Cirurgia Toráxica

Cirurgia torácica minimamente invasiva

A técnica é a mais utilizada no tratamento de patologias, como cânceres e outras doenças pulmonares, deformidades, bem como o suor excessivo

A técnica minimamente invasiva predomina sobre a cirurgia aberta em todos os grandes centros de tratamento de doenças de tórax no mundo, principalmente na Europa, Ásia e Estados Unidos. A grande notícia é que o Brasil está no mesmo nível desses centros de tratamento. “Os resultados terapêuticos no tratamento do câncer do pulmão, por exemplo, têm a mesma comprovação dos obtidos com a cirurgia aberta ou convencional, e por isso os procedimentos são reconhecidos e aprovados pelas sociedades das especialidades afins e por toda comunidade médico-científica internacional”, afirma Dr. Marcos Chesi, cirurgião torácico, especialista em Endoscopia Respiratória e presidente da Sociedade Paranaense de Cirurgia Torácica.

A videocirurgia é um procedimento conhecido há 40 anos. Ela permite a realização de uma infinidade de procedimentos de forma menos agressiva, causando menos dor, com menor tempo de recuperação e internação. Mas de acordo com o especialista, a evolução da técnica nunca parou. “A qualidade dos conjuntos óticos evoluiu muito, a tecnologia das câmeras avançou em definição, ao ponto em que os cirurgiões podem realizar cirurgias por vídeo com incisões menores que um centímetro”, declara Dr. Chesi. Isso colabora muito para a recuperação do paciente, pois o trauma cirúrgico é menor, a cicatriz é muito pequena, assim como a resposta inflamatória do organismo. “A recuperação hospitalar é muito rápida, alguns chegam a sair no mesmo dia do procedimento. A dor no pós-operatório é menor, inclusive o uso de medicamentos, e o retorno às atividades é bem mais cedo”, enfatiza. Ele também ressalta a importância dos profissionais em buscar constante aprimoramento, sendo que realizou aperfeiçoamento no General Hospital de Toronto, Canadá, uma das grandes referências mundiais, e mais recentemente, no Providence St. John’s Health Center, em Los Angeles, Estados Unidos.

Tratamento personalizado para tumores pulmonares

Os diversos tumores de pulmão exigem tratamento próprio e específico, de acordo com a localização, tamanho e reserva pulmonar do paciente. No câncer de pulmão, a videocirurgia, quando possível, permite a retirada do tumor minimizando os danos, com menores complicações ou sequelas. “O tratamento é personalizado, avaliamos as condições, identificamos tumores e nódulos, e decidimos com a equipe sobre qual será a melhor forma do tratamento”, explica Dr. José A. Zampier, cirurgião torácico e também especialista em Pneumologia e Endoscopia Respiratória.

A aposentada e coordenadora da Pastoral da Criança em Piraquara, Sirley Maria Zanela, 60 anos, descobriu um nódulo no pulmão há alguns anos. Fumante inveterada por 45 anos, antes de descobrir a doença ela procurou vários especialistas para tratar do nódulo maligno. Até que em 2015 seu cirurgião propôs a retirada imediata do tumor de forma minimamente invasiva. “Fugi alguns anos da cirurgia e também do doutor, pois tinha muito medo; só no ano passado tive coragem de operar”, conta Sirley.

“A cirurgia foi extremamente abençoada porque não tive absolutamente nada. Não senti dor e nem falta de ar. Operei numa segunda-feira e na sexta-feira recebi alta. Três dias depois viajei a Santa Catarina”, relata. Depois de fugir da cirurgia, Sirley recomenda: “Quem tem nódulo no pulmão que faça logo”, relata Sirley que está curada e praticamente sem cicatriz. Ela agora faz acompanhamento médico de seis em seis meses.

Amplas possibilidades de tratamento e investigação médica

A cirurgia torácica é a especialidade médica que trata as patologias pulmonares e torácicas que necessitem de intervenção ou de alguma avaliação mais especializada. O cirurgião torácico atua na região dos pulmões, pleura, mediastino, diafragma, parede torácica e traqueia.

As possibilidades de tratamento e investigação médica das patologias torácicas através da cirurgia minimamente invasiva são amplas. Pode ser usada para o tratamento de doenças da pleura (massa ou derrame pleural), tratamento de coágulo intracavitário pós-operatório ou por trauma, correção de deformidades no tórax, quilotórax, infiltrado pulmonar, pneumotórax ou enfisema pulmonar, nódulo pulmonar indeterminado, massas e cistos mediastinais, doenças do timo e metastasectomia.

Suor excessivo tem tratamento

Hiperidrose ou sudorese excessiva é uma condição médica em que a pessoa sua excessivamente mesmo quando a temperatura está baixa ou quando está em descanso. Há dois tipos de hiperidrose: a primária, que não apresenta causa específica e afeta de 2% a 4% da população mundial; e a secundária, esta pode ter várias causas. Obesidade, disfunção hormonal, diabetes, hipertireoidismo ou doença pulmonar são algumas delas. A ansiedade pode agravar a sudorese, mas dificilmente é a causa principal. “O cirurgião torácico é o profissional que melhor avalia e trata as causas da hiperidrose, se o paciente necessita de cirurgia ou outro tipo de tratamento, como medicamentoso”, afirma Dr. Chesi.

Porém, menos de 40% dos pacientes procuram o tratamento. Segundo os especialistas, as pessoas acostumam-se a conviver com os sintomas, porém, passam a se impor limitações, inclusive no uso de determinadas roupas. Muitos, todavia, acabam se isolando. “O isolamento é o pior tipo de restrição, pois afeta o emocional e a autoestima, principalmente na adolescência. O problema restringe a vida social, fazendo com que a pessoa evite festas, eventos e limite muitas outras atividades corriqueiras”, ressalta Dr. Chesi. Mas a sudorese excessiva deve ser tratada. Seus sintomas mais comuns são o suor prolongado excessivamente, sem uma explicação; sudorese noturna; sudorese com perda de peso; sudorese seguida de dor ou pressão no peito; suor com febre, falta de ar ou taquicardia e tosse.
A sudorese excessiva pode ser tratada com medicamentos, aplicação de toxina botulínica tipo A (Botox) e, com a cirurgia, chamada simpatectomia torácica. O procedimento bloqueia o estímulo nervoso das glândulas sudoríparas e o fluxo de suor, e apresenta excelente respostas, principalmente em mãos, face, axilas e pés. A recuperação costuma ser rápida, e o retorno às atividades ocorre em menos de uma semana.

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