Alta tecnologia no tratamento de veias, artérias e doenças circulatórias
Combater as doenças modernas só é possível com muito estudo, prevenção e, é claro, com os avanços da medicina e das cirurgias minimamente invasivas
Vida sedentária, consumo de gordura, açúcar, uso de cigarro e anticoncepcionais são algumas ações que quando combinadas e associadas causam um estrago enorme no organismo, depositando resíduos, enrijecendo, obstruindo, inflamando e rompendo vasos, veias e artérias. O resultado disso é o grande aumento dos números de derrames, AVCs, infartos, varizes, doenças circulatórias, obstruções de artérias e aneurismas.
Os sintomas iniciais dificilmente incomodam, mas em um segundo momento as pessoas passam a sentir mais dores de cabeça, inchaço, cansaço, tonturas, incômodos ao caminhar e, em alguns casos, aumento da pressão arterial sem razão definida. Vários são os indícios decorrentes da doença das artérias e, uma vez que ocorre em todo o corpo, os diferentes tipos de sensações dependerão do órgão que foi comprometido. Por exemplo: se o comprometimento for da artéria renal, o paciente pode desenvolver um quadro de pressão alta. Mas se o problema atingir as artérias que vão ao cérebro, então os sintomas podem ser tonturas e até perda de consciência. A questão reside no fato de que muitas vezes as artérias doentes apenas vão desencadear algum tipo de sintoma quando já existe um comprometimento sério, razão pela qual a consulta médica de prevenção adquire papel importante na medicina moderna. O principal tratamento sempre é a precaução e a mudança de hábitos. O aparecimento mais comum são as doenças arteriais, aneurismas e a arteriosclerose, que, se não tratadas de forma séria, podem acarretar em falência de órgãos, perda de membros e até a morte.
A boa notícia é que a maioria dos casos pode ser solucionada pelas cirurgias minimamente invasivas, isto é, com pequenos cortes de dois milímetros que não necessitam de pontos, oferecem menores riscos e a recuperação é mais rápida. A técnica, conhecida como cateterismo, vem sendo utilizada nas capitais e nos maiores centros de saúde. Dentro dessa categoria de cirurgia, a especialidade médica responsável é a Radiologia Intervencionista, que através de suas técnicas e métodos trata efetivamente tanto os vasos doentes obstruídos ou com aneurismas, que são fraquezas na parede que podem romper e levar o paciente a morte, quanto os localizados na maior artéria, que é a Aorta Abdominal.
Durante o procedimento são feitos pequenos cortes para inserir os stents, pequenas molas que revestem a parede interna das artérias e veias, dando maior sustentação à dilatação (angioplastia) previamente realizada. Com isso, as placas de gordura ficam depositadas entre os stents e a parede do vaso. Eles seguem pelas veias e artérias guiados e conduzidos por aparelhos que transmitem imagens de alta resolução, chamados de Angiógrafo Digital, capaz de visualizar vasos sanguíneos menores que um milímetro de diâmetro, em tempo real, até o ponto ou local comprometido. Uma vez lá, os stents envolvem o tecido doente e restauram o fluxo sanguíneo sem que o resto do organismo seja agredido.
“Os procedimentos de Radiologia Intervencionista têm trazido benefícios comprovados para diversas áreas da medicina desde 1964, quando a primeira angioplastia foi realizada pelo Dr. Charles Dotter. Entre essas áreas estão a vascular, o tratamento de miomas uterinos, cânceres, tumores no fígado, aneurismas e doenças cerebrais, embolia pulmonar, sangramento intestinal, entre outras. Sendo utilizada atualmente em mais de 60 tipos de procedimentos, tal a sua diversidade e aplicabilidade”, afirma Dr. Alexander Ramajo Corvello. O aprimoramento da especialidade permitiu o tratamento de pacientes com diversos tipos de problemas. “Os procedimentos são feitos com o auxílio de imagens geradas por aparelhos de angiografia, por subtração digital e radioscopia, que permitem fazer imagens em três dimensões das veias e artérias do corpo”, ressalta Dr. Corvello.
Radiologia Intervencionista pode ajudar no tratamento de diversos tipos de problemas de circulação, de forma segura e com menor risco
Angioplastia da carótida: as carótidas são as principais artérias do pescoço que levam sangue ao cérebro. Elas podem, eventualmente, ser acometidas pelo crescimento de placas de gordura em seu interior, deixando-as total ou parcialmente obstruídas. Isso desencadeia o derrame cerebral por falta de fluxo sanguíneo, deixando sequelas neurológicas irreparáveis. Os principais sintomas são: tontura, escurecimento momentâneo da visão e formigamento de partes do corpo ou do rosto. A princípio, o tratamento é clínico, desde que os sintomas sejam mínimos, e são feitos com medicações que ‘afinam’ o sangue. Apenas quando as estenoses – estreitamento das artérias – são superiores a 50% é que o tratamento é cirúrgico. “Neste caso, a Radiologia Intervencionista trata o problema com mínimas chances de complicações”, explica Dr. Alexander Corvello.
Angioplastia das artérias renais: tem o objetivo de reduzir a pressão arterial e melhorar ou preservar o funcionamento dos rins. No procedimento, o stent liberado pelo cateter tem o objetivo de evitar obstruções futuras. É realizado com anestesia local.
Angioplastia das artérias periféricas dos membros inferiores: indicada em caso de estreitamento das artérias por aterosclerose – placas de gordura. O problema, muitas vezes, só é detectado através de exames, por isso é importante prestar atenção em alguns sintomas: falta de sensibilidade das pernas, coloração da pele e perda de força, dor ou queimação na musculatura da perna ao caminhar. Um cateter é introduzido na artéria periférica femural, localizada na virilha, e um pequeno balão é insuflado na ponta desse cateter para desobstruir a artéria, liberando um stent no local.
Esse procedimento foi o que salvou a mineira aposentada de Borda da Mata, dona Isaura Vieira Gubert, de 73 anos. Sempre muito ativa, ela precisou parar de fazer suas caminhadas e hidroginástica devido a dores em sua perna direita, acompanhadas de uma sensação de queimação. “Percebi que algumas veias começaram a levantar. Achei que fazendo hidroginástica iria melhorar, mas não. De repente eu não conseguia mais andar. Caminhava uma quadra e tinha que parar”, ressalta. Quando procurou por um especialista, dona Isaura logo foi diagnosticada com obstrução das artérias. A recomendação foi a angioplastia com stent. “Foi uma beleza, a recuperação foi rápida, as dores desapareceram e voltei a fazer minhas atividades”, conta a mineira.
Oito meses depois, a outra perna de dona Isaura começou a incomodar. Os sintomas eram diferentes e ela achou que fosse trombose. Não deu muita importância para o fato e demorou para voltar ao médico. Ela quase perdeu o membro. Teve que passar por um novo procedimento. “Foi um susto, mas agora estou bem. Até já fiz minha matrícula na academia pra fazer musculação e alongamento”, comemora.
Dr. Corvello diz que a possibilidade dos sintomas se manifestarem em outros locais, em períodos diferentes, pode sim acontecer. “A doença aterosclerótica é uma manifestação por todo o corpo, mas em cada paciente pode aparecer de jeitos diferentes, depende do local em que as placas de gordura estão comprometendo a artéria. Assim, se entupir a artéria do rim pode ocasionar hipertensão de difícil controle, se for no intestino, o paciente pode ter dor após se alimentar, e se for na artéria do pescoço (carótida) pode ter sintomas neurológicos, como derrame. Por isso é tão importante o diagnóstico já no início e o acompanhamento rotineiro”, diz o médico. A Radiologia Intervencionista permite procedimentos eficazes, minimamente invasivos, aliados a mais alta tecnologia e com equipamentos que garantam a precisão. Fique atento aos sintomas. Qualquer dor, inchaço ou cansaço procure um médico.
Sistema circulatório
É de extrema importância para o ser humano. Enquanto o coração bombeia o sangue, os vasos sanguíneos são as vias de transporte. As artérias e veias são responsáveis por levar oxigênio e nutrientes para todas as células, hormônios aos tecidos, fazer funcionar as células de defesa e transportar os produtos finais do metabolismo aos órgãos responsáveis por sua eliminação.
Doenças arteriais periféricas
São as doenças que afetam outras artérias que não a aorta. Podem ser classificadas por região afetada do corpo, como artérias do pescoço, artérias renais, artéria dos membros inferiores e assim por diante. Sua evolução pode ser lenta, levando décadas sem apresentar qualquer sintoma.
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