Nas artes marciais o nocaute é por conta delas
As gordurinhas a mais, o estresse e a ansiedade não tem vez para as mulheres que praticam alguma modalidade de luta
Não importa a modalidade, o importante é se movimentar. Com essa filosofia, a preferência das mulheres tem sido a mais variada em meio às inúmeras opções de atividade física. Tal comportamento significa mais do que manter a saúde, elas já mudaram os hábitos e a filosofia de vida para incluir o prazer mental como uma das buscas, incluindo gostar do ambiente no qual se praticam exercícios, o bom relacionamento com as pessoas e com educadores físicos, proximidade do endereço e aptidão para a modalidade.
As artes marciais têm se encaixado muito bem na rotina da mulher moderna, pois proporcionam saúde, ajudam a modelar o corpo, dão resistência física, força, equilíbrio mental e, mais ainda, colaboram, e muito, para a praticante sentir-se segura de si. Algo importante e significativo em nossa sociedade que por si só provoca ansiedade e incerteza.
Artes marciais como exercício
O instrutor Nereu Peplow, da Fudojin Dojo, que há mais de 14 anos ensina a arte do Aikido, diz que a prática é contrária ao espírito imediatista que prevalece sobre as pessoas, hoje em dia. “Todo mundo quer sempre tudo para ontem, mas a vida não é bem assim”, avalia o mestre. “Costumo dizer aos meus alunos que existem três coisas no universo feitas com a mesma matéria: a natureza, a mulher e o AIKIDO. As três são invencíveis. É essa suavidade que vence sem fazer força. A maioria das mulheres espera um retorno estético das artes marciais: perder calorias ou justificar a prática de alguma atividade física; mas é só quando elas se entregam ao estilo de vida diferente é que tais resultados aparecem naturalmente”, complementa.
Ele diz, ainda, que a disciplina também é um dos ingredientes faltantes no dia a dia das pessoas. “Além do mais, elas estão perdendo o controle de sua própria vida, tornando-se escravas de uma série de modernidades: o trânsito, a produtividade no trabalho, a vida social e a internet”, completa, analisando que isso gera um stresse que as pessoas não conseguem administrar.
Encontrando a disciplina
“Não sei bem se tive um motivo específico para iniciar a prática do muay thai”, diz a bióloga mestre em botânica Bianca Schner Corsino, de 24 anos. Há um ano e dois meses ela passou a praticar artes marciais e um novo ambiente se construiu em sua vida, de muito mais disciplina, habilidades motoras, paciência, condicionamento físico e amizades. “Nunca havia assistido a uma luta sequer na vida, mas sentia necessidade de praticar um exercício mais impactante. Estava cansada das monótonas séries de academia. Resolvi iniciar os treinos de muay thai regularmente, em uma academia perto da minha casa”, conta a praticante.
Com o passar das aulas, Bianca foi conhecendo melhor a modalidade, se identificou com os exercícios, técnicas e ambiente de treino: “Considero o muay thai um esporte completo, pois os exercícios são benéficos a saúde, envolvem, estimulam a disciplina, a paciência e a persistência, qualidades que podem ser muito bem aplicadas na vida pessoal, assim como no trabalho ou nos estudos”.
Além do muay thai e do aikido, todos os outros estilos de artes marciais proporcionam benesses semelhantes, tanto para os homens quanto para as mulheres. São capazes de mudar uma vida, trazendo equilíbrio, força de caráter e disposição física para enfrentar o dia a dia, sem falar na segurança emocional e defesa pessoal. E, mais do que todas essas características juntas, ainda soma-se a elas a possibilidade do surgimento de grandes amizades, o que faz muito bem para a saúde.
As mulheres estão presentes em todas as modalidades. Famosas como a Sandy praticando boxe, Cristine Fernandes o muay thai, entre outras no taekwondo e até no jiu-jitsu. Espera-se que a popularização de campeonatos de luta como o MMA, que entrou de vez para o mundo das transmissões de TV aberta, as pessoas passem a se interessar mais e mais por essa cultura oriental de trabalhar corpo, mente e força.
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