A evolução do nosso sorriso
A evolução do nosso sorriso
O uso do laser, clareadores, avançadas resinas e os novos conceitos de beleza marcaram a entrada do novo milênio na área da Odontologia. Não temos mais medo de mexer em um dente, no formato ou na cor. O mundo pede isso, e a Odontologia Estética aprimorou suas técnicas para oferecer ao paciente, além da saúde bucal, a promoção de um visual mais agradável e autoestima elevada.
O acesso à assistência odontológica ficou mais fácil, empresas já oferecem planos aos funcionários e, em algumas regiões, a população tem à disposição tratamentos gratuitos de boa qualidade. “Hoje em dia no Brasil, a tecnologia é igual ou superior a outros países, não perdemos para nenhum outro. Somos mais detalhistas e exigentes, nos preocupamos mais com a estética e aprendemos a investir mais em prevenção”, afirma o cirurgião dentista Dr. Eduardo Gurkewicz, que acompanhou toda essa evolução.
Com esta grande mudança no cenário odontológico, em menos de 30 anos os profissionais passaram a desenvolver e a praticar um novo conceito de tratamento personalizado, focado na qualidade e no controle da saúde da boca. E a chave para isso, segundo Dr. Eduardo, é a prevenção. “Há mais de 25 anos trato, reabilito pacientes com doenças periodontais e realizo implantes osseointegrados. Esses tratamentos não são simples e, na maioria das vezes, são mais onerosos. Isso tudo acontece pela cultura de muitas pessoas que só procuram o dentista quando sentem dor. Por isso, há quatro anos comecei a mudar a rotina de meu trabalho e a incorporar ao paciente o conceito de prevenção”, destaca o especialista.
Dr. Gurkewicz explica que após o término do tratamento o paciente passa a ir uma vez por mês no seu consultório para realizar a manutenção, e desde que começou a fazer isso eles não apresentaram sangramento, mau hálito, cáries ou problemas de gengiva. Reforçando o conceito de que prevenir é sempre o melhor remédio. “O paciente cuida em casa e eu faço o complemento. A saúde da boca é vital para todo o equilíbrio do organismo e deve ser mantida para não comprometer nenhum órgão”, destaca o dentista.
Em se tratando da saúde dos dentes, tempo é uma questão de prioridade. O empresário Jorge Ribeiro Chagas, de 60 anos, sabe bem disso quando aceitou o conselho do seu dentista e passou a realizar a manutenção, profilaxia, mensalmente. “Por melhor que seja a higiene bucal que eu realizo diariamente, não consigo eliminar as placas, tártaros e manchas agravadas pelo fato de eu ainda ser fumante. O alívio e frescor que atualmente experimento e de não mais ter tido problemas inesperados, graças ao acompanhamento mensal realizado, é muito significativo”, relata o paciente.
De acordo com a empresária Sonia M. Boza, de 49 anos, a profilaxia mensal é perfeita para uma higiene mais profunda e eficaz, o que não se consegue fazer somente com a escovação diária. “Acredito estar muito mais protegida das doenças bucais e prevenindo problemas futuros”, diz a paciente.
A falta de cuidados com os dentes e gengivas pode colaborar para o desenvolvimento de doenças sistêmicas graves como a endocardite bacteriana, causada por uma bactéria que se aloja nas válvulas do coração. Além disso, o descuido com a boca pode levar a formação da cárie, que só aparece quando uma bactéria se acumula com outras, ficando presa ao dente e à gengiva. Esses germes formam a placa bacteriana que alteram os restos de alimentos, sobretudo os que contêm açúcar e ácidos nocivos aos dentes, agredindo o esmalte até abrir um ‘buraco’, que é a cárie, em um procedimento conhecido como desmineralização. “Alimentação equilibrada, visitas regulares a um especialista, escovação adequada dos dentes e o uso diário do fio dental, são as principais formas de combater estes problemas”, esclarece Dr. Gurkewicz.
É essa preocupação que tem a jornalista Nilcéia de Oliveira, de 56 anos, adepta da profilaxia mensal. “Gosto de cuidar de mim mesma, principalmente quando se trata da saúde. Acredito nos benefícios da profilaxia em relação a não ter nenhum tipo de infecção, mau hálito e o perigo maior, o câncer bucal”, comenta. Ela encara o cuidado bucal como o início da primeira etapa dos seus cuidados diários com a beleza. “A odontologia evoluiu muito, quando a dor é grande, existe a anestesia, não dá para reclamar. Estou muito satisfeita com o tratamento que recebi, minha boca, dentes e gengivas estão muito bem hoje”, comenta a jornalista.
Ao existir harmonia entre o dentista e o paciente fica fácil manter o triângulo do sucesso. “Cabe ao profissional ter responsabilidade e competência no uso das técnicas e dos materiais. Quanto ao paciente é preciso cuidar da sua boca em casa após as refeições, cuidar com o que ingere e fazer a limpeza todos os dias. O terceiro item de sucesso depende dos dois, mantendo e recuperando a saúde, a estética e as funções da boca”, finaliza Dr. Eduardo Gurkewicz.
Implantes, a 3ª dentição
O implante surgiu em 1982, mas no Brasil o progresso foi somente em 1994. No ano 2000, surgiram os implantes nacionais, que já possuem tecnologia igual e até superior aos estrangeiros. Isso facilitou o acesso e reduziu os custos. “Os implantes hoje são ainda mais evoluídos e chamados de terceira dentição. A primeira é a de leite, depois os definitivos e, no caso de perda, temos esta nova possibilidade”, destaca Dr. Gurkewicz. O especialista revela que existem casos em que é possível fazer o implante e colocar o dente em um único dia. “Mas infelizmente ainda lidamos, diariamente, com pacientes que deixam de tratar seus dentes porque têm medo de uma cirurgia. E é este trauma que mais trabalho em minha clínica”, revela. Ele explica que para vencer essa situação conta com o apoio de um médico anestesista, que esclarece todas as dúvidas dos pacientes. “Administramos um sedativo para acalmar esses pacientes e, caso seja necessário, monitoramos todas as funções vitais durante o procedimento”.
O dentista ressalta que devemos enfrentar esses medos e traumas para impedir problemas ainda maiores, bem como tratamentos mais demorados e onerosos. Portanto, visite um cirurgião dentista pelo menos duas vezes ao ano e evite surpresas. Se você já teve histórico de doença periodontal ou outra doença que levou a alguma perda de dentição, siga o conselho de investir mais no seu controle e manutenção.
Um pouco de história
É só conversando com os nossos pais ou avós para termos noção do dilema e dos tabus da odontologia há 50 anos. Pior era o panorama da saúde pública bucal e dos serviços oferecidos nas cidades interioranas. Até a década de 60 e 70, a profissão ainda não era valorizada e existiam os dentistas práticos que não eram diplomados. As técnicas restringiam-se a extração e colocação de próteses. Com a abertura de novas universidades, a partir de 1980, a população passou a contar com mais profissionais odontológicos e começaram a surgir novas especialidades na área. No final dos anos 80, as pessoas já tinham mais acesso aos tratamentos e surgiram também mais faculdades e a Associação Brasileira de Odontologia – ABO.
Dr. Eduardo é especialista em implantodontia e periodontia. Trabalha há 25 anos na área odontológica, é palestrante e promove, eventualmente, programas de prevenção dentro de empresas e entidades, atuou inclusive como professor da Associação Brasileira de Odontologia do Paraná – ABO – PR.