Odontologia

Biocinética Bucal

A chave para encontrar o caminho da vida saudável pode estar na descoberta do equilíbrio dos dentes

biocinetica-bucal+valdir-mardegan

Qual é a função dos nossos dentes? A resposta, para a maioria das pessoas, seria mastigar. Mas a odontologia moderna aponta que a importância deles vai além. Estudos e pesquisas indicam que os dentes são a porta de acesso ao universo do corpo, o que significa que eles ajudam a manter os níveis respiratórios adequados e a saúde em ordem.

O dentista Valdir Mardegan explica que os dentes possuem boa parte da responsabilidade pelo equilíbrio físico, bioquímico, energético e esquelético do nosso corpo. E a boa notícia é que pela biocibernética bucal é possível diagnosticar problemas de saúde. “Essa técnica tem a capacidade de diagnosticar problemas por uma análise simples, que pode contar parte da vida de uma pessoa pelo exame de seus dentes e de sua boca”, completa o profissional.

Mardegan destaca que as alterações da arcada dentária têm repercussão em todo o organismo e podem originar disfunções. Na boca pode estar a chave para encontrar o caminho da boa oxigenação do corpo. “A deficiência do crescimento bucal, uma perda de dentes ou a redução do espaço para a acomodação da língua podem pressionar os tecidos do palato mole (céu da boca) e da epiglote, diminuindo a entrada de ar pelas narinas, o que gera menor oxigenação dos pulmões”, esclarece Mardegan.

Esse processo desencadeia alterações e afeta a circulação sanguínea, porque impede o pulmão de realizar corretamente sua função de oxigenar o sangue (hematose). Esse quadro pode levar ao aparecimento de doenças como infarto e derrames. Mardegan acrescenta ainda que há a possibilidade da saliva ficar “ácida” e causar gastrite, queilites (boqueira), gengivite, hemorroidas, espinhas e até diabetes. “A saúde do organismo depende de células bem oxigenadas e de saliva alcalina ou neutra, para que o sangue flua cheio de nutrientes, alimente os órgãos e recolha as toxinas. Por isso, o realinhamento da dentição, juntamente com a substituição dos dentes perdidos, atua como uma espécie de reprogramação da vida através da boca”, frisa.

Sorriso saudável, vida feliz

A importância de ter dentes saudáveis é muito maior do que se possa imaginar, pois eles são uma espécie de moldura para o rosto. O rosto diz muito sobre nós e como estamos, além de ter funções essenciais para o organismo. É nessa parte do corpo que fica um dos sentidos que mais dão prazer ao ser humano: o paladar. Nossa boca e nossos dentes nos permitem comer o que queremos e também transmitir afeto e alegria pelo sorriso.

Mas nem todos podem usufruir dessa atividade tão simples do dia a dia. Fatores como cáries, doenças da gengiva e acidentes provocam perda de dentes. Enobar Bordin, de 79 anos, sabe bem o que é isso. Há mais de 20 anos ele enfrentou problemas na dentição e passou por momentos difíceis até encontrar a solução na prótese. “Quando criança, eu tinha os dentes normais. Depois tive um problema na gengiva e eles caíram. Na época, colocaram uma ponte, mas eu ainda era moleque, e com o passar do tempo ela foi caindo”, recorda.

Ele conta que foi ao consultório de vários dentistas e todos diziam que o caso dele não tinha solução. “Era horrível, eu não podia comer direito, tinha que picar miudinho a carne para engolir; maçã era impossível para mim”, declara. Foi então que ele conheceu o dentista Valdir Mardegan, que sugeriu a prótese como solução para o problema. Enobar não tinha nenhum dente na parte superior da boca, por isso precisava de uma prótese e implante. “Devido à grande perda óssea que eu tinha, o dr.  Mardegan foi comigo para São Paulo, por ter lá um centro odontológico que na época tinha mais recursos, e foi onde realizou a minha cirurgia”, relembra.

Passados 25 anos, a prótese continua perfeita e Enobar nunca mais precisou picotar os alimentos para comer. “Está tudo perfeito até hoje; graças a Deus o problema foi resolvido”, afirma com alegria.

De lá para cá a tecnologia caminhou em favor das pessoas que precisam substituir os dentes por próteses. Seja um dente quebrado ou toda a boca sem dentição, há soluções para devolver a satisfação de mastigar. “A boca é o retrato do nosso bem-estar e a pessoa precisa sorrir sem medo”, atesta Mardegan.

O dentista trabalha com diferentes materiais para atender às diversas necessidades. A prótese fixa, destaca ele, é a escolha para quem perdeu um dente por doença ou acidente. “Ela pode ser de acrílico, que é provisória, para atender situações emergenciais, ou de metalocerâmica (porcelana), que é para a vida toda”, afirma o especialista. O metaloplástico (metal e acrílico), completa ele, é outra opção para as próteses, mas não tem a durabilidade da porcelana, pois sofre desgaste e alteração da cor com o tempo. A vantagem, segundo o dentista, é que ele tem custo menor. A parte interna é feita de metal e a face estética, de acrílico.

Mardegan elenca que há vários cuidados e fatores que precisam ser levados em conta antes de se fazer um implante ou prótese. Para quem perdeu vários dentes, é necessário identificar a causa antes de reconstruir a arcada. “Precisamos saber do passado para que não volte a ocorrer a perda novamente”, explica. De acordo com ele, não há pessoas que não possam fazer o procedimento; implante é para todos, sem restrição. “Quando há problemas como diabetes e osteoporose, é feito o tratamento antes e depois se faz o trabalho”, argumenta.

Quem perdeu um dente e não procurou alternativa para substituí-lo pode sofrer com as consequências. “Quando a pessoa perde um dente, o osso que rodeia a raiz deixa de receber qualquer estímulo por parte da mastigação e com isso pode ser reabsorvido pelo organismo. Com isso, ocorrem alterações na aparência facial pela redução do tônus muscular, com deterioração do maxilar”, descreve o dentista.

A autoestima costuma diminuir em pessoas que perderam a dentição. Mesmo quem usa dentadura não fica à vontade para comer o que deseja e acaba sorrindo menos por vergonha. Uma bola de neve que pode até levar à depressão. “Com o implante a pessoa volta a ter confiança para se alimentar e mastigar como antes. Quem usa dentadura tem apenas 25% da capacidade mastigatória. Com a prótese, chega a 100%”, cita o dentista.

Há uma idade mínima para se colocar próteses definitivas. Segundo Mardegan, as mulheres podem passar pelo procedimento a partir dos 17 anos. Já nos homens a idade mínima é entre 18 e 19 anos. “É preciso a completa formação óssea”, justifica o especialista. Quando crianças e adolescentes perdem os dentes, Mardegan opta pelas próteses provisórias até que se possa fazer a definitiva. Essa é uma forma de não deixar os menores com autoestima baixa e vergonha de ir à escola pela ausência do dente.

Com o avanço da tecnologia e recursos cada vez mais detalhados, as próteses são feitas com precisão e ficam idênticas aos dentes normais. “As técnicas melhoraram muito e há recursos para todos os casos. O uso da tomografia computadorizada e da prototipagem aceleraram o tratamento, que ficou mais preciso”, destaca Mardegan.

Agora, não há mais desculpa para viver sem sorrir.

+ Saiba mais