A consciência na busca pelo equilíbrio
A ciência enxerga cada vez mais longe, mas a pergunta é: para qual lado?
Estamos descobrindo muito sobre o corpo humano, dados que talvez, juntos, nem caberiam nos atuais livros acadêmicos. Isso conforta? Talvez não, pois é curioso o que mostram as estatísticas sobre a saúde, apontando a sua piora crescente. Quem é que não recebe notícias sobre o aumento de casos de câncer, infertilidade, depressão, ansiedade, fadiga, obesidade, entre outros? Isso assusta? Que paradoxo: a medicina avança e as doenças aumentam.
Como nada é por acaso, levemos em conta que o nosso corpo possui uma inteligência extraordinária. Ele busca, constantemente, o equilíbrio para manter-se hígido, saudável. Ele é fruto de diversas seleções naturais, sendo extremamente adaptável. Isso quando se fala em milhares de anos de mudanças no ambiente e sobrevivência. Notoriamente, não estamos mais nesse meio ambiente natural para o qual esse corpo foi adaptado. Aconteceram, em menos de 20 anos, mudanças espantosas e agudas em termos de irradiação, poluição, nutrição, exposição eletromagnética, valores humanos e sedentarismo. O meio ambiente é outro. É um verdadeiro susto para o nosso DNA e metabolismo, sem falar no psíquico. Isso afeta as condições de saúde e, também, as atividades da medicina.
Por conta disso, grupos de médicos passaram a praticar uma medicina baseada na prevenção de doenças. Nela se destacam as mudanças e criações de novos hábitos, que rompem os paradigmas modernos da saúde coletiva para tratar individualmente as pessoas. “É preciso empenho na busca de um profundo e dedicado diagnóstico, pois só com ele poderemos, de fato, prevenir e tratar as doenças desencadeadas por décadas de erros em nosso comportamento, causados pelo estilo de vida ruim e práticas alimentares inadequadas”, destaca o médico Dr. Mussi George Khalil, do Centro Integrado de Medicina Preventiva – CIMEP.
Desafio
Para Dr. Mussi, cada vez mais ouviremos falar no conceito de tratamento focado na recuperação celular, no descanso, na nutrição, na desintoxicação e no mapeamento genético humano, caminhando para uma medicina nutrigenômica. “Já estamos elaborando cardápios específicos, orientando programas de treinamento físico, compondo formulações suplementares de vitaminas e aminoácidos, regulando e estabilizando os hormônios e a sua produção”, detalha Mussi, explicando que além de potencializar os tratamentos de emagrecimento, os novos recursos podem prevenir e tratar doenças identificadas nos genes de cada indivíduo, de forma personalizada.
Mas isso de nada adianta se as pessoas continuarem comprometendo a saúde com um estilo de vida estressante, que promova a insônia, a má alimentação e a dependência química de medicamentos e antidepressivos. “Cada paciente tem sua completa individualidade, metabolismo e estilo de vida único. Ao avaliá-lo globalmente e minuciosamente, vamos buscar o tratamento ideal, mas o bom resultado também vai depender das mudanças que cada um está disposto a fazer para chegar a um equilíbrio”, argumenta Dr. Mussi.
Parece simples, mas o equilíbrio é, sem dúvida, um grande desafio. De acordo com o médico, os tratamentos que envolvem prevenção estão ligados à reprogramação biológica do corpo. Isto envolve desde a modulação hormonal de neurotransmissores até o equilíbrio de nutrientes, tratamento da disbiose intestinal, controle do estresse oxidativo e desintoxicação (metais pesados e xenobióticos).
Trabalho multidisciplinar
O apoio frequente de especialidades afins, como a dos gastroenterologistas, da cardiologia, reumatologia, nutrição e psiquiatria, é muito importante. O objetivo principal é deixar o paciente completamente assistido, evitando que ocorram desordens na correlação dessa equipe, deixando claro que a prevenção potencializa o reequilíbrio da saúde. “A saúde passa pelo equilíbrio biológico. E para isso é preciso estar um passo à frente e oferecer o que há de melhor para o reestabelecimento da saúde: a mudança de consciência”, finaliza Mussi.
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