Competência, alteridade e técnica
O segredo para manter a saúde e a autoestima na melhor idade
A cada ano, com o surgimento de novas tecnologias e descobertas científicas, a odontologia aprimora suas técnicas de tratamento e inclui nesse processo a conscientização das pessoas para a necessidade da prevenção. Isso inclui cuidados antecipados com a higiene bucal, escovação correta e visita ao dentista a cada seis meses. Com isso, foi possível constatar que toda essa atenção com a dentição proporciona melhores condições de saúde no futuro. Mas o que fazer quando não há mais tempo para prevenir e a saúde bucal já está comprometida? É muito comum encontrar casos de perda de dentes, próteses desgastadas e situação dental precária entre a população com idade superior a 60 anos, que não teve uma boa orientação na juventude e não conhece as modernas soluções de tratamentos.
“Os idosos podem melhorar a autoestima realizando procedimentos odontológicos modernos”, explica Dr. Eloy Berticeli, especialista em Odontogeriatria. O avanço da ciência e da tecnologia contribuem para o aumento da longevidade e da expectativa de vida, no entanto, o cuidado com a boca, infelizmente, ainda não é uma preocupação da saúde pública. “É essa realidade que há anos venho tentando mudar em minha clínica ao levar informação e, principalmente, dar atenção às necessidades das pessoas com mais idade”, enfatiza o especialista.
Histórias de vida como a de dona Elsa Gimenez Pereira, de 75 anos, demonstram o quanto é gratificante uma transformação bucal. Aos 30 anos, por falta de um tratamento adequado, ela teve todos os dentes extraídos e substituídos por uma dentadura. Por sentir-se sem acesso a qualquer outro tipo de solução, Elsa passou mais de 40 anos sofrendo com o incômodo de usar dentadura. “O simples fato de me oferecerem uma deliciosa maçã me deixava constrangida. Eu tinha medo de que a prótese caísse na primeira mordida”, emociona-se a senhora, que só há dois anos resolveu tratar os dentes. “Decidi colocar dentes novos (implantes). Sou outra pessoa, estou mais confiante e consigo comer praticamente tudo o que quero”, comemora.
É difícil imaginar que alguém passe tanto tempo sem procurar um tratamento. “O problema não está mais no acesso, mas em dar a atenção adequada às pessoas mais idosas. Elas são solitárias e carentes de informação. Muitas vezes suportam o sofrimento por pura falta de conhecimento. Por isso, o profissional deve ser atencioso, passar segurança, explicar cada detalhe e saber ouvir as dúvidas dos pacientes, além de estar bem preparado clinicamente para atendê-los”, diz Dr. Eloy.
Foi o que encontrou o funcionário público municipal aposentado José Alcimar Biss, de 72 anos. “Por mais de vinte anos convivi com a ausência de alguns molares, até que durante um tratamento dentário descobri que poderia corrigir o problema. O mais importante foi toda a explicação dos procedimentos, a paciência, a dedicação e o conhecimento do Dr.Eloy, principalmente para alguém na minha idade”, alerta José.
Jorge Nogueira, de 83 anos, aposentado, partilha da mesma opinião. “Tinha um problema na gengiva e o procedimento exigia cuidado. Não dava para simplesmente sair operando. A falta de atenção, de informação e de paciência é que complicam nossa vida. Às vezes a dificuldade de transporte é grande e uma informação errada pode significar a perda da viagem. Ainda bem que no meu caso o Dr. Eloy foi bastante competente e meu tratamento correu muito bem”, conta Jorge.
A Odontogeriatria é uma clínica geral com tratamentos direcionados para a manutenção da saúde do paciente. “O profissional especialista na área deve ter conhecimento sobre as principais doenças sistêmicas que possuem manifestação bucal e aquelas que acometem a boca nessa faixa etária”, diz Dr. Eloy, que conclui: “Também é fundamental saber quais são os remédios mais indicados para essa faixa etária, manter-se tecnicamente atualizado e, especialmente, dedicar-se com profundo respeito à qualidade de vida das pessoas”.
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