Fortalecendo, alongando e reabilitando
Para a saúde física, principalmente de atletas, é necessário orientação e preparo físico para minimizar o risco de lesões
Existe hoje uma variada gama de opções de exercícios para deixar de lado o sedentarismo, fortalecer os sistemas cardiovascular e respiratório e ter melhora física e postural. Correr, nadar, dançar, fazer musculação, jogar futebol, tudo é válido para ter uma vida saudável, longa e com muita disposição. Porém, quando falamos de atletas, jogadores, corredores, maratonistas e outros praticantes de modalidades de impacto, estamos falando de excessos e, nestes casos, não podem faltar orientação e muito preparo – caso contrário, as lesões podem acontecer com maior intensidade e gravidade.
De acordo com o educador físico Murilo Klein, que atua na V8 Assessoria Esportiva e é árbitro da Federação Paranaense de Futebol, os índices de lesões esportivas são altos, em torno de 30% – sendo os joelhos, os tendões e as canelas os pontos de maior incidência. “Sem dúvida, o joelho é a articulação mais exigida no esporte. Suas funções de movimento são importantes para atletas e sedentários, pois envolvem extensão, rotação e impulsão. No futebol, ele é muito mais requisitado em função dos dribles, por isso, está sujeito a um maior número de lesões. Já para os corredores, dores na panturrilha, tendinites e lesões por estresse no joelho são mais frequentes”, destaca o professor Murilo.
De acordo com o Dr. Adriano Karpstein, o joelho é uma articulação complexa, comparada a uma dobradiça, composta por ligamentos cruzados e colaterais, meniscos, tendões e músculos. “A maioria das lesões no joelho acontece por esforço direto e indireto, podendo ser isoladas ou combinadas, como entorses e traumas na articulação, mas existem também complicações congênitas, de má formação”, explica o especialista, que realiza cirurgias artroscópicas no joelho. Ele ressalta, ainda, a importância de um fortalecimento adequado e um treino bem feito.
Para o professor Murilo, a única forma de prevenir lesões é buscar maior fortalecimento, tendo a força como base para a corrida. “Treinamos os alunos, atletas e corredores, ensinando-os a aplicar a força nos treinos e também a desenvolver ainda mais força, maior projeção, estabilidade e segurança, evitando lesões ou diminuindo o risco de sofrê-las”, destaca o professor. Ele próprio, atleta e corredor de maratona, já sofreu uma lesão e para se recuperar teve que passar por uma cirurgia. Após executar um programa diferenciado de treino, voltou a correr.
Treinador e responsável pela V8, o professor Vitor Bertoli Nascimento, que já possui 15 anos de experiência na área, explica que este programa de treino funcional desenvolvido pela assessoria visa fazer com que as pessoas vençam seus desafios internos, recuperem e restaurem a saúde, seus índices glicêmicos, colesterol e toda a parte cardiorrespiratória, conquistando vigor e muita vitalidade. “Nosso atendimento é realizado com planilhas semanais em treinos de corrida, caminhada orientada e treinamento funcional, tendo por objetivo o fortalecimento, a perda de peso, a melhora do condicionamento físico, completar uma corrida ou baixar o tempo de quem já corre”, acentua.
O treino de corrida, por exemplo, envolve três categorias: a primeira (V4) para quem ainda não pratica corrida, mas tem muita vontade de gastar mais energia, alternando caminhadas e corridas; a segunda (V6), para quem já consegue correr entre 5 km e 8 km, mas ainda não completa 10 km; e a terceira (V8) para quem já pratica corridas de 10 km, ou maior distância, e está procurando melhor orientação para seus treinos. “Um diferencial em relação aos exercícios isolados da musculação é que este trabalho envolve várias articulações ao mesmo tempo, o que favorece o gesto motor da corrida. Assim, o praticante aprende a aplicar a força que tem e desenvolve mais força”, acrescenta.
Ganhos do treinamento
Um dos destaques do fortalecimento realizado pela V8 é o kettlebell, inspiração russa para o fortalecimento global, que consiste numa bola de ferro com alça utilizada há mais de 300 anos para treinamento que ganhou popularidade a partir de 1998, nos Estados Unidos. “O kettlebell é utilizado para fortalecer o corpo como um todo, trabalhando força, resistência geral e localizada, estimulando o aparelho cardiovascular e respiratório, propiciando o alinhamento corporal e a mobilidade, além de ser também um esporte de competição, onde ganha quem fizer o maior número de movimentos em dez minutos com determinado peso (16, 20, 24 e 32 kg). Em todos os treinos são trabalhadas as diferentes capacidades físicas do corpo”, esclarece o professor Vitor, citando que os profissionais da V8 são certificados em kettlebell pela IKFF-Internacional Kettlebell Federation Fitness. A técnica tem variações, permitindo treinar pessoas com diferentes condicionamentos físicos, em todas as idades e de forma progressiva.
“O swing, por exemplo, trabalha toda a cadeia muscular posterior, com velocidade de contração e exigência cardiovascular semelhantes à da corrida. Assim, não perdemos a condição aeróbica e ainda fortalecemos o corredor e atleta de forma específica”, explica o treinador. De modo geral, os exercícios exigem o peso do próprio corpo, como agachamentos, flexões de braço, barra, entre outros. “É um treinamento ideal para trabalhar a reabilitação do joelho pós-cirurgia e para reduzir dores no joelho, permitindo a volta às atividades esportivas”, completa o treinador.
Todo o treino é funcional, utilizando diversos métodos como circuit training, power training e pliometria, com elementos modernos de treinamento do Core, entre outros. “Trabalhamos os movimentos de empurrar, puxar, avançar, saltar, correr, fortalecendo o indivíduo para as atividades do dia a dia e auxiliando na reabilitação de lesões”, afirma Vitor. Os treinamentos são ao ar livre e estão conquistando cada vez mais adeptos em Curitiba. A V8 é uma das assessorias que desenvolve programas de exercícios físicos no Parque Barigui, no início das manhãs e no fim das tardes, e conta com mais de 230 alunos na assessoria. “Hoje, este trabalho consegue reduzir o afastamento e reabilitar atletas lesionados, mantendo, através do programa, a condição aeróbica do praticante”, ressalta.
A medicina esportiva só ganha com esses aliados, e Dr. Adriano faz um alerta para que as pessoas se conscientizem da importância da atividade física para a saúde, recomendando sempre uma avaliação física e muscular e a realização de teste ergométrico e exames cardiológicos regularmente. “Da mesma forma que a atividade reabilita até o nosso coração, o excesso pode também prejudicá-lo, causar lesão. Alongue-se, respire, relaxe, beba muita água, tenha uma alimentação balanceada e corra. Corra para a vida”, finaliza Karpstein.
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