Assoalho pélvico: uma intimidade saudável depende de você
A musculatura dessa região do corpo deve ser exercitada para o bem de sua saúde e qualidade de vida
Músculos fortes e definidos são sinônimos de beleza e saúde, por isso, exercitá-los é essencial. Tornear os músculos mais evidentes, aqueles que aparecem no verão é algo comum, mas há músculos importantes em nosso corpo que também precisam ser exercitados, e só nos damos conta disso quando surgem problemas. A musculatura do assoalho pélvico é um bom exemplo.
O assoalho é um conjunto de músculos que inicia no púbis e termina no cóccix. Sua função é sustentar os órgãos como a bexiga, intestino e o útero, e permitir ou interromper a ação das necessidades fisiológicas. É responsável pela sustentação do bebê no período de gestação e tem grande importância na sexualidade. A falta da atividade do músculo inibe a consciência e o controle dessa musculatura, o que pode favorecer prolapsos (quedas) de estruturas internas, como bexiga e útero, levando a desenvolver também, devido a flacidez, a incontinência urinária, principal queixa das mulheres.
De acordo com a fisioterapeuta Dra. Cláudia Judachesci Ribas, especialista em fisioterapia uroginecológica, uma disfunção na região pode causar desconfortos, que, além da incontinência, possibilita desenvolver distúrbios sexuais, sendo no homem a disfunção erétil a principal queixa. Em alguns casos, a pessoa chega a passar por problemas emocionais que levam à baixa autoestima, crises familiares e de relacionamento. “Essas disfunções podem ser causadas por alterações como o envelhecimento natural, sedentarismo, falta de atividades físicas ou uma prática que envolva sobrecarga de peso”, explica a especialista.
Y.V.I., de 45 anos, teve lesão medular e seus movimentos da cintura para baixo ficaram comprometidos. “Fiquei na cadeira de rodas por um período, enquanto procurava diversos tratamentos fisioterápicos para voltar a andar. Ultrapassei os obstáculos e hoje ando relativamente bem. Um grande passo para melhorar a sensibilidade foi a fisioterapia uroginecológica, onde reaprendi a controlar minha musculatura diminuindo a quantidade de protetores. Pratico duas vezes por semana e faço exercícios na bicicleta ergométrica três vezes na semana. Tive grande melhora e posso dizer que ganhei uma nova vida”, comemora Y.V.I..
Segundo Dra. Cláudia, a fisiouroginecologia pode ser um dos tratamentos para as disfunções, mas o paciente tambem deve ser orientado por seu médico. “A técnica vem contribuir como um tratamento de grande relevância para a saúde. Ela promove o redescobrimento e fortalece toda a musculatura do assoalho pélvico que, por muitas vezes, encontra-se esquecida”, diz a fisioterapeuta Dra. Cláudia. “É possível retomar toda a sensibilidade, trazendo de volta a vitalidade e colaborando para a retomada do controle das funções normais”, ressalta a especialista.
Depois de passar por vários testes de avaliação de incontinência urinária, a paciente M.C., de 75 anos, foi orientada a realizar procedimento cirúrgico e a fazer algumas sessões de fisioterapia uroginecológica como préoperatório. “Já observei melhora, pois, durante a noite, levantava de sete a oito vezes para ir ao banheiro. Com o tratamento, já diminuí para três. Farei o procedimento pós-cirúrgico com técnicas específicas para a musculatura da pelves, para evitar recaídas”, conta a paciente, que pretende dar continuidade ao tratamento. “Vou procurar manter fortalecida toda a minha musculatura para melhorar meu bem-estar”, afirma.
Antes de passar por uma cirurgia de próstata, P.F.S., de 59 anos, iniciou seu tratamento fisioterápico para trabalhar melhor o tônus muscular da região pélvica. “Muitas pessoas me diziam que por algum período desencadearam uma perda urinária e disfunção sexual depois de retirar a próstata. Resolvi me prevenir. Fiz o tratamento uroginecológico de fisioterapia e minha disfunção foi muito leve após a cirurgia. Hoje estou bem, sem as perdas urinárias e com atividade sexual normal”, relata o paciente, que a cada seis meses realiza testes de manutenção e fortalecimento da musculatura.
T. S., de 23 anos, pratica a fisiouroginecologia para fortalecimento muscular do períneo, buscando melhorar a função erétil. “Através do tratamento pela corrente pélvica, constatei uma nítida evolução e melhora da função erétil. Percebi que os efeitos positivos de uma sessão podiam perdurar por mais tempo. Obtive uma boa resposta da minha musculatura e hoje faço apenas a manutenção dos resultados já alcançados”, revela.
Dra. Cláudia Judachesci Ribas diz que existem aparelhos modernos para tratar e realizar o acompanhamento dos vários tipos de disfunções relacionadas à região pélvica. “Os procedimentos são realizados com testes computadorizados, nos quais o paciente é submetido ao tratamento conforme a patologia diagnosticada”, conta a fisioterapeuta, que explica a importância da prevenção e acompanhamento médico: “a uroginecologia é indicada no pré-operatório com o objetivo de promover a melhora na recuperação do paciente. No pós-operatório, para manter e melhorar os resultados obtidos”. A doutora lembra, ainda, que os jovens, homens e mulheres, devem prestar muita atenção na musculatura do assoalho pélvico para prevenir alterações futuras.
Não se deve esquecer que o corpo funciona como um todo e o equilíbrio de suas funções depende dos cuidados com a saúde interna dos órgãos e dos músculos. Previna-se, pratique atividade física e faça avaliações frequentes de sua saúde.
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