A volta ao natural
Diretamente ligada a uma vida saudável ou até a diversas enfermidades, a alimentação saudável passa a voltar ao cardápio diário dos brasileiros
O homem primitivo encontrou nos produtos que a Natureza espontaneamente lhe fornecia a base da sua alimentação. Limitando-se a colher ou a caçar. No século XVIII, os alimentos ainda eram tratados sob a ótica da medicina terapêutica, cercada de crenças nas suas supostas virtudes. O desenvolvimento das indústrias alimentares, no século XIX, com a Revolução Industrial, modificou definitivamente não só os comportamentos sociais, como os hábitos alimentares das pessoas. O que era fabricado artesanalmente, como farinhas, óleo, açúcar, passam a ser produtos de grandes usinas. As mulheres passaram a fazer parte da força de trabalho, mudando a vida doméstica. O consumo de eletrodomésticos aumentou, assim como a comida industrializada. Trabalhadores passam a comer nos restaurantes das fábricas. Surgem restaurantes de rua, que absorvem a população que prefere não fazer suas refeições em casa.
No século XX, estudos de nutrição animal e vegetal avançaram nas áreas do conhecimento bioquímico e fisiológico. A partir destes conhecimentos, a composição do corpo humano foi elucidada, contendo 93% de três elementos – oxigênio, carbono e hidrogênio e 6,1% de nitrogênio, cálcio e fósforo. Observou-se que a composição dos alimentos é semelhante ao do corpo humano. Através dessas descobertas, pode-se estimar quais as substâncias vitais para a alimentação humana: água, sal, carboidratos (glicídios), compostos nitrogenados que contém aminoácidos (proteínas), ácidos graxos (lipídios), fibras, sais minerais e vitaminas, para suprir as necessidades diárias de um ser humano, oferecendo fontes plásticas, energéticas e reguladoras.
A mudança dos padrões alimentares para o modelo americano fez com que houvesse um aumento do consumo de carboidratos, açúcares e gorduras O século XX é marcado pela uniformização global da alimentação, suprimindo identidades regionais, com produtos industrializados substituindo a comida caseira. O hábito de comer fora e entre as refeições, o beliscar, passa a ser regular. O aumento da pesquisa em nutrição e tecnologia de alimentos aliada à necessidade de informação específica, vem indicando a educação como um dos instrumentos para que possamos solucionar os problemas de saúde provocados por uma alimentação inadequada.
Indústrias alimenticias surgem com o intuito de levar a população uma alimentação saudável, afim de reverter os problemas causados pela transformação alimentar que iniciou com a Revolução Industrial. A volta ao natural é objetivo das indústrias de alimentos que se comprometem em enriquecer as fórmulas dos produtos com ingredientes saudáveis.
E você?Quais seus hábitos alimentares? Você tem mantido uma alimentação irregular ou resolveu optar por mudanças nas alimentação por se preocupar coma sua saúde? Esse é um dos motivos que tem instigado mais e mais consumidores a inserir produtos saudáveis, de boa qualidade biológica e orgânica em seu cardápio diário. A busca pelo frescor e sabor dos alimentos,bem comoestar voltado para a conscientização e proteção do meio ambiente fazem toda a diferença nessa modificação.
A nutrição deve ser salutar durante todas as fases da nossa vida, consumir alimentos de forma adequada e diversificada, previne de carências nutricionais, protegendo contra doenças.
De acordo com o Dr. Alexandre Tauille, diretor clínico da Clínica Cliness, em Curitiba, a obesidade é uma doença epidêmica que, somada ao sobrepeso afeta hoje mais de 40% da população, só traz malefícios e que precisa de uma somatória de tratamentos para se obter resultado. “É preciso primeiro criar a consciência no paciente de que o resultado só vem com atitudes, com mudanças de hábitos e, principalmente, com orientação e acompanhamento”.
As entidades de defesa do consumidor estão preocupadas e defendem há vários anos a necessidade da educação para um consumo consciente. Em todo País cresce o movimento de pessoas que se oferecem para colaborar de alguma maneira na educação desse consumo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC, aproximadamente 48% da população brasileira está com sobrepeso e 15% já se classifica em estado de obesidade. Os dados, adiantados pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no início de abril deste ano, põe em evidência a importância de uma cautela especial da sociedade para o problema dos alimentos com baixo teor nutricional e pouco saudável
O que nós ganhamos com tudo isso? As empresas conscientes estão mudando os ingredientes dos alimentos que produzem para melhorar a saúde dos clientes. Além do crescimento de empresas de alimentos naturais, integrais e orgânicos, empresas relacionadas até então com alimentos fast food e de baixo teor nutricional começaram a mudar seus conceitos.
Um exemplo é a Pepsico – Elma Chips, que além de um histórico recente de produtos mais saudáveis e com menor teor de gordura trans, anunciou – em março de 2010 – metas de melhoria nutricional de seus produtos, após ter observado que o mercado brasileiro acompanhou a tendência mundial da busca por alimentos mais saudáveis e práticos.
Essas metas vão ao encontro da agenda global da companhia de Performance com Propósito, política que norteia o crescimento sustentável da empresa, em três pilares: sustentabilidade ambiental, de talentos e sustentabilidade humana, que visa estimular as pessoas a terem um estilo de vida mais saudável, oferecendo um portfólio de alimentos e bebidas nutritivos, saborosos e convenientes.
Desde 1999, a companhia extinguiu a gordura trans de seus produtos. Já em 2009, passa a usar o óleo HOSO (High Oleic Sunflower Oil ou Óleo de Girassol de Alto Teor Oléico) um óleo de girassol ainda mais saudável, pois não oxida a altas temperaturas e não produz gordura trans, além de ter teor reduzido de gorduras saturadas. O óleo HOSO já está presente nas marcas Fandangos e Sensações, por exemplo.
Desde 2005, a empresa reúne periodicamente o Painel de Especialistas, composto por profissionais das áreas de saúde, nutrição e atividade física para debater formas de transformar produtos PepsiCo em alimentos mais saudáveis, principalmente no que diz respeito à redução de açúcar, sódio e gordura. Todas as mudanças têm sido comunicadas aos consumidores. As embalagens dos produtos trazem tabelas nutricionais completas. No painel frontal das embalagens foram incluídos ícones com as quantidades dos nutrientes mais relevantes, como calorias, gorduras totais, gorduras saturadas, açúcares e sódio (sal), de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A cada novo lançamento são feitas campanhas de comunicação com as informações explicativas sobre as alterações nutricionais e nossa preocupação com saudabilidade.
Para atingir suas metas, a PepsiCo tem substituído ingredientes e desenvolvido novos produtos, a partir de pesquisas realizadas em diferentes países. Exemplo disso é a gradual adoção do óleo de girassol em sua linha de snacks salgados (em substituição ao uso do óleo de palma). Outro destaque da companhia são ações no sentido de estimular o consumo moderado como a de indicar na embalagem dos snacks em algumas marcas (que vão de 30g a 200g) para quantas pessoas o pacote é recomendado. Já seguem esse modelo de embalagem a linha Ruffles, por exemplo.
De acordo com a Dra. Maria Eliane Menon Forneck, membro da Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN, a matéria prima para nosso organismo funcionar adequadamente são os nutrientes, que infelizmente estão esquecidos em função da correria do dia a dia e são substituídos pelos “fast food”. “O correto e mais saudável seria organizar nosso dia alimentar da maneira e com quantidades adequadas de vegetais, fibras, frutas de forma a ajudar nosso corpo a absorver o melhor dos alimentos e excretar aquilo que não presta, pois assim diminui-se o risco de contrair doenças”.
Importante ressaltar que a mudança de hábitos de vida inclui modificar hábitos alimentares e para isso bastar estar aberto as novas transformações. Dra Menon explica que a reeducação alimentar previne e diminui o risco de várias doenças incluindo diabetes, hipertensão, doenças coronarianas, câncer, obesidade e muitas outras.
Na base da Pirâmide Alimentar, seja ela adaptada a realidade brasileira ou não, podemos encontrar os carboidratos que são os responsáveis para trazer a energia a nosso corpo. “Mas não basta ser apenas um carboidrato simples, ele deverá ser um carboidrato complexo o que quer dizer Alimentos Integrais porque além de trazer energia possuem também vitaminas minerais e fibras , as quais ajudarão a regular nosso intestino e controlar as gorduras ruins no sangue, liberando o açúcar em menores quantidades fazendo assim o controle e diminuição do risco da diabete tipo 2”, esclarece a especialista. O fato de consumir produtos naturais não é mais uma questão de princípios e sim de estar de bem com a saúde do todo o organismo. Fique atento ao conteúdo das embalagens dos produtos que você compra e consume. Seu corpo agradece.