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As novas decisões da cirurgia plástica

O cirurgião plástico Dr. Paulo Bettes nos informa as decisões sobre o uso das próteses nos seios no Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, realizado em março, em São Paulo

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A cirurgia plástica de seios reina absoluta entre as modalidades de adequação estética realizadas no país. Neste ano, as notícias sobre problemas com as marcas francesa PIP e holandesa Rofil causaram, e ainda causam, temor entre as mulheres que já tem silicone e as que pretendiam colocar. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês), a Rofil, assim como PIP — cujo registro foi cancelado no início do ano –, utilizaram silicone industrial na fabricação dos implantes, o que aumenta em até cinco vezes as chances de ruptura do material.

Aumentando ainda mais a desconfiança sobre a segurança das próteses, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu suspender a importação de próteses mamárias, até que o Inmetro registre as normas de avaliação de qualidade. A venda das próteses só poderá ser feita depois que os fabricantes conseguirem o selo de qualidade, que vai avaliar a composição e a resistência do silicone.

 

Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica

Após reunião de mais de mil cirurgiões plásticos no Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, realizado no final de março, em São Paulo, Dr. Paulo Bettes, cirurgião plástico de Curitiba, presente no simpósio, informou que as pacientes que implantaram próteses das marcas citadas deverão ser comunicadas e orientadas a retornar, obrigatoriamente, aos cirurgiões que realizaram a colocação dos implantes, ou em cirurgião plástico de sua confiança, para avaliação das condições atuais das mesmas por exame clínico e com exames complementares, entre eles a ecografia mamária e a ressonância magnética.

O cirurgião destaca que a determinação não indica retirada ou troca imediata das próteses nas pacientes que não apresentarem quaisquer problemas na avaliação. “As mulheres que desejarem retirar ou trocar as próteses devem ter o pedido atendido”, informa Dr. Bettes. “Um cadastro nacional dos implantes mamários está sendo feito com gerenciamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), onde todos os cirurgiões plásticos cadastrados registrarão os dados das próteses colocadas em suas pacientes”, relata o médico.

Nesse cadastro deverá constar, entre outras informações, idade, tamanho implantado, modelo da prótese, número de série e número do lote. Servirá para determinar quantas mulheres no Brasil têm prótese de mama, que modelo é o mais usado e quantas precisaram trocar as próteses por algum problema. “Isso é uma grande evolução na questão da segurança, tanto para os cirurgiões, que terão mais controle quanto à escolha da marca da prótese, quanto para as pacientes de todo o país”, conclui o cirurgião.

 

Esteja atenta

Próteses de material inadequado ou mesmo de tamanho muito reduzido (inferiores a 165 ml) são passíveis de serem rejeitadas pelo organismo e costumavam ser as principais causas dos problemas relacionados ao implante. Durante a década de 70, e durante muito tempo, as próteses eram fabricadas com silicone líquido e revestidas por uma camada de silicone liso. Entretanto, esse tipo de prótese tende a formar ao seu redor uma cápsula dura e dolorosa que, às vezes, pode deformar as mamas, sendo necessárias manobras frequentes e dolorosas para reajuste.

Atualmente, as próteses utilizadas em implantes mamários são fabricadas para permanecer dentro do corpo por longos períodos. Elas são revestidas de poliuretano, material que consegue isolar eficientemente a prótese e evitar a ocorrência de contratura ou a chamada retração. Os riscos de extravasamento do silicone do interior das próteses foram eliminados, porque ele deixou de ser fluido para ser utilizado na forma de gel plástico.

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