Avanços da Medicina

A medicina moderna a favor da mulher

Elas usufruem da técnicas não cirúrgicas que promovem a preservação do útero no tratamento dos miomas utrinos

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A cada dia que passa, as mulheres desempenham um importante papel na sociedade. São líderes e empreendedoras, estão à frente do mercado de trabalho e concorrem a cargos até de presidente da República. Tudo isso sem abrir mão das obrigações e dos cuidados com a casa, a atenção ao marido e, principalmente, o papel de serem mães. O problema é que muitas estão deixando de viver o privilégio da maternidade, pois existe uma série de doenças que as cometem, e dentre as mais comuns estão os miomas uterinos.

Especialistas estimam que a miomatose uterina possa incidir em uma entre quatro mulheres em idade fértil. Alguns estudos chegam a prever que cerca de 50% das mulheres terão miomas em algum momento de suas vidas. O pico de incidência é dos trinta aos quarenta anos de idade. Mesmo assim, não é raro encontrar mulheres mais jovens com miomas antes mesmo de serem mães.

A técnica em enfermagem Ana Nery Santos Domingos, de 35 anos, descobriu que tinha um mioma no útero e temia os tratamentos por cirurgia. “O mioma era tão grande que eu não podia usar calça muito justa e dormia de bruços de tanto que me incomodava. Também sintia muita fraqueza, pois vivia anêmica devido ao intenso sangramento”, relata. A paciente foi submetida à embolização do mioma e comemora o resultado. “Não senti nenhuma dor e ainda salvei o meu útero. Agora, posso sair e trabalhar tranquila. Estou mais disposta e talvez ainda possa ser mãe. Enfim, consegui de volta minha qualidade de vida”, destaca.

Esse dia a dia agitado e a constante preocupação com a carreira, trabalho e estudos, faz com que milhares de mulheres passem a tomar decisões mais tardiamente, como casar, ter filhos e investir mais nos cuidados e na prevenção da saúde.

No caso específico dos miomas, a embolização das artérias uterinas, um dos procedimentos mais comuns feitos pela Radiologia Intervencionista, é uma técnica segura, reconhecida cientificamente e com uma recuperação mais rápida para as pacientes. “Os miomas são tumores benignos, não-cancerosos, que se desenvolvem na parede do útero com tamanhos variados, mas que podem ser tratados de diversas formas. Inclusive por método não-cirúrgico como a Embolização que é um procedimento de cateterismo e que não necessita de pontos. Não existe, contudo, o melhor tratamento para todos os casos, mas sim aquele que é o ideal para cada paciente. Daí a importância da mulher buscar a informação sobre sua doença e a melhor forma de tratamento para o seu caso. É direito do paciente buscar o melhor para si.”, esclarece Dr. Alexander Ramajo Corvello, médico especialista em radiologia intervencionista. Dr. Corvello explica que os sintomas nem sempre são perceptíveis, os tumores podem ser diagnosticados em exames ginecológicos de rotina, e complementados com a ecografia do útero ou a ressonância magnética, para então serem submetidos à embolização.

 

Entendendo a técnica

A embolização do útero tem a finalidade de acabar com a alimentação dos miomas e preservar a função uterina. Tecnicamente o procedimento é realizado através de um pequeno furinho na pele de três milímetros na altura da virilha, e uma vez dentro da artéria do útero o médico radiologista intervencionista realiza a injeção de minúsculas partículas que bloqueiam o fluxo sanguíneo que alimenta o mioma ou os miomas, fazendo-o regredir e tratando os tão indesejados sintomas, com um grau de sucesso entre 85% a 92% dos casos.

Este tratamento pode ser uma alternativa efetiva à cirurgia tradicional, na qual é retirado o mioma (miomectomia) ou todo o útero (histerectomia) desde que a adequada indicação seja realizada pelo Radiologista Intervencionista. Na embolização, a anestesia é local ou com peridural, pois o cateterismo das artérias é um ato que não desencadeia dor ao paciente por não existir terminais nervosos de dor no interior das artérias e veias.

O tempo de recuperação é de aproximadamente de quatro a sete dias, com repouso parcial, possibilitando a paciente um retorno rápido as suas atividades normais. “É um método que existe há mais de 20 anos e que é também empregado para o efetivo tratamento dos miomas uterinos desde 1996. Como é um procedimento seguro e eficaz, tem obtido espaço por ser minimamente invasivo e preservar o útero, além de ser reconhecido com o maior grau de evidência científica pelas Sociedades Americana de Ginecologia e Obstetrícia e pelas Sociedades Americana, Europeia e Brasileira de Radiologia Intervencionista”, destaca o Dr. Corvello. A técnica não-cirúrgica dura em média uma hora e preserva o útero, dando esperança àquela mulher que ainda gostaria de engravidar.

 

Os avanços da medicina

“Hoje é possível desobstruir artérias e veias, fechá-las quando elas sangram ou tratar um tumor maligno diretamente dentro de um órgão, como o fígado, obstruir vasos sanguíneos que alimentam um mioma fazendo-o morrer, pois ele deixa de receber oxigênio e nutrientes, acabando com os sintomas e a dor, entre outros inúmeros procedimentos por cateterismo existentes dentro da especialidade médica da Radiologia Intervencionista. Através da técnica também é possível levar o tratamento quimioterápico diretamente ao tecido ou órgão comprometido, trabalhando em conjunto com os mais diversos especialistas médicos de forma multidisciplinar e, assim, propiciar tratamentos menos invasivos, modernos e mais efetivos para os pacientes que procuram a cura das suas doenças”, explica o especialista.

Dr. Corvello que morou em Apucarana, norte do Paraná desde a sua infância, escolheu Curitiba para clinicar, e hoje também realiza procedimentos nas cidades de Maringá e Guarapuava. O médico atende pacientes que vem das mais diversas regiões do país, e afirma que é uma grande satisfação fazer parte de uma especialidade que se soma a tantas outras, seja a ginecologia, a cardiologia, neurologia, pneumologia, oncologia, ortopedia, pediatria e outras.

A Radiologia Intervencionista é um serviço necessário e disponível na maioria dos hospitais dos grandes centros urbanos. “Hoje a tecnologia empregada nos exames de rotina permite detectar diversas doenças ainda no estágio inicial devido à altíssima definição de imagem e tecnologia empregada”, destaca o Radiologista Intervencionista. Com isso, temos uma nova medicina que propicia procedimentos não-cirúrgicos e realizados por cateterismo, de baixo risco, menos invasivos, com recuperação mais rápida e que preservam a saúde do corpo e dos órgãos.

Todos os procedimentos são realizados com o auxílio de um método de imagem, que pode ser o ultra-som, a tomografia computadorizada, a angiografia por subtração digital e a radioscopia, equipamento de alta resolução de imagem capaz de subtrair as imagens de ossos e vísceras, propiciando imagem apenas dos vasos sanguíneos e, em alguns equipamentos, a reconstrução em três dimensões e até imagens do interior do vaso.

 

Busca pela informação

Quem ficou feliz com a descoberta da técnica foi a apresentadora do programa Vitrine Sara Presoto, da TV Tarobá, afiliada da Band. A londrinense tem uma vida realmente agitada e cheia de responsabilidades, por isso teve que adiar algumas decisões em função de suas lutas e conquistas profissionais. “Sou mulher acima de tudo, quero ser mãe e fico satisfeita em saber e poder usufruir desses avanços”.

Dr. Corvello reforça a importância das mulheres estarem sempre em dia com os seus check-ups. “É muito melhor prevenir, se conscientizar, estar informado e buscar sempre a melhor opção de tratamento para cada caso. A busca por hábitos saudáveis também é essencial, estar com o corpo e mente sã continua sendo a base da medicina moderna”, descreve o especialista.

Sara é um exemplo de mulher que procura sempre estar informada e também informar os outros, pois semanalmente, entrevista diversos profissionais que abordam o tema saúde da mulher e da família. “Estou sempre em dia com os meus exames e busco controlar minha alimentação. Pratico ioga, pilates, corro e faço terapia. O mais importante para mim é saber viver a vida, participar de causas que realmente valem a pena”, diz a apresentadora.

“Para mim, a embolização foi um milagre, porque queria ter mais filhos quando descobri que tinha miomas uterinos”, afirma a técnica contábil Ivone dos Santos, de 43 anos, que hoje está grávida de seis meses de seu quarto filho, a segunda gestação pós-embolização. Ivone já tinha um casal antes do procedimento. “Soube do problema numa consulta de rotina e o meu médico indicou a retirada do útero, pois não conhecia ainda a embolização. Descobri a nova técnica na internet, e nem preciso dizer que o resultado foi fantástico, é só olhar para a minha barriga”, comemora a grávida.

Dr. Alexander Ramajo Corvello é membro da Sociedade Americana de Radiologia (RSNA), da Sociedade Europeia de Radiologia Intervencionista (CIRSE), da Sociedade Americana de Intevenção (SIR) e membro da Câmara Técnica da Alta Complexidade em Procedimentos Cardiovasculares do Ministério da Saúde. O médico foi um dos membros fundadores da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SOBRICE), sendo o atual Vice-Presidente desta entidade e chefe do Departamento de Radiologia Intervencionista dos hospitais Universitário Evangélico de Curitiba, Santa Cruz e São Vicente – FUNEF, além de radiologista intervencionista do Hospital Vita e da Cruz Vermelha, em Curitiba, Hospital Paraná em Maringá e São Vicente de Guarapuava.

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