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Consultas a jato

A Revista Corpore buscou a opinião de um médico de Curitiba sobre as consultas a jato. Ele concorda com a reportagem que saiu na revista ISTOÉ criticando as consultas médicas feitas em pouco minutos que podem ocasionar um diagnóstico errado

A edição nº 2196 da revista ISTOÉ tratou de um assunto muito importante para quem precisa de uma consulta médica: as consultas a jato. A reportagem fala que é comum as consultas médicas no Brasil durarem cerca de 15 minutos, chegando até a incríveis 3 minutos algumas vezes quando não são realizadas no próprio corredor, o que acarreta diagnósticos errados, tratamentos mal feitos e até na piora da saúde do paciente e até fatais.

Não existe um tempo mínimo estipulado para as consultas durarem, é necessário o médico agir com consciência ética para saber se teve todas as informações necessárias para um diagnóstico correto, a medicação indicada corretamente e o simples entendimento do paciente sobre sua saúde, o que em algumas situações pode levar menos tempo ou até uma hora.

Defensores de consultas que priorizam o paciente, nós da Revista Corpore chamamos o Dr. André Lauth, médico em Curitiba, também preocupado quanto a estas questões, para nos dar sua opinião sobre a reportagem e os atendimentos vistos por ele em sua experiência como médico também da rede pública:

Começo com a seguinte frase, que venho usando desde a faculdade, onde ouvi isto de um ótimo professor: “Infelizmente, medicina não é matemática”. Em qualquer área da saúde, nem sempre um mais um são dois. Dessa maneira, afirmo que é impossível estabelecer um tempo mínimo ou máximo para uma consulta médica. Costumo dar aos meus pacientes toda a atenção necessária durante a consulta e após a mesma. Como exemplo, para um paciente bem esclarecido que deseja apenas realizar a remoção de uma “pinta de beleza”, uma consulta de 15 minutos pode ser mais que suficiente. Entretanto, para uma pessoa que tenha uma doença grave, complexa ou de difícil diagnóstico, pode ser necessária uma hora ou mais e, muitas vezes, diversas consultas.

Obviamente sou contra consultas relâmpago no sentido em que elas são colocadas na reportagem e penso que nenhum médico deveria marcar mais de 2 consultas por hora, o que garante, na maioria das vezes, atendimentos bem realizados, na hora marcada e com o mínimo de transtorno possível para os pacientes, visto que estes já encontram-se fragilizados pela doença que os leva a nos procurar.

fonte: IstoÉ – edição 2196

Comente

  • Moana Brasil disse:

    Hoje é um dia muito propício para este post, pois há 4 anos no dia 21 de dezembro meu pai faleceu vítima de mau atendimento prestado em um hospital público em São Paulo. Após passar mal uma semana e diagnosticado de stress levando pra casa um remedinho para se acalmar, foi ao hospital várias vezes , todas sendo encaminhado para casa. O resultado disso foi fatal e nem ao menos obtivemos um diagnóstico preciso do que aconteceu. Penso que as recentes medidas do governo a fim de resgatar o mínimo de qualidade em planos de saúde poderiam ser feitas também nos hospitais públicos que mesmo em Curitiba, referência em saúde em todo o Brasil, um exame imprescindível para diagnóstico de câncer e outras doenças igualmente traiçoeiras levam meses na fila de espera devido a pequena quantidade de médicos para a grande demanda hoje necessária. Seja em relação aos planos de saúde ou na rede pública, devemos repensar o valor que está sendo dado a vida!

  • Miriam Zanatta disse:

    Parabéns pela escolha no profissional da reportagem acima. Sou cliente do Dr. André e posso assegurar que o que está aqui não é apenas discurso, mas prática real. Os pacientes são tratados com muita atenção, o que é essencial.