Palmilhas que corrigem, tratam e tiram as dores
Uma nova técnica conquista cada vez mais adeptos no alívio e tratamento da postura e das dores: a podoposturologia
Depois de um longo dia perambulando pelo centro da cidade, seus pés já mostram sinais de cansaço e desconforto. Afinal, são eles os responsáveis por toda a sustentação do corpo e nos dão equilíbrio e estabilidade. Com o passar dos anos, os pés sofrem alterações que visam a regulação da postura estática e dinâmica, bem como o alinhamento da estrutura esquelética por meio de tendões, articulações e músculos. Todo esse processo passa pelos tornozelos, pernas, joelhos, quadris, região lombar e cervicodorsal. Isto significa que quando apresentamos desequilíbrio neste sistema postural, podemos sentir dores, enrijecimentos, contraturas musculares, patologias de ordem postural e limitações nos movimentos.
A boa notícia é que existe a podoposturologia, um novo conceito terapêutico de nome complicado, mas com resultados excelentes. A técnica consiste na reeducação postural através de palmilhas. “Por meio de avaliação postural clínica com podoscópio, anamnese, teste de equilíbrio, análise de rotação, nivelamento de bacia e tensão da musculatura paravertebral, é possível prescrever e confeccionar uma palmilha específica para a necessidade do paciente”, explica o Dr. Victor Marcassa Neto, fisioterapeuta com especialização em fisioterapia ortopédica, traumatológica e desportiva e com formação em podoposturologia. As palmilhas podem ser usadas por todos, crianças, idosos e atletas, em qualquer tipo de calçado (inclusive tênis de corrida, sandálias e sapatos de salto). O tratamento tem um custo acessível e seu resultado é rápido e seguro.
O professor de educação física Tadeu Natálio, que é técnico de atletas de alta performance há 38 anos e presidente da Associação Pro Correr de Incentivo ao Esporte, em Curitiba, já perdeu a conta de quantos alunos e atletas foram beneficiados com a correção postural através de palmilhas. “Muitas pessoas que praticavam atividade física regularmente sentindo dores nas costas, joelhos, tornozelos ou pés tiveram excelentes resultados com o tratamento, melhorando inclusive o seu desempenho”, acentua. O personal trainer enfatiza também a prevenção de lesões pela podoposturologia. “Às vezes, sem saber, um atleta sente dor por ter algum desvio de coluna, uma perna mais curta que a outra, pé chato ou uma má função do tornozelo, enfim, porque o corpo está em desequilíbrio. A utilização das palmilhas alinha o corpo e otimiza a atividade física com o menor número de lesões possíveis, diminuindo o desgaste de articulações e musculaturas e evitando contusões e artrose no futuro”, acrescenta.
Resultados em 45 dias
Como o equilíbrio do corpo humano se inicia pelos pés, ao ficarmos em pé, podemos sentir o corpo estabilizando. A podoposturologia orienta o corpo para seu centro gravitacional correto, mudando o equilíbrio e ajustando os estímulos neurológicos para esta nova posição. O paciente fica em média 45 dias com a nova palmilha, que deve ser usada de 10 a 12 horas por dia, e então retorna ao especialista para avaliar a evolução do tratamento. Nesse período, já é possível perceber mudanças profundas na planta dos pés e as queixas diminuem significativamente.
Para o empresário Luiz Fernando Melo, de 57 anos, o resultado do tratamento apareceu em apenas 20 dias. “Sentia dores horríveis na coluna lombar e cervical, o que não me deixava ficar muito tempo em pé, pois minha bacia pendia para um lado e a coluna para o outro. Nos primeiros 20 dias usando as palmilhas já senti a diferença. Sofri 10 anos com dores constantes e resolvi o meu problema em 45 dias”, conta o paciente, cuja esposa e filho também estão em tratamento. “Faz um ano que estou fazendo manutenção, mas o importante é que resgatei minha qualidade de vida”, comemora.
Em boa parte dos casos clínicos, após 45 dias já é possível eliminar o uso das palmilhas, pois o corpo já reprogramou a nova postura. “No entanto, é preciso de 10 a 12 meses para fixar esta nova postura para o resto da vida, por isso o paciente tem que voltar depois de um ano para avaliação”, ressalta Dr. Victor. Entretanto, eTraumatismos nos pés, entorses de tornozelo, uso de sapatos inapropriados ou perturbações vindas dos olhos ou dentes são fatores que levam os pés a sofrerem modificações de posição e, assim, desequilibrar o sistema postural. “A planta do pé é rica em receptores sensoriais que detectam as pressões na pele e as tensões que ocorrem nas articulações dos pés e tornozelos. A visão e a oclusão dentária também se refletem no equilíbrio do sistema postural”, explica o especialista. O filho de Luiz Fernando, por exemplo, iniciou o tratamento para corrigir um problema de ATM (Disfunção Temporomandibular), que alterava a sua postura e causava dor. Existem casos em que o paciente precisa usá-las por mais tempo ou então fazer ajustes nas palmilhas, persistindo o uso por 45 ou até 90 dias.
Traumatismos nos pés, entorses de tornozelo, uso de sapatos inapropriados ou perturbações vindas dos olhos ou dentes são fatores que levam os pés a sofrerem modificações de posição e, assim, desequilibrar o sistema postural. “A planta do pé é rica em receptores sensoriais que detectam as pressões na pele e as tensões que ocorrem nas articulações dos pés e tornozelos. A visão e a oclusão dentária também se refletem no equilíbrio do sistema postural”, explica o especialista. O filho de Luiz Fernando, por exemplo, iniciou o tratamento para corrigir um problema de ATM (Disfunção Temporomandibular), que alterava a sua postura e causava dor.
Eficácia para o reequilibrio postural
As palmilhas posturais e mecânicas são confeccionadas com elementos de EVA (etilvenilacetato) que funcionam como pontos de redistribuição, com estruturas de borracha diferenciadas no seu formato e densidade em determinadas áreas da superfície plantar – tudo planejado e definido pela avaliação baropodométrica e postural. Estes elementos fornecem informações inconscientes ao sistema nervoso e, como resposta, o corpo produz um reequilíbrio postural, corrigindo as assimetrias. “A avaliação cuidadosa permite constatar a eficácia imediata da correção das assimetrias posturais, principalmente na coluna”, reforça o Dr. Victor Marcassa.
A personal trainer Elaine Petuia, de 29 anos, sentia dores na região do quadril, embora tivesse uma musculatura fortalecida e um bom preparo físico. “Sofri oito meses com dores no quadril e pescoço (trapézio), busquei várias terapias, mas só resolvi meu problema usando as palmilhas, até para correr”, acentua. Na primeira semana do tratamento, Elaine já percebeu alterações no seu alinhamento corporal. “Até minha mordida modificou, fazendo com que eu começasse um tratamento ortodôntico”, conta. Segundo ela, que já indicou o tratamento para alunos e atletas, no caso da corrida ou outra atividade física, as palmilhas absorvem o impacto, amenizam a carga corpórea e diminuem o desgaste nas articulações.
Fabricadas com tecnologia europeia, as palmilhas posturais e mecânicas absorvem o suor, os impactos sob os calcanhares, nas articulações dos membros inferiores e na coluna vertebral durante o caminhar. Por isso, são recomendadas para indivíduos com dor nos pés, tornozelos, pernas, joelhos, quadris e na coluna vertebral, sobrepeso e disfunções circulatórias nos membros inferiores (pé diabético, por exemplo).
Depois de sofrer uma queda de cavalo aos 24 anos, a massoterapeuta Clara Inreei Li, hoje com 37 anos, passou a ter dores constantes na lombar, próximo à região sacra (nádegas), onde ocorreu uma calcificação óssea após o acidente. “O cavalo sentou em cima do meu quadril, fiquei mais de seis meses sem poder andar, embora não tenha quebrado nada, mas com o passar dos anos as dores foram piorando, inclusive nos pés”, conta. Clara usou as palmilhas durante 45 dias e em março teve alta. “Estou quase 100% recuperada, as dores melhoraram muito e minha postura também. As palmilhas são um estímulo constante, como se você tivesse um fisioterapeuta permanente ao seu lado”, completa.
A pedagoga Olga Camargo da Silva, de 70 anos, apresentava esporão de calcâneo nos dois pés e sentia dores horríveis. “Parecia que estava pisando num prego, tinha vontade de sentar e chorar. Sofri durante 10 anos e há três estou recuperada e feliz porque os benefícios das palmilhas mudaram minha vida”, desabafa.
Calosidades no pé também podem alterar a pisada, gerando dor na região lombar. Foi o caso do advogado Marcos Muller Cwiertnia, de 38 anos. “Acordava com dores na lombar e isso acontecia porque tinha a pisada errada devido a existência de calosidades no calcanhar. Depois de 45 dias usando as palmilhas, as dores desapareceram, estou mais disposto e bem-humorado”, destaca. Afinal, quem consegue manter o bom humor com aquela dor chata incomodando? Nada como um corpo sem dores para manter o sorriso no rosto e recuperar o alto astral.
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