Apneia do sono: diagnóstico correto garante tratamento adequado

É bastante comum ouvir amigos, familiares e colegas reclamando por acordarem com sensação de cansaço, mesmo dormindo as recomendadas oito horas diárias. E não é uma reclamação que pode ser ignorada. Os distúrbios do sono mais agressivos e prejudiciais à saúde são ronco e apneia do sono, mas há também diagnósticos da síndrome da resistência das vias aéreas e apneia obstrutiva do sono. Esses males afetam o sistema cardíaco, hormonal, muscular, respiratório e neurológico, e já acometem 4% da população adulta mundial, segundo a American Academy of Sleep Disorders.
Nem todos conseguem identificar estes distúrbios, e acabam levando anos para ter o diagnóstico correto. “A apneia necessita de tratamento adequado. Ela está entre os principais tipos de distúrbios do sono e pode paralisar a respiração de uma pessoa por mais de 30 segundos, causando sérios danos à saúde física, mental e emocional”, alerta Dr. Marcello Tamura S. Brasil, odontologo da área dos sono e integrante do corpo clinico do hospital VITA Batel, membro da American Academy of Sleep Disorders, dos EUA, e da Sociedade brasileira de sono.
A apneia pode ser categorizada como silenciosa, ou seja, sem aparência; ou obstrutiva, com presença de roncos incômodos e sensação de sufocamento. Ambas são preocupantes e apresentam sinais e sintomas facilmente confundidos com outros males. “Ansiedade, cansaço, irritabilidade, agressividade, estresse e nervosismo são alguns desses sintomas. Muitos casos de apneia acabam sendo tratados como depressão e mascarados com o uso de remédios tarja-preta”, afirma o especialista.
Quando já achava que não encontraria mais solução para o cansaço constante, Tereza Pavei Zanella, de 59 anos, foi encaminhada pela otorrinolaringologista ao especialista em sono. “A médica me pediu para fazer a polissonografia, que é o exame que avalia a qualidade do sono. Foi só com o resultado desse exame que pude perceber o quanto incomodava meu marido. Não sabia que tantos problemas estavam relacionados e que há tanto tempo eu sofria por conta de roncar”, declara a dona de casa.
O fim dos problemas de Tereza veio com um aparelho bucal feito de silicone termoativado, também conhecido como placa intraoral. “É bastante discreto, uso o aparelho há dois anos e tenho o cuidado de não pular uma noite sequer. O aparelho não me incomoda e o Jorge, meu marido, disse que nunca mais ronquei. Estamos muito satisfeitos, pois é a minha saúde que está em jogo – e as noites dele também”, comenta aliviada.
“Mais de 80% das pessoas obtêm resultados positivos com a reeducação respiratória por meio da placa. Ela é sinônimo de qualidade de vida para estes pacientes”, declara Dr. Marcello. Outros aparelhos, como o CPAP, são indicados para casos mais graves de apneia. No entanto, para poder usufruir dos benefícios, é essencial o diagnóstico correto e a adesão ao tratamento.
Longe do ronco
Foi só na aposentadoria que a professora Elair Santos Schwartz, de 72 anos, buscou ajuda para o mal que lhe perseguia há muito tempo: o ronco. “Eu sempre levantava cansada e achava que poderia ser o acúmulo de trabalho. Mas percebi, com a ajuda de meu marido e filhos, que o problema persistiu mesmo quando passamos a morar em uma chácara, longe da vida agitada da cidade, no ano de 2012. Sou muito grata aos profissionais que me ajudaram a encontrar o fim desse mal na minha vida”, afirma.
Para ela, o investimento da placa se paga com os inúmeros benefícios apresentados com seu uso. “Acordo bem disposta, não ronco mais e nem incomodo meu marido. Posso dizer que estou aproveitando a melhor fase da minha vida do jeito que eu sempre quis”, finaliza alegremente.
Sinais e sintomas da apneia
- Agressividade ou ansiedade;
- Sonolência excessiva;
- Fome ou perda de apetite;
- Cansaço constante;
- Sedentarismo ou depressão;
- Tabagismo;
- Pressão alta;
- Baixo libido;
- Estresse elevado;
- Baixa imunidade;
- Isolamento social.