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Suplementos alimentares: cuidado, eles não fazem milagre e muitos estão proibidos

Eles não fazem milagre, não podem alegar propriedades ou indicações terapêuticas, e muito menos conter DMAA - Dimetilamina

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Quem costuma consumir suplemento alimentar deve ter muita cautela na hora da compra do produto. E esse cuidado começa já na atenção com o rótulo, que no Brasil deve estar sempre em português. “Se não estiver isso já demonstra que ele entrou no país por vias escusas e que não está regulamentado”, alerta a nutricionista Thays Cherobin de Souza, da Ceqnep, centro de excelência em nutrição clínica. Além disso, ela destaca que o consumidor deve desconfiar sempre de suplementos que prometem resultados milagrosos, como queima de gordura, perda rápida de peso e aumento de porte de músculos, por exemplo, e jamais adquirir aqueles que possuem dimetilamina (DMAA) na composição.

“O DMAA é proibido em suplementos alimentares não só no Brasil como em outras partes do mundo”, lembra ela, pois é prejudicial à saúde. Neste mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) suspendeu a  distribuição, divulgação, comércio e uso de mais um suplemento alimentar, o Oxielite Pro. O produto, fabricado por empresa desconhecida, possui DMAA, estimulante usado, principalmente, no auxílio ao emagrecimento, aumento do rendimento atlético e como droga de abuso.

Essa substância, que tem efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso central, pode causar dependência, além de outros efeitos adversos, como insuficiência renal, falência do fígado e alterações cardíacas, e pode levar a morte. Outros suplementos alimentares que possuem DMAA, como Jack3D e Lipo-6 Black, já foram proibidos pela Anvisa de serem comercializados no país.

Thays Cherobin de Souza lembra que produtos com essa substância são considerados, inclusive, doping para os atletas, “pois deixa a pessoa mais elétrica, com mais disposição”. Thays reforça que ela altera a pressão sanguínea e por esse motivo “pode sim causar infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC).”

Importados

A regulamentação sanitária brasileira permite que pessoas físicas importem suplementos alimentares para consumo próprio, mesmo que esses produtos não estejam regularizados na Anvisa. Entretanto, esses suplementos não podem ser importados com finalidade de revenda ou comércio ou conter substâncias sujeitas a controle especial ou proscritas no país, como é o caso do DMAA.

Brasil

No Brasil, alimentos apresentados em formatos farmacêuticos (cápsulas, tabletes ou outros formatos destinados a serem ingeridos em dose) só podem ser comercializados depois de avaliados quanto à segurança de uso, quando se considera eventuais efeitos adversos. Além disso, precisam ser registrados junto à Anvisa antes de serem comercializados.

De acordo com o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, José Agenor Álvares, produtos conhecidos popularmente como suplementos alimentares não podem alegar propriedades ou indicações terapêuticas. “Propagandas e rótulos que indicam alimentos para prevenção ou tratamento de doenças ou sintomas, emagrecimento, redução de gordura, ganho de massa muscular, aceleração do metabolismo ou melhora do desempenho sexual são ilegais e podem conter substâncias não seguras para o consumo”, alerta Álvares.

Dicas da Anvisa para identificar suplementos que não estão regularizados no Brasil

– Promessas milagrosas e de ação rápida, como “Perca 5 kg em 1 semana!”;

– Indicações de propriedades ou benefícios cosméticos, como redução de rugas, de celulite, melhora da pele etc;

– Indicações terapêuticas ou medicamentosas, como cura de doenças, tratamento de diabetes, artrites, emagrecimento, etc;

– Uso de imagens e ou expressões que façam referência a hormônios e outras substâncias farmacológicas;

– Produtos rotulados exclusivamente em língua estrangeira;

– Uso de panfletos e folderes para divulgar as alegações do produto como estratégia para burlar a fiscalização;

– Comercializados em sites sem identificação da empresa fabricante, distribuidora, endereço, CNPJ ou serviço de atendimento ao consumidor.

 

Recomendações aos consumidores

Se você usa ou tem intenção de usar “suplementos alimentares”, a Anvisa recomenda:

– Solicite auxílio de seu nutricionista ou médico para a identificação de produtos seguros e regularizados junto à Anvisa;

– Desconfie se o produto for “bom demais para ser verdade”! Ter um corpo definido e emagrecer nem sempre é rápido ou fácil, principalmente de forma saudável;

– Consumidores que adquiriram produtos que contém DMAA na composição devem buscar orientação junto à autoridade sanitária local sobre a destinação adequada dos mesmos;

 

-Mais informações podem ser obtidas junto à Central de Atendimento da Anvisa: 0800 642 9782

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