A psicóloga Dra. Alessandra Lukenchukii afirma que os pais devem permitir que os filhos sejam crianças, que respeitem suas fases e limitações. “Os pais tem o dever de acompanhar o desenvolvimento dos filhos e orientar quanto a valores, crenças, hábitos e costumes familiares”, explica a psicóloga. De acordo com Alessandra os pais devem permitir e incentivar seus filhos a brincarem e cultivarem amigos.  A psicóloga ressalta que é na infância que o alicerce da personalidade é formado, e os conceitos aprendidos e levados por toda a vida.

É como dizia Salomão; “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”. Os pais podem ajudar no desenvolvimento da criança tendo atitudes adequadas que contribuam para um desenvolvimento sadio. Dra. Alessandra diz  é fundamental que os pais estejam presentes e alertas ao crescimento dos seus filhos, “Muitas vezes é importante a família rever seus hábitos, valores e conceitos para que possam ensinar corretamente aos filhos. Hábitos saudáveis quer dizer “qualidade de vida”, que quando aprendido desde cedo é integrado à vida do ser humano”, completa. A criança desde os primeiros anos de vida aprende por imitação, famílias que tem hábitos saudáveis tanto na alimentação como no comportamental, ensinam desde muito cedo para seus filhos através das suas atitudes, como: ter qualidade na alimentação, se expressar de forma adequada e cordial, resolver os problemas com calma e diálogo, fazer esportes, entre outros. A criança cresce tendo estímulos positivos e leva isto para o seu desenvolvimento.

Desenvolver uma auto-imagem positiva em relação ao que cada pensa de si mesma e como se relaciona com os outros é importante porque afetará o comportamento ao longo da vida contribuindo para que obtenham bons e melhores ou maus e medíocres resultados, em todas as suas ações e em seus relacionamentos.

Muitas crianças com mais de cinco ou seis anos, roem unhas, fazem xixi na cama, parecem infelizes e não se divertem com outras crianças. Muitas vezes os pais não se preocupam e esperam que o tempo resolva tudo, outros não sabem o que fazer para ajudar seus filhos. Na verdade esse tipo de comportamento é comum, mas não quer dizer que não tenha importância. Apesar de serem considerados apenas hábitos infantis sempre indicam algum tipo de sofrimento. Alessandra ressalta que todo comportamento adquirido tem que ser visto como um aviso. A criança muitas vezes não consegue expressar seus conflitos, medos, ansiedade, preocupações e outros sentimentos. “É através do comportamento que as crianças demonstram seus sentimentos, roer unhas, dormir com os pais ou até mesmo dormir tarde, pode indicar alguma situação que não sabe expressar”, conclui.  A psicóloga destaca a importância de os pais verificarem o rendimento do filho na escola, observar o relacionamento com outras crianças e manter uma relação de muita conversa e confiança.

É necessário incentivar e encorajar a criança a falar de suas questões, mesmo quando envolvem alguma peraltice que tenha cometido. As crianças precisam de uma atenção maior, precisam ser compreendidas para serem ajudadas. Às vezes é necessário algum apoio psicológico, mas na maioria dos casos os adultos que cuidam das crianças podem eles mesmos fazer alguma coisa.

Vamos pensar, por exemplo, no hábito de comer muito. Este é um hábito que só começa a preocupar quando a criança é maior, porque enquanto é um bebê todos acham fofinho. Uma criança maior que não consegue controlar o apetite acaba com excesso de peso, e isso será motivo de sofrimento. Ela vai se sentir envergonhada por ser diferente das outras crianças, vai acabar sofrendo bulling na escola. Os pais sofrem junto, não sabem como lidar com a situação, levam a médico, se queixam, dizem que a criança não tem força de vontade, que é indisciplinada. Tentam controlar a alimentação, aplicam castigos, tentam dar remédio para controlar o apetite.

Alguns pais deixam que a criança fique solta, que coma o que quiser, na hora que tiver vontade. Pensam que quando ela crescer se quiser ela faz dieta e pronto.

Para reverter esse hábito o primeiro passo é verificar o porquê a criança começou a comer demais. Faz-se necessário analisar o emocional, para que se possa tratar e inserir uma nova reeducação alimentar junto com uma nutricionista. É importante o acompanhamento médico e exames específicos para verificar a saúde física. A criança que tem o hábito de comer demais poder ser ansiosa, nervosa ou até mesmo depressiva. Se estes fatores não forem tratados, todo o esforço para uma reeducação alimentar não irá tratar o motivo inicial que levou a criança a se tornar obesa, ela pode emagrecer, mas a probabilidade de engordar novamente é muito alta.

De acordo com a psicóloga o ato de se alimentar é aprendido, o paladar precisa ser treinado a sentir vários sabores. “A criança que não aprende desde cedo, provavelmente terá uma alimentação de qualidade e diversidade baixa”, completa Alessandra. Para que a criança tenha um hábito saudável na alimentação, é necessário estímulos, a família terá que se reeducar para facilitar este aprendizado, ou seja, quanto mais envolvimento de todos mais fácil será para a criança entender esta mudança.

 Em geral, quem rói unha começa com esse hábito na infância. E mesmo que seja bastante comum, tanto em meninos quanto em meninas, roer unha é sempre um sinal de ansiedade. É parecido com outros sinais que aparecem em crianças, em jovens, em adultos. Por exemplo, tem gente que ao menor sinal de angústia, corre pra comer alguma coisa, outras bebem, outras acendem um cigarro, ou se drogam de outra forma, outras fazem xixi na calça, têm diarréia. Enfim, cada pessoa tem seu jeito de dar um sinal ou de tentar lidar com suas emoções.

Em relação ao hábito de roer unhas é preciso lembrar que não tem nada haver com indisciplina, com falta de força de vontade, de vaidade ou de amor próprio A criança pode ser bastante crescida pra muitas coisas, ser responsável, gostar de ficar bonita, e, no entanto, em outra área apresenta um comportamento que as pessoas reprovam e que faz ela se sentir em situação de inferioridade em relação às outras crianças.

Fazer xixi na cama é um dos hábitos infantis que mais envergonham as crianças.Elas ficam tentando esconder dos outros, e muitas vezes até mesmo da família, troca de lençol sozinha, cobre com toalha, esconde a roupa. Imagine como é torturante. Os pais tentam resolver o problema com truques do tipo não deixar beber líquido antes de dormir, acordar a criança pra ir fazer xixi no meio da noite, simpatias, tem pais que ficam contando pra todo mundo, humilhando a criança pra ver se ela assim se controla.

Acontece que tem coisas que a gente não controla e as emoções são assim, incontroláveis. E são justamente as emoções que causam a enurese noturna. Nenhuma criança faz xixi na cama porque quer, mas porque há alguma ansiedade dentro dela.A melhor coisa que se pode fazer pra ajudar uma criança é tentar dar a ela o máximo de tranqüilidade possível. Transmitir segurança de que ela é amada apesar das dificuldades, de que ela não é a vergonha da família, de que ela pode confiar na proteção dos adultos. Quanto mais tranqüila a criança se sentir, mais facilmente ela irá superar aquilo que está trazendo ansiedade. A psicóloga enfatiza que não adianta repreender, tem que ensinar, incentivar a criança a mudar de hábitos. “As crianças não nascem prontas, é nossa função ensinar e educar, também para os hábitos”, explica.

Dra. Alessandra explica que os hábitos saudáveis também devem ser aprendidos na escola. De acordo com a psicóloga  grande parte das crianças ficam tempo integral na escola. Por isso os pais devem procurar a coordenação da escola a fim de verificar o procedimento adotado. Muitas vezes a escola interfere junto à classe e professores para que maus hábitos sejam extintos.

Alessandra Lukenchukii alerta que a ajuda psicológica é necessária quando a criança começa a apresentar sintomas. Se os pais incentivam e ensinam. Mantém com os filhos diálogo e confiança, e mesmo assim a criança começa a desenvolver hábitos comportamentais como:  comer demais, roer unhas, volta a fazer xixi na cama, querer dormir com os pais, não quer brincar, se isolar dos amigos, começa a ter problemas de aprendizado, se mostra agressiva ou depressiva, entre outros. É imprescindível que os pais fiquem atentos e procurem ajuda profissional. A psicologia oferece técnicas para se trabalhar com crianças através do brincar, que se chama “Ludoterapia”. O trabalho consiste em entrevista com os pais, levantamento do diagnóstico através de testes psicológicos, acompanhamento na escola e tratamento.

Ensine importância da dieta balanceada: Muitos estudos têm mostrado a importância de uma dieta saudável no desenvolvimento mental e físico regular. Discutir as boas escolhas que ele ou ela pode fazer por sua dieta. As crianças precisam entender que suas escolhas alimentares impactam diretamente a sua saúde, e os pais têm a responsabilidade de ensiná-los a tomar decisões informadas. Ensine seus filhos a evitar os alimentos de alto teor calórico, muitas vezes anunciados na televisão.

Seja um modelo: As crianças aprendem o que vivem, e você é o professor. Lembre-se, fazer é mais poderoso do que dizer. Você deve apresentar uma boa higiene e comportamento de segurança para que a criança pode aprender e seguir o exemplo.

Comer refeições juntos: Comer pelo menos uma refeição juntos todos os dias dá-lhe uma chance de servir como um modelo de papel de comer saudável e ajudar a sua criança a desenvolver uma atitude saudável para o alimento. A pesquisa também mostra que as crianças que comem regularmente com a família fazer melhor na escola que as crianças que não. Comer refeições na sala de jantar ou na cozinha e evitar comer na frente da televisão.

Envolvê-las: Envolver as crianças na cozinha é uma excelente maneira de mudar seus hábitos alimentares. Brinque com seus filhos, leve-os ao supermercado, deixe-os criar uma refeição, e deixe-os ajudá-lo na cozinha. Envolver as crianças na compra e preparação dos alimentos vai ajudá-las a fazer escolhas saudáveis fora de casa.

Exercício em conjunto: Se o seu filho está gastando muito tempo também em jogos de vídeo e não  faz atividades físicas suficiente, explique que o exercício é bom e vai lhe dar mais energia. Faça parte da rotina de atividade física de sua família. Dê um passeio ou ir para um passeio de bicicleta juntos. Limitar a quantidade de tempo seus filhos passam a utilizar o computador, ver televisão ou a jogar jogos de vídeo para um máximo de duas horas por dia.Ensinar bons hábitos de higiene: É importante ensinar a seus filhos como evitar germes. Faça uma rotina diária para seu filho, que inclui atividades de higiene, como escovar os dentes, lavar as mãos, tomar banho etc. A chave é praticar e ritualizar alguns bons comportamentos..

Evite dar calorias vazias: bebidas com açúcar, como refrigerantes e doces, sucos de frutas artificiais, bem como os itens de açúcar, como doces ou cereais. O açúcar têm um alto teor calórico, sem o benefício nutricional. É melhor manter seu filho longe de tudo isso. Incentive seu filho a beber muita água ou leite.

Às vezes, a rigidez é bem vinda: Especialmente com hábitos como fumo, álcool e outras drogas. Explique por que essas substâncias são nocivas e os incentive a fazer perguntas. Estabeleça conseqüências, claro se essas regras forem quebradas.

Um planejamento de educação e saúde adequado para crianças serve como base para toda uma vida de hábitos saudáveis.