Frágeis, porém fortes e corajosas
Em sua profissão, Fabiane une delicadeza e sensibilidade com força e coragem
Ser mulher significa ser frágil, delicada, sensível, o sexo frágil, certo? O dever da mulher é ser somente dona de casa, mãe, esposa, servir à família e nada além disso, certo? Errado, e a Fabiane Silva de Almeida vai mostrar porquê.
Aos 36 anos Fabiane faz de seu espírito aventureiro, profissão. Ela é delicada, sensível, mãe, esposa e até avó. Mas, além disso, é escaladora, montanhista e instrutora de escalada. Em sua profissão une a delicadeza e sensibilidade de mulher com a força, a garra, a coragem e a dedicação de montanhista.
Fabiane pratica escalada desde 1996 e considera a modalidade um ritual. “Escalar para mim é quase um ato ritualístico. É um momento bastante introspectivo. Uma relação direta de mim comigo mesma e com os movimentos que estão sendo executados. É um momento único onde, definitivamente, tudo o que importa de verdade é simplesmente escalar”, declara.
O montanhismo e a escalada, tanto na rocha quando em uma parede de escalada, são esportes considerados masculinos, mas Fabiane discorda e afirma que as mulheres podem ser mais eficientes que os homens na hora de praticar o esporte. “A mulher num primeiro momento pode sentir um pouco de medo da altura e certo desconforto nos antebraços, mas isto só até perceber que pode usar o corpo a seu favor, entre outros detalhes e sua cautela acaba fazendo sua experiência ser mais durável do que a do homem, que chega pegando desenfreadamente nas agarras, utilizando simplesmente os braços ao invés de todo o resto do corpo, inclusive a cabeça. Pensar é fundamental”, explica.
Ela ainda completa dizendo que a forma de ensinar de homens e mulheres é diferente, ainda mais quando se trata de professores escaladores. “Procuro trabalhar com uma didática mais cativante, afinal delicadeza, não é a virtude de escaladores”, brinca a montanhista.
Mesmo fazendo parte de uma nova geração de mulheres, as com espírito aventureiro, que trabalham e lutam, Fabiane, como a maioria das mulheres gosta de cuidar do corpo e da saúde. Vai trabalhar de bicicleta, pedala em média 20 km por dia, nada três vezes por semana e faz musculação, mas sua real paixão é a escalada. “No final de semana, depois de resolver pendências domésticas, anseio para poder escalar de novo. Gosto do meu trabalho e acredito que a minha segurança inspira confiança. Tenho anos de bagagem de montanhismo, escalada, trabalhos em altura e mais alguns cursos referentes a este esporte”, revela.
A montanhista homenageia todas as escaladoras, tanto veteranas quanto iniciantes que merecem respeito por ousarem adentrar em um universo tipicamente masculino, mostrando que mesmo aparentemente frágeis,a força e a coragem das mulheres são dignas de aplausos.