (como nos casos de pé diabético).
As indicações para o uso das palmilhas são muitas: podem ser prescritas de acordo com a marcha (rotação interna ou externa da perna), perna curta, pé cavo, pé plano (chato), esporão de calcâneo, neuroma de Morton, calosidade, bolhas e rachaduras nos pés, unha encravada, calcâneo valgo (para dentro), calcâneo varo (para fora), joelho valgo, joelho varo, joanete e tendinites nos membro inferiores. São indicadas também para o tratamento dos desníveis da bacia (obliquidade), dores na região cervical, lombar e dorsal, dores irradiadas, pubalgias, hérnia de disco, síndromes musculares e faciais, síndromes fêmuro-patelares, artrose, artrite, alterações morfológicas da coluna vertebral, dores de cabeça, disfunções e dores na ATM (articulação têmporo-mandibular), entre outras.
“As palmilhas corrigem os desvios posturais do corpo no espaço, nivelam a bacia, diminuem a torção do tronco, contribuem para a melhor congruência das articulações e amenizam a sobrecarga, principalmente na coluna vertebral. Elas atuam prevenindo e tratando eventuais afecções que possam aparecer, tudo isso no tempo máximo de um ano. Quando o corpo já adquiriu a memória deste novo centro gravitacional, não é mais necessário o uso das palmilhas”, resume Dr. Vitor Marcassa Neto.
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