Medicina

Apurando os sentidos

Especialidade médica avança, traz de volta a audição, corrige problemas respiratórios e devolve a harmonia do rosto

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A otorrinolaringologia, considerada uma das mais completas especialidades médicas do mundo, atende necessidades clínicas e cirúrgicas de pacientes de qualquer idade, abrangendo diversas áreas como doenças da boca, da garganta, do nariz e do ouvido, patologias dos seios paranasais, distúrbios de deglutição, do equilíbrio e do sono. E ainda cirurgias reparadoras e reconstrutoras da face, crânio maxilo facial, e de cabeça e pescoço.

A cirurgia de nariz ou rinoplastia – cirurgia para correção de deformidades do nariz – é uma das cirurgias realizada pela otorrinolaringologia, é a mais procurada em todo o mundo. Um dos motivos está na grande mudança que qualquer alteração no nariz provoca na estética facial. Afinal, o nariz, na forma ou tamanho, é fundamental para a harmonia do rosto.

Com problemas de respiração, a estudante Laís Cretlivi procurou um médico otorrinolaringologista e soube que precisava de cirurgia para corrigir o desvio do septo nasal. Durante a consulta, descobriu também que, nesse mesmo procedimento, poderia melhorar o formato de seu nariz por meio da rinoseptoplastia, cirurgia corretiva de desvios ou irregularidades do septo nasal. ”Não me achava feia, só não gostava do meu nariz. Isso me incomodava e eu queria mudá-lo. Uma vez que era necessária a correção do septo, aproveitei a oportunidade”, conta a estudante.

Passados três meses da cirurgia, Laís está livre dos problemas respiratórios e muito feliz com sua aparência: “Na hora da cirurgia fiquei nervosa, mas os profissionais à minha volta me passaram muita tranquilidade. O ótimo resultado me dá certeza de que valeu a pena”, completa com entusiasmo.

Também foi assim com a metalúrgica Ivete Schitz, de 27 anos. “Minha autoestima estava lá embaixo. Sempre que me olhava no espelho, queria mudar meu nariz”, reconhece. Por causa do desvio de septo, o médico recomendou a septoplastia, afirmando que a correção estética seria feita ao mesmo tempo. “Meu rosto ficou muito mais harmonioso, meus familiares e amigos perceberam a diferença e todos elogiam muito”, comemora.

Mauricio Buschle, médico otorrinolaringologista do Hospital Iguaçu explica que, para o sucesso da cirurgia, é preciso tomar alguns cuidados no pós-operatório, por, no mínimo, três meses, como repouso na primeira semana, nada de exposição ao sol, evitar o uso de óculos e a prática de esportes de contato. “Na maioria dos casos, a recuperação é rápida, o hematoma desaparece em duas semanas e o inchaço vai lentamente sendo absorvido pelo organismo”, garante o especialista. “O resultado final fica evidente a partir do primeiro mês e a cicatrização completa se dá em três meses”.

Desde dezembro passado, Andrea de Andrade Gelasko, 26 anos propagandista médica, festeja o sucesso da cirurgia que corrigiu o septo nasal e a formato do nariz. “A respiração melhorou em 30% e o nariz ficou lindo, dando equilíbrio ao meu rosto, efeito que há muito tempo d esejava”, declara. Segundo ela, o controle da ansiedade para ver o resultado é fundamental: “Mesmo com os incômodos normais de um pós-cirúrgico, como a atadura, coriza e o inchaço, me sentia contente e a recuperação aconteceu quase sem eu perceber”.

Para a realização do procedimento, indicado para qualquer pessoa a partir dos 14 anos de idade, é necessária uma pré-avaliação do paciente, com exames de sangue e cardiológicos. Buschle ressalta que é importante que o paciente esteja bem informado sobre os benefícios e as limitações da cirurgia “para evitar expectativas exageradas que podem terminar em frstrações”.

 

Problemas auditivos

Todos perdemos um pouco da audição ao longo da vida. Aos 80 anos de idade, uma pessoa já perdeu aproximadamente 60% dos neurônios responsáveis pela audição. Estima-se, ainda, que 10% da população brasileira apresente algum distúrbio auditivo. Em idosos, esse número sobe para 20%. O Dr. Mauricio Buschle diz que é comum que as pessoas demorem a perceber a perda de audição: “Por isso, devemos realizar exames de audiometria e impedânciometria anualmente, principalmente em crianças em idade escolar e pessoas que trabalham expostas a ruídos acima de 80 decibéis, bem como profissionais que usam muito a voz, como professores e vendedores”, orienta.

O Hospital Iguaçu, referência em otorrinolaringologia, tem apresentado grandes conquistas no tratamento da surdez e de distúrbios auditivos com o uso de aparelhos de audição menores e mais precisos.

Entre os tratamentos para perda auditiva estão medicamentos, uso de prótese auditiva, cirurgia e, para casos de surdez severa e profunda, o implante coclear, a mais moderna tecnologia da área.

O implante coclear vem sendo realizado no Hospital Iguaçu desde 2006, único centro credenciado para o procedimento no Paraná. A cirurgia, que traz esperanças para as pessoas que nunca escutaram ou quase não escutam e não têm benefício com prótese auditiva convencional, é disponibilizada por plano de saúde e também pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Cerca de 350 mil brasileiros que sofrem com a surdez estão habilitados e podem se beneficiar do implante coclear para levar uma vida normal. No entanto, a falta de informação impossibilita o acesso ao implante, que já é feito no Brasil há mais de dez anos.

O implante coclear é um procedimento que consiste na colocação de um aparelho na parte interna do ouvido que restaura a função da cóclea, órgão do ouvido que codifica os sons, transformando os sinais sonoros nos impulsos elétricos que fazem com que a pessoa possa ouvir. Esse implante é um dispositivo eletrônico composto por um grupo de eletrodos e um aparelho receptor. Por fora, colocada atrás da orelha, fica a parte que processa a fala, com um microfone com bateria. A comunicação entre os componentes interno e externo realiza-se através de ondas de frequência transmitidas pela pele, que permanece intacta.

O aparelho é ligado um mês depois do implante, tempo necessário para a cicatrização do ouvido e a integração do equipamento. Um programa de computador e a ajuda de uma fonoaudióloga auxiliam nessa fase do processo, quando são realizados os ajustes e mapeamentos.

Depois de ligado o aparelho, o paciente é submetido a um tratamento de reabilitação feito pela equipe multidisciplinar que o Hospital Iguaçu disponibiliza, empenhado em melhorar a qualidade de vida dos portadores dessas patologias. A equipe é formada por médicos otologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais, cujo trabalho é fundamental para a reabilitação.

Após a cirurgia, é necessário que o paciente faça sessões semanais de fonoaudiologia. “O papel do fonoaudiólogo é fundamental nesse processo, pois é preciso adquirir oralidade ou reaprender a ouvir”, explica o Dr. Mauricio  que também é o chefe da equipe de implante coclear.

A psicóloga Lesle Maciel, assegura que a psicologia também exerce um papel importante na reabilitação, pois a cirurgia gera muitas expectativas, tanto do paciente quanto da família. ”É preciso desmistificar o procedimento e dar o necessário suporte emocional. Nós fazemos uma ‘parceria’ com o paciente durante todos os momentos de conquistas e frustrações”, enfatiza Lesle.

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