Assoalho Pélvico: por que devemos dar mais valor para essa musculatura?
Saiba como prevenir doenças tão comuns em nosso dia a dia, que afetam a qualidade da vida sexual tanto das mulheres quanto dos homens
Você conhece realmente seu corpo? Sabe o que é e onde fica o “assoalho pélvico”? Que você precisa exercitá-lo para evitar problemas como as temidas disfunções sexuais? A nossa cultura, cheia de tabus, preconceitos e mitos, dificulta o conhecimento mais detalhado do corpo humano. Por isso, é muito comum que grande parte das pessoas jamais tenha ouvido falar em “musculatura do assoalho pélvico” e qual a sua importância.
O assoalho pélvico é um conjunto de músculos, ligamentos e tecidos de sustentação que reveste a abertura inferior da pelve (imagem). É esse assoalho que deve manter-se fortalecido para preservar a saúde e o controle da musculatura, sendo o suporte e pilar de sustentação dos órgãos abdominais e que também exerce um importante papel na atividade sexual.
A saúde desses músculos é fundamental para conservar a integridade e o bom funcionamento de todas as estruturas, mantendo-se saudável, fortalecido, com bom tônus e elasticidade. Entretanto, a idade, a falta de exercícios e até mesmo a gravidez e o parto (normal ou cesariana), fazem com que esses músculos fiquem mais fracos, surgindo certas disfunções, conhecidas como as incontinências urinárias, em que um simples espirro ou tosse fazem com que haja perda de urina, seguidas das disfunções sexuais, entre outros desconfortos.
“A fisioterapia uroginecológica promove o redescobrimento e fortalece toda essa musculatura, que por muitas vezes encontra-se esquecida, retomando toda a sensibilidade, dando vitalidade e colaborando para o controle de suas funções normais”, destaca Dra. Cláudia Judachesci Ribas, fisioterapeuta especialista em fisioterapia uroginecológica.
Um tratamento simples, indolor e natural. Depois de muitos estudos, experimentos e técnicas avançadas, desenvolvidas na Europa, principalmente na França, a fisiosexologia vem resgatar, definitivamente, o bem-estar, o prazer sexual e, por consequência, a alegria de viver.
Dra. Cláudia trata essas disfunções com exercícios fisioterápicos, utilizando aparelhos de altíssima tecnologia. “Todos os procedimentos são realizados com testes computadorizados em que o paciente é submetido ao tratamento conforme a patologia diagnosticada. Os testes são gravados para acompanhar a evolução”, enfatiza a especialista. O trabalho da fisioterapia é todo personalizado, e apresenta para cada paciente um grau específico de dificuldade e controle. A cada avanço o grau vai alterando, o paciente recebe estímulos visuais, auditivos e eletroterapia, para criar a consciência muscular, seu controle e fortalecimento. Gráficos orientam a realização dos exercícios, que são cuidadosamente planejados. Esse método leva os pacientes a se autoconhecerem e a desenvolver o controle voluntário das contrações do assoalho pélvico.
Segundo Dra. Cláudia, na maioria das vezes, os exercícios pélvicos podem prevenir e tratar os problemas e disfunções. “Quando iniciamos os exercícios, os músculos estão fracos, mas, aos poucos, reagem aos estímulos e se fortalecem. No entanto, como todo exercício, ele precisa de regularidade e constância para que os resultados apareçam, evitando problemas futuros”, explica.
Nos tratamentos cirúrgicos, a fisioterapia uroginecológica tem sua indicação no pré-operatório com objetivo de promover melhora na recuperação da paciente e no pós-operatório para manter e aperfeiçoar os resultados obtidos. As técnicas podem ser aplicadas também em gestantes. Para a doutora, todas as mulheres a partir dos 30 anos deveriam aprender a exercitar a musculatura pélvica, fazendo desses exercícios uma prática diária. Atitude esta que melhora também a vascularização e a circulação local. “Uma vez reabilitada essa área, a satisfação sexual será também resgatada”, garante a fisioterapeuta.
Recuperando o prazer
É comum casais passarem por sérios problemas de relacionamento quando um deles está com a musculatura pélvica flácida. Isso ocorre porque a pessoa abandona a vida sexual, uma vez que não sente mais prazer nas relações. E é aí que a fisiosexologia atua ao orientar o homem e a mulher a trabalharem corretamente a musculatura pélvica, aprendendo a contrair e a relaxar os músculos de maneira consciente, no momento desejado.
Homens com problemas sexuais, como ejaculação precoce e disfunção erétil, também usufruem dos benefícios dos exercícios de fisiosexologia. Neste caso, as dificuldades sexuais têm tratamento externo. A fisioterapia uroginecológica permite que os pacientes descubram e reconheçam seus órgãos genitais, passando a atuar sobre eles. Com essa nova atitude e a consciência de que seus problemas íntimos têm solução, o paciente recupera a autoestima e obtém grande melhora na qualidade de vida.
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