Bucomaxilofacial

Caninos inclusos: quando o tracionamento é a solução

Domínio da técnica, atendimento multidisciplinar, diagnóstico precoce e tratamento adequado devolvem a estética e a funcionalidade dos dentes, com segurança

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Antes de nascer (erupcionar), todo dente está incluso. O problema é quando o dente permanece incluso, o que comumente acontece com os terceiros molares (dentes do siso) ou com os caninos superiores, que ocupam o segundo lugar no ranking dos dentes mais afetados por esse problema. E quais os motivos que ocasionam a inclusão dentária? De modo geral, obstáculos mecânicos, patologias, má posição do dente, falta de espaço na arcada e doenças sistêmicas.

É comum que os sisos permaneçam inclusos, e esses dentes não fazem falta ao serem retirados. No entanto, quando isso acontece com os caninos, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar prejuízos à estética e funcionalidade dos dentes.

Considerado um dos dentes mais importantes da nossa arcada dentária, o canino preocupa principalmente pela questão funcional ligada à mastigação. Por completarem a forma do arco dentário, determinando o contorno da boca, os caninos mantêm a harmonia e a simetria da relação oclusal, além de suportar os movimentos de lateralidade e a carga mastigatória, devido à anatomia da sua raiz.  Entretanto, segundo especialistas, eles apresentam o desenvolvimento e trajetória de erupção mais complexos que os demais dentes tanto que são frequentes, nos consultórios odontológicos, pacientes que apresentam a inclusão dos caninos, especialmente na região palatina, ou céu da boca.

É fundamental que a inclusão dentária seja diagnosticada e tratada adequadamente, especialmente em se tratando dos caninos – de suma importância na cavidade oral –, pois o contrário pode resultar não só no desenvolvimento de problemas estéticos e funcionais, mas também em reabsorções de dentes permanentes, formações císticas, perturbações mecânicas, inflamatórias ou infecciosas, nervosas e até um tumor. “A realização de um criterioso exame clínico e radiográfico é imprescindível para obtenção de um correto diagnóstico e a indicação do tratamento adequado para cada caso. Atualmente, o tracionamento dos caninos inclusos com aparelho ortodôntico é o mais utilizado e tem apresentado ótimos resultados”, afirma Dr. Hamilton Tadeu Pontarola Jr., especialista em Cirurgia e Traumatologia bucomaxilofacial, que há 20 anos realiza esse e outros procedimentos da área.

Estratégia de tratamento

Geralmente, a estratégia de tratamento de caninos inclusos é multidisciplinar e todo paciente nesta situação clínica deve ser submetido a uma avaliação individual da má oclusão, o que requer a participação do cirurgião bucomaxilofacial, ortodontista, especialista em dentística restauradora e periodontista. De acordo com o Dr. Tadeu Pontarola, nos pacientes diagnosticados precocemente, a simples extração seletiva de dentes decíduos (de leite) poderia, em algumas  vezes, normalizar a posição do canino permanente. “No entanto, esse tipo de procedimento é contraindicado em casos de diagnóstico tardio, em que o canino não apresenta mais potencial de erupção”, esclarece o especialista.

A escolha do tratamento deve ser baseada numa série de fatores, tais como: idade do paciente, grau de cooperação e receptividade ao tratamento, relação maxilomandibular, comprimento dos arcos dentais, posição do dente incluso, suspeita de anquilose (fusão do dente no osso), dilaceração, posição e estágio da formação do dente, relação com os dentes vizinhos e presença ou ausência de espaço. De modo geral, a inclusão dos caninos acomete pessoas jovens, mais mulheres do que homens, e os sintomas mais comuns são a ausência de dentes ou permanência dos dentes de leite. “Os principais sinais a serem observados no exame clínico são o atraso de erupção após os 14 anos de idade, retenção prolongada do canino decíduo e elevação da mucosa labial ou palatina do paciente”, esclarece Dr. Pontarola.

Como funciona o tracionamento dos caninos inclusos?

O tracionamento ortodôntico de dentes caninos inclusos tem o objetivo de recolocá-los na posição correta, devolvendo a função mastigatória adequada e restabelecendo a estética do sorriso. Entretanto, para que o procedimento seja eficiente, além do diagnóstico precoce, é preciso que ele seja executado por meio da técnica adequada. “É fundamental que se determine a exata localização do canino incluso, a fim de que o correto planejamento do procedimento cirúrgico e do tratamento ortodôntico possa ser realizado, avaliando-se a relação do dente envolvido com outras estruturas para evitar imprevistos”, alerta o cirurgião.

De maneira geral, a inclusão de caninos pode também estar relacionada à hereditariedade, deficiências endócrinas, outras patologias e irradiação. Estima-se que até 2% da população seja acometida pelo problema e o prognóstico da intervenção ortodôntica dos caninos que não erupcionaram depende de muitos fatores, principalmente da posição, da angulação do canino na maxila e da possibilidade da presença de anquilose. “A combinação do tratamento cirúrgico-ortodôntico é uma das opções mais empregadas nos casos onde existe um bom prognóstico. No entanto, devemos estar cientes das vantagens e riscos do tratamento, como, por exemplo, a anquilose, a perda de vitalidade do dente e de tecido de sustentação, assim como as reabsorções do canino e dos dentes adjacentes”, adverte Dr. Pontarola.

Para que o tracionamento do canino incluso seja realizado, primeiro o cirurgião bucomaxilofacial retira o tecido e eventual resíduo ósseo sobre o dente, depois é feita a colagem de um acessório ortodôntico (bracket) sobre a coroa do mesmo, ligado a um fio de amarrilho que servirá de apoio para o tracionamento do dente em questão, posicionando-o na linha de oclusão. “Em alguns casos, realizamos mini-implantes (miniparafusos) provisórios como forma de ancoragem desses dentes inclusos, que servirão de apoio para o tracionamento”, acrescenta o especialista.

Diversas são as metodologias existentes para tracionar e alinhar caninos inclusos, dentre elas os aparelhos ortodônticos fixos ou removíveis, a utilização de ancoragem na mesma arcada ou na arcada oposta e a utilização de forças provindas de magnetos associados à placa removível. “O importante é a escolha do procedimento adequado para cada caso, e que o cirurgião tenha habilidade e domínio da técnica a ser executada, propiciando um campo cirúrgico seco para se obter os melhores resultados”, finaliza Dr. Tadeu Pontarola. Um dos fatores que contribuem para o sucesso do tracionamento de caninos inclusos é também o controle dos efeitos colaterais e a montagem de um sistema de ancoragem eficiente, que não afete os tecidos e os dentes adjacentes.

 

Células-tronco da polpa do dente de leite

A polpa do dente é uma pequena massa de tecido vivo, composta de vasos sanguíneos, nervos e células-tronco. Essas células são denominadas células-tronco mesenquimais multipotentes, o que significa que elas têm ampla capacidade de se transformar em diversos tipos de células.

A Pontarola Odontologia realiza a coleta dos dentes decíduos (de leite) para armazenamento da polpa, o que traz inúmeros benefícios para a saúde e permite futuros tratamentos de doenças degenerativas.

A obtenção da polpa do dente de leite é um processo não invasivo que pode ser feito naturalmente durante o período de troca dos dentes da criança, entre os 5 e 12 anos. Essas células-tronco são células jovens e de excelente qualidade e quantidade, portanto ideais para armazenagem. Procure mais informações com seus especialistas.

 

Confira alguns tratamentos realizados pelo cirurgião bucomaxilofacial:

  • Remoção de dentes inclusos;
  • Reconstruções ósseas;
  • Traumatismo bucofacial;
  • Tratamento de cistos e tumores;
  • Cirurgias ortognáticas.
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